Sexta-feira, 4 de janeiro de 2019 - 19h50
Há algumas colunas anteriores escrevi que o então candidato Jair Bolsonaro tinha problemas muitos, e que não eram apenas os adversários. Citei que um dos problemas eram os agentes do “fogo amigo” – um termo militar que representa quando artilharia e outros bombardeamentos ao invés de atingirem os amigos acertam, mesmo, os aliados que estão na vanguarda.
Sou dos que entendem não haver como admitir a teoria de que “se os outros erraram, por que eu também não posso errar”. Na campanha parentes de Bolsonaro e aliados várias vezes deram “munição” aos contrários, e estes só não conseguiram melhor êxito por uma mistura de incompetência, excesso de autoconfiança e porque estavam tão desacreditados que ninguém lhes dava qualquer crédito afora, lógico, os envenenados pela incapacidade de pensar, mas que não conseguiam sucesso em suas perorações porque não tiveram o aval da chefia.
Já no dia da posse – dispenso aqui até porque foi interessante o discurso em libras da mulher do Bolsonaro, e dos dois selinhos, porque isso serviu até para dar uma aura diferente e relaxante a uma cerimônia que durou mais de seis horas – a presença de um camarada sentado atrás do presidente e esposa, que, segundo a mídia, era um dos filhos dele, representou, pelo menos, um símbolo desrespeitado, haja vista ser aquele carro um símbolo da própria Presidência (*).
É só olhar as fotos das posses de Lula e Dilma e não se vê qualquer parente ou aderente sentado como se viu no caso da posse da última terça-feira.
Agora um grupo de amigos, colegas da igreja onde a esposa do presidente frequenta no Rio de Janeiro, foi convidado a visitar a nova residência do casal, um fato normal, afinal é comum que as pessoas convidem aqueles que lhes são caros a ir conhecer suas novas residências.
Mas no caso do novo endereço do casal presidente aí é outra coisa e, pelo menos, uma regra de compostura básica os visitantes deveriam ter mantido. Pelo que se viu, a coisa descambou para a bagunça e, pelo visto, mais “fogo amigo” para alimentar a artilharia dos adversários (ou seriam inimigos, mesmo?).
O que este eleitor, que continuar acreditando não ter jogado fora seu voto, sugere é que o presidente, com relação aos efeitos perniciosos do “fogo amigo”, não esqueça de Voltaire e seu dito famoso: “Que Deus cuide dos meus amigos, que dos inimigos cuido eu”.
(*) Aqui em Rondônia outro símbolo desrespeitado foi a transmissão da faixa governamental, tradicionalmente de governador a governador, mas que entre nós acabou sendo uma espécie de aconchego familiar.
Considere-se dito!
DATAS DE RONDÔNIA
JANEIRO
Dia 5 – Em 1981 – Reativados, para fins turísticos, dois trechos da extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: de Porto Velho a Santo Antonio -7 km e de Guajará-Mirim a Bananeiras - 8 km (Ovídio Amélio, História e Colonização do Estado de Rondônia).
Dia 7 – Em 1952 – Jesus Burlamaqui Hosana assume o governo do Território do Guaporé, seu 5º governador, de fevereiro de 1952 a novembro de 1953 (Tereza Chamma, Calendário de Guajará-Mirim).
Dia 7 – Em 1989 – Primeiro vestibular da Universidade Federal de Rondônia no campus de Rolim de Moura (João Batista Lopes, Rolim de Moura, seus pioneiros e desbravadores).
HISTÓRIAS DO LÚCIO
PROJETO JÁ INCLUINDO VERBA DA CORRUPÇÃO
No auge da campanha presidencial de 1989, uma palavra entrou definitivamente no vocabulário do brasileiro: corrupção, e derivados como corrupto – mas ela já estava sendo citada por aqui desde 1986, porque segundo o deputado Zuca Marcolino ao anunciar sua candidatura a governador em 1986, ele definiu “corrupção” como “palavra científica que intelectual usou para justificar ladrão”.
O candidato Fernando Collor tinha como meta grande o combate à corrupção, e a coisa era tão falada que não deu outra: virou uma espécie de contumaz componente no discurso de qualquer deputado estadual, vereador e até em Brasília.
Deputados de oposição, e alguns nem tanto, revezavam-se na tribuna da Assembleia rondoniense para falar sobre corrupto e corruptores, corrupção etc. Duas, três vezes por dia e a lenga-lenga era a mesma.
Talvez porque estivesse já de saco cheio um dos que mais falavam e discutiam presença de corrução nos órgãos de governo, e apontando, muitas vezes sem qualquer prova mas baseado em “informações”, um deputado decidiu acabar com a “festa”.
E apresentou projeto de lei determinando que em todos os projetos dos órgãos do governo já deveriam trazer em seus textos a determinação de que 10% deveriam destinados para a verba de corrupção.
Pelo visto, aqueles departamentos das grandes empreiteiras brasileiras flagradas na Lava Jato, devem ter sido constituídos sob inspiração do projeto do legislativo rondoniense.
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