Segunda-feira, 7 de dezembro de 2009 - 16h32
“Toda a unanimidade é burra”.
O genial Nelson Rodrigues, tricolor do tricolor verdadeiro (sim, porque “tricolores” sãopaulinos, gremistas e outros são apenas imitações mal ajambradas), claro que estou me referindo ao Fluminense, aonde quer que esteja seu espírito, deve estar contente em ver confirmada sua teoria de que “Toda a unanimidade é burra”.
Ou não é essa a verdade? Peguem as análises feitas por expertes comentaristas esportivos de todos os naipes e de todas as torcidas, e que não se cansaram de afirmar, inclusive o pó-de-arroz Oswald de Andrade, que depois de infinitesimais contas e cálculos cabalísticos, apontava uma coisa só para o tricolor das Laranjeiras: a queda à segunda divisão, também conhecida como Grupo B.
Imagine o leitor o que pensaria um camarada que tivesse caído em longo sono no início de outubro, e acordado só nesta segunda-feira certamente teria levado um susto: afinal, de virtualmente rebaixado àquela altura, o Flu passou a ser o xodó dos mesmos comentaristas que já o haviam condenado à queda antecipada, um enorme contingente de “mãe diná” (lembram dela?).
Afinal, o Flu não apenas emplacou a melhor campanha do returno como, também, de quebra, ficou com o vice da sulamericana, e só não ganhou o título porque, nas duas decisões, colocaram árbitros que agiram mais como torcedores da LDU do que como pessoas que tinham de usar a regra do jogo.
Quando acabou o jogo do Coritiba (o Flu não joga, o Flu se apresenta, porque ele só é que faz o espetáculo) o tricolor verdadeiro estava invertendo a matemática, mandando que cientistas mergulhem em seus cálculos e que matemáticos e comentaristas aprendam aquela regrinha básica do futebol, aquela que diz que “o jogo só acaba quando termina”.
É bom não esquecer:
O Fluminense não é um time
É uma companhia de espetáculos
O Fluminense não tem jogadores
Tem solistas
O Fluminense não tem uniforme
Tem guarda-roupa, usado por quem sabe o que é bom
O Fluminense não tem torcida
Tem uma onda crescente de fans
O Fluminense não tem galera
Tem pessoas conscientes cujo bom gosto é notório
O Fluminense não precisa de quantidade
Para o Flu, o importante é a qualidade
O Fluminense não joga
O Fluminense se apresenta
O Fluminense não perde
Apenas num gesto consciente deixa de ganhar.
O Fluminense não foi para a B ou C
O poeta, tricolor como todas as pessoas de bom gosto, já disse que "A Arte tem de estar onde o povo estiver". Por isso a arte chamada fluminense foi mostrar em outras plagas a sua arte, única.
Sem o Fluminense, podem anotar, não haveria qualidade no futebol.
Fonte: Lúcio Albuquerque
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