Sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012 - 06h44
Fico imaginando o que diria meu falecido amigo Paulo Queiroz (*) a partir de dois fatos que, nesta semana, marcaram o início político do governo Confúcio Moura, o que leva ao surgimento de um terceiro, haja vista ter ficado claro, com base nos dois primeiros, que foi detonada a campanha eleitoral de 2014.
Méritos, no caso, para o secretário chefe da Casa Civil Juscelino Amaral que desde sua assunção, em janeiro passado, gerou uma postura nova para o próprio Governo e, no caso específico da audiência pública, praticou um discurso novo para a Assembleia Legislativa, com base não na velha cantilena do ouvir dizer, mas, sim, citação de fatos, documentos e um argumento que tornou irrespondível a opositores da proposta que estava em questão.
Ora, deve estar pensando o leitor, se é que os tenho, que fatos foram esses? A pergunta talvez seja pertinente quando cito dois e já enveredei em mostrar um terceiro, na realidade o primeiro a ser mostrado, a citação de que a partir daquela reunião a campanha eleitoral de 2014 teve início,com um recado claro que, agora, depende apenas do próprio governadorrecondicionar sua postura para se tornar em realidade.
O primeiro fato foi o anúncio de Confúcio do final de seu blog. Eu mesmo, e tenho certeza outras pessoas, já havia dito para gente próxima a ele da necessidade de ser dado fim àquele exercício de exposição das entranhas da administração estadual e cujos resultados estavam sendo nefastos, tanto para a estabilidade administrativa quanto ao próprio governador, porque gerava a insegurança gerencial e alimentava o desrespeito que deve haver no trato inter-pares.
Já o segundo fato, o discurso do secretário Juscelino Amaral, uma peça de oratória que há muitos anos, e bota muitos anos nisso, certamente desde a primeira legislatura (1983/1987), não se escutava no plenário do parlamento estadual. E não foi em razão da pomposidade da fala ou do academicismo do pronunciamento. Aliás, o discurso foi feito com palavras simples, de fácil entendimento, mas foi bom por dois motivos.
Primeiro porque qualquer pessoa entendeu o dito. Segundo, porque consubstanciado por documentos e citações que também permitiram a formação de um raciocínio. Talvez o fato do descompromisso político-partidário do chefe da Casa Civil é que tenha facilitado a maneira como o discurso foi conduzido.
Cabe lembrar a seguir um fato que nada tem a ver com o mote deste comentário, mas que se encaixa com a oportunidade de quem tem a vez. O hino não oficial do Santos abre dessa maneira: Agora quem dá bola é o Santos....
Pois bem: agora quem está com a bola e deve ter atenção com os próximos movimentos é o governador Confúcio Moura, a quem não se pode atribuir inexperiência no trato dos caminhos abertos pelos dois fatos, especialmente pelo segundo, haja vista ter sido deputado federal duas ou três vezes e prefeito duas vezes de Ariquemes. Neófito no trato político ele não é.
E esse caminho pode ser aplainado se a área de Comunicação do Palácio Presidente Vargas fizer uma leitura do impacto político que, especialmente o discurso do secretário Juscelino Amaral, gerou.
(*) Desde o falecimento de PQ, ano passado, ficamos sem analista político no cenário rondoniense, contando apenas registradores de fatos.
Inté outro dia, se Deus quiser!
Fonte: Lúcio Albuquerque
Repórter, membro da Academia de Letras de Rondônia
E da Academia Guajaramirense de Letras
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