Segunda-feira, 12 de setembro de 2016 - 15h43
Lúcio Albuquerque, repórter
Chovia muito, já era “boca da noite” e a maioria das ruas de Porto Velho cuja principal atividade econômica tinha como base a sede da estrada de Ferro Madeira-Mamoré Era a hora do jantar, momento em que as famílias que tinham um aparelho de rádio costumavam se reunir em torno dele, com os vizinhos, para ouvir o programa “A Voz do Brasil” – a primeira emissora de rádio em Porto Velho só iria para o ar muitos anos depois.
Naquele tempo as notícias chegavam aqui por aquele programa ou pelo sistema de telegramas dos Correios, mas à noite não funcionava. Segundo Esron Penha de Menezes (*) de repente espoucaram fogos e uma figura muito respeitada na comunidade, o médico Ary Pinheiro (patrono do Hospital de Base), passou em frente da casa de Esron atirando para o alto e muito feliz, mas não era porque comemorava com amigos seu aniversário.
O médico não comemorava só o aniversário: estava mais feliz ainda porque o presidente Getúlio Vargas assinara o decreto de criação de vários Territórios Federais, inclusive o do Guaporé e, a seguir, nomeando o coronel Aluízio Pinheiro Ferreira para ser o governador, ele que desde 1930 começara a se impor, por resultados obtidos em ações diversas, como liderança regional.
Segeundo o jornalista Euro Tourinho, diretor deste Jornal, a mobilização para a criação do Território já vinha sendo feita e ganhara mais força nas três semanas antes do decreto de Getúlio. Ele (**) conta que o então diretor da EFMM Aluízio Ferreira anunciara que iria ao Rio de Janeiro e só voltaria dali com o decreto de criação do Território.
“Na semana anterior – lembrou o decano da Imprensa amazônica – já havia uma grande movimentação na cidade na expectativa da informação que se esperava chegar pelo telégrafo enviada pelo Aluízio. Foi uma grande festa quando a notícia chegou”.
Mas a história da criação do Território Federal na região não começava no ato assinado por Getúlio Vargas, uma segunda-feira, 13 de setembro de 1943. Antes, na metade da década de 1930 o coronel Paulo da Cruz Saldanha, líder político e empresário no Vale do Mamoré/Guaporé, encabeçou um documento encaminhado a Getúlio, pedindo a criação do Território, mas com sede em Guajará-Mirim.
Em 1940 Getúlio vem a Porto Velho onde, ainda conforme Esron Menezes, em reunião com Aluízio e outras lideranças locais, tratou da questão, da reunião participando o então governador do Território do Acre Epaminondas de Oliveira Martins e este, ao ser consultado por Getúlio, teria respondido que a região já merecia sediar um Território, o que se confirmou a 13 de setembro de 1943, só que juntando partes do Amazonas e de Mato Grosso, para formar o Território do Guaporé – em 1956 Rondônia depois, em 1981, Estado de Rondônia unidade política que permaneceu até 22 de dezembro de 1981 com a criação do Estado.
(*) Historiador, professor, implantador da Guarda Territorial, embrião da PM, jornalista
(**) A mesma narrativa eu ouvi do empresário Joaquim Pereira da Rocha em conversas no restaurante Café Santos
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