Quarta-feira, 5 de outubro de 2011 - 04h56
É comum ouvir-se de pessoas que dizem conhecer os fatos, que várias das ruas do Bairro Jardim Ipanema foram registradas como são conhecidas porque um dos chefes das obras de abertura de ruas resolveu homenagear parentes seus. Pode ser folclore, mas num Estado em que não se privilegia a História nem, tampouco, se dá atenção em registrar aqueles que deram muito de si para que Rondônia galgasse o que tem hoje, não é muito difícil que haja um fundo de verdade na questão do Jardim Ipanema.
Daí que o que vou comentar a seguir nada tem de pessoal ou, espero que não levem para esse lado, de qualquer desrespeito às pessoas, ou às memórias de pessoas, escolhidas para serem patronos de logradouros públicos nessa terra. Elas, com certeza, não têm culpa e não pediram a homenagem.
Recentemente um vereador, para homenagear um parente que já tem homenagem em nome de colégio, resolveu que a Avenida Rio Madeira passasse a se chamar “Chiquilito Erse”, e a pílula chegou a ser engolida pela Câmara Municipal e, afora que eu esteja enganado, também pelo prefeito de então.
Aqui temos homenagem a uma pessoa que virou nome de avenida apenas porque seu pai era comandante de uma unidade militar. É comum até mesmo a Imprensa citar como “Praça do Baú” a Praça que leva o nome de nosso cidadão maior, Rondon, aliás, erradamente citada, inclusive em documentos de órgãos públicos, como Praça Marechal Rondon, quando à época (1939) em que foi dado o nome daquele grande brasileiro ao local ele era general.
Na BR-364, na faixa da microrregião de Cacoal, denominaram “Auta Raupp” a uma escola agrícola. Uma vez, por curiosidade, perguntei a um vereador de um dos municípios da área e ele disse que essa senhora era parente próximo ao senador Valdir Raupp. E quando perguntei o que ela fizera em benefício do Estado o vereador, e ninguém mais, soube responder.
Agora, talvez incentivados até por pessoas interessadas em bajular o prefeito porto-velhense, está surgindo um bairro na zona Leste, que deverá ser identificado com o nome da genitora do senhor Roberto Sobrinho. O que essa senhora fez por Porto Velho ou pelo Estado para receber a homenagem?
Repito: nada contra ninguém, não tenho qualquer intenção de macular a memória de quem quer que seja, mas considero absurdo que continuemos a homenagear pessoas que não tenham o que provar ter feito de interesse para nós. Por que, ao contrário, não buscarmos nossos próprios homenageados?
Já não basta a importação? O que fez o senhor Cláudio Coutinho para ser patrono do nosso maior ginásio de esportes? Segundo o governador de então, Jorge Teixeira, a homenagem aconteceu “porque ele era meu amigo”, respondeu-me. Ora, “era no tempo dos militares”, dirão os mais apressados. Sim, e agora?
Na Educação temos várias escolas “Aurélio Buarque de Holanda”, “Vinícius de Morais” e outras repetições. Em Porto Velho, e não sei se em outras cidades, temos escola “Che Guevara” que, como tantos outros, nada têm a ver conosco.
É tempo de homenagear nossos nomes. Por exemplo, o Estado de Rondônia ainda deve uma grande homenagem à educadora, folclorista e política Marise Castiel. Só para citar um exemplo, mas há muitos; em cada município são encontrados vários, mas parece que há uma autêntica preguiça mental e o resultado é homenagear o que parece mais fácil, ainda que nada tenha a ver com a nossa história.
Por que não consultam instituições culturais quando quiserem homenagear alguém? Certamente que haverá sugestões e, mais ainda, que todas as sugestões serão plenamente justificadas pelo consultado. É apenas uma questão de querer.
Inté outro dia, se Deus quiser!
CORES
Apenas para constar: o Conta Gotas do dia 3 passado rendeu-me alguns elogios e críticas. Uma senhora, tipo arroz de festa em tudo que é manifestação popular, e que, conforme ouvi de importante assessor da prefeitura é uma espécie de “papagaio de pirata”, zangada pelo fato de eu ter criticado que, ao invés das cores oficiais de Porto Velho a prefeitura usa as cores do partido a que o prefeito é filiado, justificou dessa forma: “Esse pessoal não sabe perder”. Bom, eu não perdi nada. Mas entendo que, apesar de muitos donos do poder serem contra, eu ainda posso expressar minha opinião e, por isso, o faço.
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Fonte:Lúcio Albuquerque jlucioalbuquerque@gmail.com
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