Sexta-feira, 1 de novembro de 2019 - 08h33
1. SOBRAR PARA QUEM NÃO DEVE
Terá razão o ex-governador Daniel Pereira, caso queira, ir à Justiça requerer ressarcimento financeiro pelo vexame a que, a julgar pelo que foi noticiado sobre invasão policial a sua casa, tenha direito, o que é justo. Na mesma linha o presidente Jair Bolsonaro que, pelo visto, acaba de ser vítima de uma patuscada engendrada, ao que tudo leva a crer, por quem estava na condição de servidor público.
Há algum tempo escrevi neste site sobre o assunto, e como sou politicamente incorreto, disse, e tenho dito muitas vezes, ser contra que, quando o servidor público, no exercício da função, quem seja penalizado financeiramente seja o Estado, quer dizer, todos nós!
Sou de opinião que, apurado o fato, quem deva ser penalizado, inclusive financeiramente, seja o servidor público responsável por aquilo que nós, nas redações mais antigas chamávamos de “barrigada”. Agora, o camarada faz a besteira quando em função pública, e a conta ficar para o contribuinte, aí é abusar do dinheiro que não é dele e que acaba pagando, penalizando quem não tem nada com isso, você, eu, as crianças, os doentes, todos nós que nenhum crime tenhamos cometido.
2. QUEM FALA OU FAZ O QUE DIZ OU O QUE QUER....
A situação da rede Globo, nessa queda de braço que trava desde antes da disputa eleitoral do ano passado com o então candidato e depois presidente Jair Bolsonaro, pode custar carro à emissora do plim plim que, afora que todas as informações a respeito estejam erradas, sobrevive praticamente desde sua fundação a partir de apoio do poder central, parece estar complicada.
Agora, nesse último capítulo dessa briga, tem a questão do noticiário sobre o caso Marielle (quantas “marielles” morrem no país mas, talvez por falta de pedigree não merecem destaque maior que meia nota de rodapé na chamada “grande imprensa”?). Lógico que os grupos que, entra governo e sai governo, mandam no país, se sentem incomodados com a linha traçada pelo Bolsonaro, ainda mais porque nitidamente ele vem mexendo na parte do corpo que mais dói, o bolso e o resultado foi que na emissoras do plim plim e outros, como se observa nos órgãos da linha da Globo, pelo visto está doendo muito essa nova maneira de tratar das ligações Governo/mídia.
Ainda que o presidente sofra daquilo que no jargão da tropa, de onde ele veio para a área política, o “fogo amigo”, e o que tem levado de “fogo amigo” é grande, parece que ele esteja indo naqueles princípio de “dou uma boiada pra não entrar numa briga, mas não dou um boi pra não sair dela”. Aliás, apenas para encerrar o tópico, será que este governo aí ainda não fez nada de bom? Ou será, pelo que tenho visto é o mais provável, que só é “bom” quando abre a torneira?
A HISTÓRIA VIVA, O SAMBA E JORNALISTAS NA PAUTA DA UNIRON
Pelo que tenho conhecimento foi a primeira vez que alunos de cursos de Comunicação em Rondônia foram orientados a transformar em história personagens da nossa História e do Jornalismo local. Na quarta-feira passada em seu auditório, como parte da XXVI Semana Acadêmica de Comunicação, a Uniron mostrou o trabalho dos futuros jornalistas, uma experiência que, espero, tenha continuidade.
Sem acesso ao decano da Imprensa jornalista Euro Tourinho que, aos 97 anos, busca se recuperar de grave problema de saúde, ele foi o primeiro tema de um grupo de alunos, através de pesquisas feitas em livros, coleções do jornal Alto Madeira e profissionais que com ele conviveram ou trabalharam. Ele foi representado, durante a cerimônia, pelo seu filho, o primeiro reitor da UNIR Euro Tourinho Filho. Na sequência a professora Sara Duquestrada, em trabalho feito por outro grupo de alunos, um depoimento que foi uma aula de vida e de jornalismo.
Os próximos pesquisados pelos alunos foram os jornalistas Sílvio Santos, o Zé Katraca, um dos grandes nomes do samba, do folclore e da música; o ex-editor de jornalismo da TV-Rndônia, Nonato Neves que, como Zé Katraka, começou a atividade na imprensa trabalhando na oficina de jornal, e eu.
HISTÓRIAS DO LÚCIO
Semana passada eu estava jantando com um casal morador de Guajará Mirim quando o pai da senhora ligou e falou com ela, depois com o genro. Meu amigo e, também jornalista, o genitor da nossa amiga falou comigo e perguntou onde estávamos. Fale, era num restaurante especializado em comida árabe. Eu disse a ele, e aí aconteceu.
“Vou para aí com vocês”, disse ele.
Respondi dizendo que viesse e trouxesse o cartão para pagar a despesa.
Foi só falar no cartão que ele despistou: “Não posso ir porque arranquei um dente”.
Aí minha vez: “Venha, porque você vai pagar a conta e não terá s morder o cartão”.
(*) O título é homenagem ao meu amigo Paulo Queiroz, falecido em 2011, e sua coluna “Política em Três Tempos”
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