Terça-feira, 23 de julho de 2019 - 09h47
O recente imbróglio
proporcionado pela liberação de informações sobre a questão ambiental, pelo
INPE, e a reação do presidente Bolsonaro, mostra que alguns segmentos do
governo Federal ainda não entenderam que o jogo mudou. A ideia que passa a
questão, conforme o noticiário dos grandes veículos de comunicação, é que o
presidente extrapolou ao criticar a informação do INPE. Para os últimos
governos brasileiros, denunciar destruição ambiental por qualquer organismo,
público ou não, soava como música para os ouvidos. Afinal, o alinhamento
daqueles governos com entidades internacionais é mais que conhecido, e a ação
de seus agentes também, vide o bloqueio à reabertura da rodovia BR-319 – apenas
um dos muitos exemplos.
A questão que
envolve Bolsonaro e o INPE pode ser resumida numa coisa, de lógica tão simples
que se pode até dizer que acontece em qualquer família: um assunto que possa
vir a ser de conhecimento de outros deve, antes de ser divulgado, obedecer a
uma escala hierárquica. Ora, num momento em que o Brasil busca ganhar espaço na
discussão da questão ambiental, o INPE age como se não devesse satisfação a
ninguém e libera uma informação sobre a questão ambiental da Amazônia sem que
outros escalões, também interessados e, no caso do governo federal, fundamental
que seja informado antes que a nota caia na mídia, cuja tendência tem sido,
desde antes da eleição, claramente hostil a Bolsonaro.
O presidente, bem a
seu estilo, disse o que pensa sobre a liberação de informação estratégica sem
conhecimento prévio e sem autorização. Ao contrário do noticiário e dos
“especialistas”, não se trata de censurar nada mas, sim, de que pelo menos o
centro do Poder esteja informado a respeito. Censura é uma coisa e
hierarquia administrativa é outra.
(Sobre o assunto leia o documento do Conselho Mundial de Igrejas, de 1981 mas sempre atual, no https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/questoes-indigenas/139347-documento-do-conselho-mundial-das-igrejas-cristas-ensina-estrategia-para-tomar-a-amazonia-dos-brasileiros.html#.XTb_xOhKjIU)
E O FOLCLORE RONDONIENSE?
Há um Estado na
Amazônia, nosso vizinho Amazonas, onde os meses de junho e julho são marcados
por manifestações folclóricas as mais diversas, em bairros, associações
comunitárias e a festa maior fica por conta do Festival Folclórico, em
Manaus, com diversos tipos de manifestações folclóricas – em Parintins a
disputa de dois grupos o Garantido e o Caprichoso atrai muito público e é um
dos motores da economia da “Velha Tupinambarana”, e que começou com
apresentações na quadra do Seringal.
O que hoje é um
fenômeno cultural imenso, no Amazonas, começou há mais de 60 anos, e vem sendo
cultivado desde então, quando o jornalista Bianor Garcia realizou o I Festival
– já com manifestações muito além de bumbas e quadrilhas, por ocasião da visita
do então presidente português Craveiro Lopes. A partir daí só cresceu.
O que intriga a
muitos, e muito a mim mesmo, é a razão da repetição e da falta (será de
criatividade ou acomodação?) especialmente nas escolas. Temos aqui o Flor do
Maracujá, importante, mas nosso folclore não pode ficar restrito apenas a essas
duas manifestações. Aqui falta à estrutura de Governo coragem para investir em
além do trivial.
Um Estado formado
por “n” origens não pode ficar limitado ao (repito: importante) Maracujá.
Agora, há muitos anos, a política cultural rondoniense está restrita ao que eu
chamo de “complexo da tartaruga”, aquele animal que quando você toca nele sua
ação e recolher-se debaixo de sua carapaça e fazer de conta que não está aí.
Já passou, e muito, o tempo de mudar. Falta só quem tem o poder de fazê-lo deixar a acomodação de lado e não ficar apenas esperando que caia o salário no final do mês.
HISTÓRIAS DO LÚCIO
E esta foi comigo
mesmo: fazia dias que o ar-condicionado de um dos quartos lá de casa não
funcionava. Chamo o técnico e ele faz testes e depois de meter não sei quantos
aparelhos no equipamento, faz uma pergunta:
“Será que está
desligado lá no quadro?”. Vou lá e chego a uma conclusão definitiva sobre o
assunto.
A chave no quadro
de controle, justo a daquele aparelho, estava desligada. Foi dar um clique e a
coisa funcionou.
Aí lembrei daquela
justa recomendação de que se seu filho estiver com uma febre ou outra coisa
assim, antes de correr para o João Paulo II ou o Cosme/Damião, você deve,
primeiro, procurar a UBS ou a UPA mais perto de sua casa. Se eu primeiro
tivesse tido a curiosidade de verificar o quadro de controle certamente não
teria ocupado o técnico.
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