Sábado, 14 de novembro de 2020 - 12h43
Em 1973 o Comitê Olímpico Brasileiro realizou, dividindo o Brasil por regiões, uma competição denominada “Troféu Olímpico”, com sedes por modalidade em diversos estados. No voleibol, da região Norte, a sede foi em Manaus e os jogos na única quadra coberta que a capital amazonense tinha então, a do Olímpico Clube. Vou citar as equipes, mas peço desculpas se eu esquecer de alguma delas. Lembro da participação dos times do Amazonas, Rondônia (ainda Território), Pará, Maranhão e Ceará.
Eu era árbitro, e de todos atletas que participaram um deles se destacou muito, um que depois vim a saber ser cearense, mas que jogava pelo Maranhão. Coincidentemente um de seus técnicos em Fortaleza foi o Fuzil, que dirigia o voleibol do Náutico, que conheci em 1972 num campeonato brasileiro no ginásio Paulo Sarasate.
Voltando ao Troféu Olímpico de Voleibol. E um atleta chamou a atenção na competição. Ele realmente destoava, era o que mais tarde aprendi o que se chama de “jogador completo” – tenho certeza que se àquela altura existisse a função de líbero, o que só seria adotado em 1998, o cara também seria uma espécie de Serginho na posição.
Em 1977 o Gil aportou em Porto Velho, mas desistiu de uma viagem a Machu Picchu e ficou aqui, enturmando com a recém-criada Federação de Voleibol de Rondônia, e a partir daí, e durante muitos anos, muitos jovens de todas as idades começaram a praticar um esporte que deu vários títulos nacionais para o Território. Alguns anos depois o Gil voltou ao Maranhão, onde se fixou, mas, antes, casou com uma rondoniense. Na semana passada o Gil conversou comigo sobre seu projeto de livro, onde vai narrar o que foram mais de 50 anos no vôlei. Na conversa a seguir ele diz a razão do livro e por que motivo o título é “5º SET”.
O Gil é Gente (da nossa) gente de Rondônia.
O GIL, POR ELE MESMO
“Meu nome é Francisco Gilmário Pinheiro, mas faz muito tempo que as pessoas só me conhecem pelo apelido de “Gil”, uma pessoa que gosta de pessoas acima de todas as coisas. Nasci no Ceará, minha infância foi em Fortaleza onde também comecei a jogar voleibol e daí em diante o que ganhei e o que vivi tem uma palavra só, o Voleibol”.
‘O Voleibol faz parte da minha vida há 53 anos. Através dele conheci muitos lugares, fiz muitos amigos, me deu identidade, e me fez saber que Deus me havia dado uma missão: fazer o bem onde eu estivesse, através desse esporte, onde também ajudei, tenho certeza, a formar muitos que depois de adultos usaram aquilo que conversávamos como mecanismos de formação cidadã”.
“Tenho 68 anos incompletos, dos quais 53 nesse esporte, onde joguei em Fortaleza, Maranhão, Rondônia e São Paulo, sendo que em São Luís e Porto Velho também fui treinador, mas num determinado momento da minha vida, quando estava no Maranhão decidi deixar tudo de lado e fui tentar chegar a Machu Picchu, mas a viagem que tinha aquele destino acabou quando cheguei a Porto Velho, os detalhes eu conto no “5º SET”, ele começa.
Ao chegar a Porto Velho Gil disse que buscava apoio para seguir em frente, rumo a Rio Branco, e de lá rumo à cidade mais conhecida do Peru, talvez mais que Lima, a capital: Machu Picchu. Foi uma cadeia: Aqui o Gil, através de um amigo de outro amigo, foi apresentado ao então secretário municipal de Administração Chiquilito Erse.
E a vida dele mudou. “Que Machu Picchu que nada”, deve ter-lhe dito Chiquilito, à época também presidente da Federação de Voleibol. Naquela época, faça-se um parêntese, conseguir emprego em Rondônia não era difícil e há muitas histórias assim, na capital e no interior, que eu conheço.
O próprio Chiquilito contou que tivera pela frente o Gil, no Troféu Olímpico de 1973, no jogo Rondônia x Maranhão. E fez um convite: “Fica aqui e você ganha um emprego federal”. Daí em diante a vida mudou para o ex-aprendiz de hipie, e o voleibol rondoniense teve somada à equipe que já vinha trabalhando com o esporte o seu principal treinador.
Sua ligação coma terra de Rondon é grande: “Além das amizades que ganhei lá e que cultivo, apesar do tempo que já estou fora, minha esposa é rondoniense e era atleta de Voleibol. Da família hoje fazem parte da minha história temos três filhos e quatro netos”.
“E quase esqueci de falar sobre o livro! Faz tempo que a família e amigos diziam que eu tinha muita história, amigos em muitos dos estados brasileiros, e cobravam que eu escrevesse sobre isso. Depois de muita insistência decidi escrever. O livro 5º SET é a minha trajetória, desde Fortaleza”.
Para quem não é adepto de voleibol, o Gil explica: “Um parente meu sugeriu o título, dizendo que cada set deve ser uma parte da minha caminhada. Rondônia faz parte do 3º set, talvez o mais importante e o mais longo dessa estrada, e pretendo que ele seja compartilhado por amigos que fiz, no vôlei e fora dele, mas o restante faço o convite a esperar o lançamento e que comprem. Posso dizer, sem medo de errar, que considero meu 3º set, vivido em Rondônia, o mais importante da minha vida”.
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