Sábado, 23 de fevereiro de 2013 - 13h52
Um colega de trabalho, estudante na metade do curso de Direito, comentou sexta passada comigo um fato que é claro como a água mais límpida: “A morte violenta está banalizada entre nós”. Uma conclusão que não precisa voltear muito nas ideias para entender que ele está cheio de razão.
A impunidade, ou a incapacidade da sociedade de entender que tem hora em que é preciso dar um “basta” – e essa incapacidade muitas vezes é incentivada pela própria imprensa (é lamentável, mas é preciso que tenhamos de assumir nossa cota de culpa), e essa incapacidade que acaba fazendo com que, aos poucos, assistamos a situações absurdas, como condenados pela Justiça exercendo, como se nada tivesse ocorrido, mandatos parlamentares, apenas para citar um exemplo.
Para quem ouviu o programa da Jovem Pan (via rádio 98,1 em Porto Velho) sexta-feira passada, deve ter observado uma coisa que chamaria a atenção até de quem estivesse ouvindo sem ouvir: o silêncio que tomou conta de um estúdio em que se encontravam pelo menos cinco jornalistas, e o assunto em discussão foi a punição aplicada ao Corinthians, quando um dos participantes, chamado a opinar explicou que a punição poderia ser até maior.
E acrescentou: “Gente, morreu uma pessoa. Morreu uma criança”.
Acostumado a ouvir aquele programa, intitulado “Esporte em Discussão” (em realidade ali fala-se apenas de um esporte, o futebol, e em quase 100% das vezes de jogos que envolvam clubes paulistas num excessivo jogo de bairrismo não justificável para uma emissora que jacta-se a citar que são mais de “140 emissoras afiliadas e 25 milhões de ouvintes no Brasil” ), ouvi o que não é comum naquele programa: silêncio.
Eu pensei até que havia caído o sinal, qualquer coisa, tivesse faltado luz, mas, não; é porque, parece, depois de ouvir citações que tentavam atropelar até o regulamento da competição – que deixa claro em seu Artigo 10 a responsabilidade dos clubes, os participantes tivessem atentado para o fato maior: a morte de uma pessoa. A perda de uma vida
Em nosso país, lamentavelmente, nos acostumamos, e nos encolhemos quando há um ato de violência – e não trato aqui de violência física: por exemplo, quanto do dinheiro que, conforme processos e decisões judiciais que terminaram em condenações de envolvidos, quanto, em $$$ já voltaram aos cofres públicos?.
A decisão da Conmebol de aplicar o regulamento no caso específico, penalizando o Corinthians, talvez tenha dois fatos importantes:
1 – Mostrar aos outros, que, se penalizou a maior torcida e a equipe que é campeã do mundo, isso quer dizer que não vai perdoar nada daqui para frente.
2 – Fortalecer a ação do STF com relação aos mensaleiros e fazer com que a Justiça brasileira se espelhe também no regulamento da Conmebol evitando que a decisão do STF tenha sido apenas um caso isolado.
É risível a tentativa, inclusive de jornalistas, alegarem que a Conmebol não puniu o São Paulo quando, nitidamente, o time paulistano “plantou” o que aconteceu fora do campo e com intromissão nele, na final da sulamericana. Ou que não tenha havido punição assim em outras situações.
É a eterna mania de muita gente de alegar que errou “porque outros já fizeram a mesma coisa antes”. Pessoas como as que vivem alegando que corrupção no Brasil é coisa que vem desde a carta de Pero Vaz Caminha.
Então teríamos que revogar toda uma legislação: afinal, desde os irmãos Caim e Abel muitos já assassinaram outros, então por que alguém deva ser punido?
Antes que me perguntem, vou responder de forma positiva: Em meu entendimento, o “remédio” amargo aplicado na Europa, quando a entidade européia de futebol proibiu por cinco anos clubes Ingleses de participarem de competições internacionais, já deveria ter sido aplicado no Brasil.
Talvez só dessa forma o cidadão comum pudesse ir ao estádio, sem o temor de ser morto ou violentado apenas porque use a camisa de um clube diferente, ou de facções de torcidas do mesmo time, “torcedores” que, pelo currículo de ações, bem que poderia ser enquadrados como marginais dignos de serem enquadrados pela Lei. No caso também deveriam ser punidos os que alimentam esses grupos.
Mas no Brasil a impunidade há tempos que foi transformada em cultura da não punição, o que estimula a pessoas reclamarem da pena aplicada ao Corinthians que, é bom que se diga, aprovou o regulamento que, agora, o está punindo.
Inté outro dia, se Deus quiser!
PS – Eu só espero que a Conmebol tenha a coragem de manter a punição.
Fonte: Lúcio Albuquerque, repórter
jlucioalbuquerque@gmail.com
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