Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Lucio Albuquerque

HÁ MALES QUE VÊM PARA BEM, pois, pois...



Lúcio Albuquerque

jlucioalbuquerque@gmail.com

  É atribuída a importante político brasileiro uma frase – que eu, particularmente, não acredito que ele tenha dito, apesar de tudo – quando da explosão da base de Alcântara: “Há males que vêm para bem”.

         Guardadas as devidas proporções, porque em Alcântara morreram técnicos brasileiros que buscavam, pela ciência, o desenvolvimento do país, então a citação àquela altura se tornou totalmente absurda. Por isso não posso acreditar que o tal importante político a tenha pronunciado. Já a frase, se usada no contexto do brasileiro fuzilado na Indonésia, considerando-se o motivo da condenação e o ranço gerado pela posição da presidente Dilma Roussef, talvez sua aplicação tenha alguma coerência.

         E por que o uso da frase no contexto da posição assumida pela nossa presidente? Bom, é preciso ver que quando há uma situação dessas é lógico que o primeiro mandatário do país se posicione, mas daí a fazer ameaças é preciso olhar a reação que se sentiu do povo com relação ao cumprimento da condenação.

         E também olhar dentre seus pares, como a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em sua conta na rede de microblogs Twitter concluiu seu raciocínio da seguinte maneira: O sujeito não era herói, era traficante.

         Ike, comandante-em-chefe das forças Aliadas na invasão da Normandia, em 1944, quando se previa que as tropas aerotransportadas teriam pelo menos 70% de baixas fatais, ao ser informado de que ficara em torno de 20%, disse a quem o informou: “Um só já seria motivo para lamentar”.

         A morte de uma pessoa, seja quem tenha sido, é de se lamentar. Mas transformar isso numa reação com ameaças a um país com o qual o Brasil tem interesses é além da conta no caso específico. É de se perguntar: Afora tentar mostrar força (para quem?), em que vai adiantar ao Brasil a presidente chamar ao país seu embaixador para consultas. Consultar sobre o quê? Seria menos dispendioso para o país fazer tais consultas pela internet.

         Ah! Mas isso não daria o impacto midiático num momento em que a presidente se vê jogada em meio a um inferno de noticias ruins, geradas por pessoas das quais é amiga, ou que manteve (e mantém) a pedido de seu amigo maior, inclusive em ministérios.

         Sim, mas em que fazer cara dura com a Indonésia pode servir para alguma coisa? Claro, ela tem uma chance de tentar desviar um pouco o olhar da mídia sobre os escândalos palacianos e aparecer como pugnadora dos cidadãos do Brasil – ainda que, como disse a ex-ministra Maria do Rosário: O sujeito não era herói, era traficante.

         Talvez a presidente tente, assim, melhorar sua imagem perante a população, ainda mais porque depois de anunciar que o lema de sua nova administração será: Brasil, pátria educadora, justamente este setor tenha levado um primeiro baque, conforme o jornal Folha de São Paulo, edição deste dia 19, com corte de 7 bilhões de reais no orçamento.

Inté outro dia, se Deus quiser!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 15 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Há 37 anos morria o homem-lenda da Amazônia (II)

Há 37 anos morria o homem-lenda da Amazônia (II)

Conheci o Teixeirão (de 1979 a 2005 governador de Rondônia) no final da década de 1960, em Manaus. Nunca fomos o que se pode chamar de amigos. Quando

Há 37 anos morria o homem-lenda da Amazônia (I)

Há 37 anos morria o homem-lenda da Amazônia (I)

A 28 de fevereiro de 1987 o homem que virou lenda na Amazônia foi para o Valhalla. Se Getúlio Vargas escreveu que saía da vida para entrar na históri

Já deu na imprensa, mas... (É bom ver de novo)

Já deu na imprensa, mas... (É bom ver de novo)

O desabamento de fachadas de prédios no domingo, em Porto Velho, pode ser um aviso para possibilidades de eventos similares ocorrerem na “cidade vel

O DIA NA HISTÓRIA 6 de janeiro de 2024 – BOM DIA!

O DIA NA HISTÓRIA 6 de janeiro de 2024 – BOM DIA!

RONDÔNIA1918 – O tabelião José Vieira de Souza registrou os oito novos oficiais da Guarda Nacional em Porto Velho: um coronel, um major, quatro capitã

Gente de Opinião Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 | Porto Velho (RO)