Domingo, 23 de dezembro de 2018 - 09h11
Na passada sexta-feira, 22 de dezembro, uma data que deveria ser comemorada, por ter sido uma conquista de todo o povo, a assinatura, pelo presidente João Figueiredo, da Lei Complementar 41/1981 que extinguiu o Território Federal e criou o Estado de Rondônia.
A História de Rondônia chama a atenção por muitos motivos, um deles a marginalização de fatos e personagens desta própria História, onde é fácil verificar que dois ou três nomes aparecem sempre e outros que têm grande importância são colocados numa ação (proposital?) debaixo do tapete da História.
E isso é passado nas escolas, até porque parece haver dois fatores que pesam para tal, o primeiro a negação da própria História como um todo, e o segundo, o raciocínio de que fica melhor repetir o que os outros dizem do que buscar respostas para perguntas do tipo “Só esses dois ou três fizeram tudo relevante?”.
Contar a velha história de que alguém chegou aqui dizendo que iria “transformar” Rondônia em Estado em meu entendimento está errado. Primeiro que “transformar” parece mais coisa de fada em estórias infantis. Depois porque pressupõe que Jorge Teixeira construiu tudo. Não foi assim.
Não nego, não posso negar, nem nunca negarei a importância de Teixeira, com certeza o primeiro governador midiático do Território, para que o sonho de muitos rondonienses fosse realidade. Um grande mérito seu foi fazer o rondoniense acreditar que o “sonho” era possível – e sem qualquer dúvida havia gente que não queria o Estado, da mesma forma como muitos não queriam em 1977 a criação de municípios e nem os criados depois, sob alegações diversas dentre as quais a cobrança de impostos, a formação das casas políticas etc, o que ouvi de muitos, inclusive e principalmente de empresários.
A História da criação do Estado, para ser mais recente, começa no mesmo período que se discutiu, e aprovou, em 1962, a criação do Estado do Acre, e o deputado Aluízio Ferreira apresentou projeto de elevação de Rondônia à mesma condição, mas a matéria foi engavetada.
Dois anos antes um nome esquecido da nossa História, mas de grande importância, não só para Rondônia como para a Amazônia Ocidental e para o Brasil, o governador Paulo Nunes Leal, conseguia do presidente JK a ordem para abrir a rodovia BR-029, obra que, “daqui para lá” o então diretor geral da Madeira-Mamoré Aluízio Ferreira já havia tentado realizar partindo de Porto Velho mas parando à altura do KM 40.
Nos anos 1960 estudantes e lideranças políticas locais fazem funcionar o grupo “Rondônia Estado”, que teve como membros ativos o médico Jacob Atallah, o advogado e jornalista Rochilmer Rocha, os advogados Odacir Soares e Arquelau de Paula e muitos outros.
Mas o grande movimento para que o Estado surgisse veio com a proposta do Governo Federal de ocupar a região e centenas de milhares de brasileiros de todos os estados viessem pela “estrada das onças” (referência atribuída a Jânio Quadros) a partir de 1967/68 quando o Incra assume a definição das terras rondonienses, sob a liderança local dos agrônomos Sílvio Gonçalves de Faria e Assis Canuto.
Em 1971 o deputado Jerônimo Santana faz seus primeiros pronunciamentos na Câmara Federal e várias vezes em três mandatos, coloca o Território na pauta, ainda que eu entenda que em alguns casos poderia ter contribuído mais e seus discursos podem ter causado problemas. Mas Jerônimo coloca na pauta da Câmara projetos propondo a criação, uma espécie de ação quixotesca, mas pelo menos lembrava ao país que Rondônia, tinha de ser visto num outro patamar pelo governo Federal.
Em 1975 com a posse de Humberto Guedes – o mais longevo no cargo (1975/1979) até então, o sonho começa a ganhar mais força. Ainda naquele ano ele disse, em entrevista que me concedeu, “já não cabemos mais na condição de Território”.
Adversário ferrenho de todos os governadores, o comunista e vereador do MDB Cloter Mota não negava: “Governador de Território em Brasília tem muitas dificuldades em se fazer ouvir até por funcionário de 3º escalão”.
De Humberto Guedes ouvi, em outras entrevistas, frases como “Não pode (o Território de Rondônia) ser tratado como os outros Territórios”, conseguindo realizar, claro com o apoio decisivo do presidente Ernesto Geisel, importantes obras, como a contratação de técnicos nas mais diversas profissões e – o que foi fundamental para fomentar a Lei 41/1981, interiorizando essa mão de obra oferecendo, dentro das possibilidades então existentes, apoio para aqueles que chegavam sabe Deus como e enfrentavam, idem, idem, o estranho mundo amazônico e suas armadilhas.
Há dois ou três anos, conversando com a doutora Janilene Melo, que atuou na secretaria de Planejamento do Governo Guedes, que àquela época foi formatado o projeto de estrutura para a criação do Estado. E que, dias depois da posse de Teixeira, por determinação dele foi a Brasília para trazer o projeto que o novo governador assumiu para reiniciar a caminhada. Janilene também foi importante auxiliar de Teixeira, secretária de Planejamento e, por ee indicada, tornou-se a primeira mulher a governar um Estado no país ao seer nomeada governadora substituta e a seeguir assumior, por
Retorno à chegada do Teixeira, que eu já conhecia quando trabalhei em Manaus – mas, ao contrário do que ouço de muita gente, nunca trabalhei com ele, e muito menos fui trazido de lá por ele que quando aqui chegou eu cá já estava há quatro anos.
Teixeira tinha frases muito usadas por ele, como “Transformar Rondônia em Estado” ou “Não há opinião pública, apenas opinião que se publica”, esta última, com a qual concordo, é atribuída dentre outros ao primeiro-ministro inglês Winston Churchill.
E atos que realmente marcaram forte em sua passagem em seis anos à frente do Território e do Estado, como quando mandou amarrar um motor de luz e de helicóptero transportou o equipamento, pendurado, sobre a selva do Cone Sul, de Vilhena a Colorado. Ou quando conseguiu criar o Banco do Estado, o que ajudou a promover uma ação melhor econômica melhor a favor de Rondônia.
EM 1981 O ESTADO CONSTRUÍDO A MUITAS MÃOS (II)
(Atores que passam longe da dita História)
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