Sexta-feira, 24 de março de 2017 - 17h21
HISTÓRIAS DO LÚCIO
Lúcio Albuquerque, repórter
O PRIMEIRO ASFALTO DE PORTO VELHO
Dizem que as pessoas não esquecem a “primeira vez”. E os moradores antigos de Porto Velho não esquecem da primeira vez em que se aplicou uma camada asfáltica na capital, do então Território Federal, de Rondônia.
Mas para evitar qualquer problema, o governo mandou um assessor que, falam os antigos, sabia tanto de compactação asfáltica quanto o redator desta historinha sabe de fritar um ovo.
Chegaram os tambores de asfalto, a imprensa noticiou, fotógrafos em posição, professoras levaram as criancinhas das escolas para ver a cena, governador, prefeito, autoridades – algumas apenas otoridades, a sociedade inteira de Porto Velho se postou ali em frente à UNIR/Centro, dizem até que dom João, nosso bispo, também foi. E depois dos discursos, o funcionário especialista no assunto foi lá e começou o asfaltamento.
Bom, não foi bem assim: ele mandou funcionários da prefeitura abrir os tambores e, da “cabeça da ladeira”, mais ou menos da esquina com a Farqhuar com a Dom Pedro II, o cara mandou derramar tudo.
Com um sol de rachar a técnica do especialista acabou transformando a área numa armadilha, porque, pelo visto, ele faltou todas as aulas do curso que foi fazer.
Resultado: meninos se sujando no asfalto e algumas madames, com seus saltos altos, tentaram atravessar de um para outro lado da avenida. E seus saltos, algumas até seus sapatos, ficaram no caminho. E a irreverência daqueles tempos não perdoou, porque o técnico ganhou logo o apelido do título de música cantada por Nelson Gonçalves: Deusa do Asfalto.
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