Terça-feira, 1 de janeiro de 2019 - 11h40
Nos dois artigos anteriores comentei
sobre o fato da nossa História estar concentrada em três nomes – Rondon,
Aluízio Ferreira e Jorge Teixeira, como reportou dia 31 o aposentado Carlos
Cavalcante, para quem “é preciso tratar a História sem partidarismos e sem
paixão pessoal”, ou, como mandou mensagem Maria Rita Buarque, “É impossível não
haver outros nomes e fatos importantes nesses mais de 100 anos”.
Não pretendo, o que seria um absurdo
imenso, reduzir a importância que os três citados acima tiveram, e pelos
reflexos do que suas ações representaram, ainda importantes hoje, mas, repito,
apesar deles o Estado foi construído pelo esforço de muitos, e a História disso
não pode deixar de lado outros nomes e fatos.
Sem uma ordem cronológica, vou me
reportar a alguns nomes que em meu entendimento precisam de um tratamento mais
digno, pela relevância do que fizeram por esta Terra.
Sílvio Gonçalves de Faria, ou Capitão
Sílvio, responsável pelo projeto que permitiu a Rondônia o reordenamento de
terras, antes dividida em imensos seringais. Superintendente do Incra, coube a
ele chefiar uma equipe de jovens técnicos na organização da “invasão” que de
1967 a 1990 provocou uma imensa onda de migração interna, o que permitiu ao
Brasil “descobrir” o imenso potencial agrícola das terras de Rondônia. Um fato
que não entendo é a razão pela qual o trabalho daquele Incra não é estudado das
escolas e reverenciado como deveria na nossa História.
Marise Castiel, professora, política,
educadora de várias gerações de rondonienses, folclorista, carnavalesca,
liderança comunitária forte, não tenho dúvida ser ela o maior nome feminino da
nossa História, mas cujo nome e trabalho precisa ser mais discutido e
conhecido.
Mas Marise não é única representante
feminina cujas ações foram fundamentais para Rondônia. A professor Janilene
Melo não foi só a primeira mulher a governar um Estado brasileiro – na condição
de governadora nomeada com a posse no início de janeiro de 1984. Janilene foi
participante em posição importante do grupo que, ainda no governo Guedes,
formulou o projeto de estruturação do Estado o que, logo após a posse de
Teixeira, ela própria apresentou ao novo governador e que serviu de base para a
história daí para a frente.
Paulo Nunes Leal, governador duas
vezes do Território e deputado federal uma, cuja crença no potencial desta
Terra, e sua visão futurista para com a Amazônia, foram fatores responsáveis
por convencer o presidente JK a mandar abrir a BR-029 que Paulo Leal chamava
chamou de “O outro braço da Cruz”.
Segundo Abnael Machado, professor e
historiador, foi a partir do governo Marques Henrique, 1969/1972 e
1974/1975 que o território cria nova estrutura,“em sua administração são
criadas empresas de economia mista, implantada a Província Estanífera de
Rondônia e a sua Bacia Leiteira de Porto Velho, foram instalados a EMBRATEL o
DNPM órgãos federais, implantando o ensino superior em convênio com as
Universidades Federais do Acre e do Rio Grande do Sul”.
Humberto Guedes, governador do
Território de 1975 a 1979, não há como dissociar a criação do Estado da enorme
contribuição dada por ele para que o 22 de dezembro de 1981 acontecesse. Seu
trabalho, com uma equipe jovem, deu os passos decisivos para que o Estado
acontecesse, mas seu trabalho, também continua longe do primeiro plano da
História rondoniense.
Um nome que também precisa estar
nesta lista é o do ex-deputado federal e ex-governador Jerônimo Santana que,
ainda que por vezes através de posições com as quais eu não concordava, colocou
o Território na pauta da discussão em Brasília, e já em sus primeiros meses de
deputado federal, em 1971, já encaminhava à Câmara um projeto de criação do
Estado.
Em todos os campos de atividades –
esporte, religião, jornalismo etc – há grandes nomes e fatos. Um deles, pouco conhecido,
mas que teve papel relevante para chamar a atenção ao abandono da BR-29 (364)
pelo governo federal, teve dois jornalistas e um projeto “maluco”. Quem viaja
pela 364 de Porto Velho a Cuiabá nem imagina o que era a rodovia e os
desafios que enfrentavam os aventureiros que a usavam até mesmo pela década de
1970. Em junho de 1963, quando a estrada estava transformada num “caminho
de onças”, os jornalistas Vinícius Danin e Milton Alves foram de lambreta a
Brasília pedir ao presidente João Goulart que a rodovia saísse do abandono.
Há muito o que tratar quando é a
nossa História e sobre amaneira como personagens e fatos praticamente são
colocados, como disse no primeiro desta série, “debaixo do tapete”. Daí ser
impossível que continuemos – e retorno a dizer que os entes culturais voltados
à História, aí incluída a Universidade Federal de Rondônia, precisam tomar a
frente de uma ação que, sem desmerecer os nomes mais citados, deem a conhecer
esses personagens e fatos que a cada dia são cada vez mais marginalizados e
esquecidos.
HISTÓRIAS DO LÚCIO
O COCO, O BOLSONARO E A SOGRA
De férias
em João Pessoa, na casa da sogra, um amigo meu recebeu pedido da esposa:
comprar um coco na beira da praia a uns 800 metros de distância. O cara já ia
dentro do elevador descendo do apartamento no 23º andar, quando a sogra
telefonou.
“Traz um coco para mim
também”. Tudo bem, pensou o amigo, e foi em frente rumo ao carrinho do vendedor
na praia de Manaíra, já pronto para trazer os dois pedidos e tentar
ganhar mais alguns pontos com a mãe da “cara metade”.
Era um dia depois da eleição
do Bolsonaro e o vendedor estava discutindo com dois policiais que diziam que o
Brasil iria mudar e o cara dos cocos não querendo acreditar.
Foi quando meu amigo chegou,
fez os dois pedidos e alguém perguntou por que ele, estando só, queria dois
cocos.
“Um pra minha esposa e outro
para a sogra”, respondeu.
AÍ o vendedor falou:
“Taí, agora acredito que a
coisa vai mudar mesmo. Já tem até um cara comprando coco pra
sogra.....”
DATAS DE RONDÔNIA
JANEIRO
Dia 1 – Em 1913 – Primeiro número do jornal Extremo Norte,
na cidade de Santo Antonio, então município de Mato Grosso e a partir de 1945
um bairro de Porto Velho. O Extremo Norte se identificava como
um Jornal de Propaganda. Era vendido a um centavo cada número e foi
o primeiro jornal em português no que é hoje Rondônia (Lúcio Albuquerque,
Da Caixa Francesa à Internet, Um século da Imprensa em Rondônia).
Dia 3 – Em 1984 – Nomeada pelo presidente João Figueiredo, a economista
e professora Janilene Melo assume, na condição de governadora substituta, o
Governo de Rondônia, encerrando a primeira crise institucional do Estado, entre
os Poderes Executivo e Legislativo. Ela se torna, então, a primeira mulher, no
país, a ser chefe de um Poder Executivo estadual. (Lúcio Albuquerque, A
Mulher em Rondônia).
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