Terça-feira, 22 de julho de 2014 - 21h12
Em 1969, através de um Decreto Lei, o presidente Costa e Silva autorizou que nos municípios existentes nos Territórios Federais (eram Amapá, Fernando de Noronha, Roraima e Rondônia) fossem feitas eleições para compor suas Câmaras Municipais. No caso rondoniense a disputa iria ser nos dois únicos municípios de então, Porto Velho, a capital, e Guajará-Mirim.
Rondônia àquela altura já sentia os reflexos da invasão iniciada naquela década, através da rodovia BR-364, a porta de entrada por onde vieram centenas de milhares de pessoas em menos de 15 anos e que culminou em 1981 quando o presidente João Figueiredo assinou a Lei Complementar 41 decretando a extinção do Território e a criação do Estado.
Maior e mais importante cidade do Território nascido Guaporé, Porto Velho viu transformado em centro de decisões políticas o velho prédio que foi de um italiano, e comprado pelo município muitos anos antes de 1969 para ser a sede da prefeitura, e abrigou por algum tempo o Corpo de Bombeiros, na Ladeira Comendador Centeno. Com a construção do prédio que atualmente sedia a municipalidade, antes Palácio 31 de Março depois rebatizado, como se quisessem apagar a História, “Palácio Presidente Tancredo Neves” (*) o Poder Legislativo Municipal ficou com toda a área do prédio.
Sem legislativo estadual foi na velha Câmara que muitas solenidades aconteceram até a metade da década de 1980 quando os vereadores ganharam um novo prédio, no Bairro Pedacinho de Chão. Visitantes ilustres, como os bicampeões mundiais Djalma Santos e Belini foram ali recepcionados.
Já na primeira composição houve a cassação do mandato de um de seus membros, o arenista Edgar Lobo de Vasconcelos, dono de uma oratória forte e que, em seu longo discurso na sessão em que foi cassado fez questão de mostrar a cueca. Não para fazer propaganda de marcas desse tipo de roupa masculina. Edgar discursava lembrando que estava inteiramente vestido de roupas de cor preta, quando foi confrontado com a pergunta – alguém querendo fazer piada ou alguém querendo fazer graça – “Até a cueca também é preta?””. Edgar não contou até três: levantou o paletó, baixou um pouco a calça, tirou a camisa de dentro e puxou a cueca para fora. Dias depois, retornado ao mandato por decisão judicial, ele inseriu em seu discurso estar “inteiramente de branco”, acrescentando ter vestido roupa daquela cor “para ser mais claro e melhor entendido pelos vereadores”. Dessa vez, pelo menos, ninguém pediu para ver a cueca.
(*) Tancredo Neves, político mineiro, foi dentre outras coisas primeiro-ministro na experiência malfadada de parlamentarismo no Brasil e em 1985 eleito presidente da República, mas acabou entrando para a História como o presidente que nunca o foi, haja vista ter morrido sem assumir a Presidência.
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