Sábado, 18 de janeiro de 2025 - 07h05
Opinião pública ou opinião que se publica?
O ex-governador Jorge Teixeira costumava repetir que “não existe opinião pública” e o complementava: “O que existe é a opinião que se publica”. A frase tenho certeza que não era de sua autoria, até porque já a vi uma vez atribuída ao ex-primeiro-ministro Winston Churchill, da Inglaterra, mas não tenho certeza se teria sido o buldogue inglês o autor.
Visto a influência que têm os meios de comunicação, ainda mais nos dias atuais, não é difícil crer que haja um forte componente de veracidade na frase que Teixeira repetiu muitas vezes em várias entrevistas.
Há coisas que, ditas em momentos específicos, acabam gerando uma interpretação muito além do momento em que foi dito. Exemplo disso é a frase atribuída ao então vice-presidente da República Pedro Aleixo que, interpelado da razão por que não assinara o decreto que instituiu o AI-5, respondeu:
- Eu não tenho medo da Lei. Tenho medo é do guarda da esquina que vai aplicar a Lei. E o Teixeira também.
Se trouxermos para os muitos exemplos que temos, e não só no Brasil, não tenhamos dúvidas de que ele estava certo.
TOMÁS CORREIA
Governador Jorge Teixeira vai à Assembleia Legislativa onde, mesmo muito criticado pelo deputado Tomás Correia, o trata por “Vossa excelência”, “Senhor deputado”, “Meu particular amigo”, e por aí afora. Na saída do prédio um assessor comenta: “Gostei, chefe, só não concordo é o senhor chamar o Tomás de “particular amigo” porque, na mais leve das hipóteses, ele foi grosseiro”.
Teixeirão, já retomando seu comportamento normal responde: “Ora, a minha vontade era chamar o Tomás de filho da p., mas o momento não permitia”.
Na sessão seguinte, apesar da imensa maioria que o PDS tinha em plenário, Tomás apresenta moção de repúdio a Teixeirão. E, pela desatenção dos deputados, a matéria é aprovada com os votos dos governistas.
Advertidos pelos jornalistas da matéria (a votação foi naquela base do: “Os que estiverem a favor fiquem como estão, os contra se identifiquem”, e como ninguém se mexeu, a coisa passara), os governistas tentaram mudar o resultado, mas ele já fora encerrado, enquanto o Tomás ria muito dos adversários.
TROCA-TROCA
Em Rio Branco, a deputada Iolanda Fleming, que, anos depois, na condição de vice-governadora, ao assumir o Governo do Acre invadiria a região da Ponta do Abunã, iniciando a pendenga que durou mais de 10 anos sobre aquelas terras, estava irritada com o governador Joaquim Macedo. 'Ele (Macedo) não está com nada. Poderíamos trocar com Rondônia, trazendo o Teixeirão e mandando em troca o Macedo, com um pedido de desculpas'.
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