Domingo, 7 de outubro de 2012 - 22h17
Talvez que o maior adversário da candidata Mariana Carvalho tenha sido ela própria, melhor dizendo, sua juventude. Da mesma forma como ouvíamos, nós da minha geração sessentona, que não se devia confiar em quem tinha mais de 30 anos, ouvi de muita gente que, apesar de simpatizar com ela e suas propostas, votariam em outros candidatos por causa apenas de uma questão: “Ela é muito jovem, falta-lhe experiência”.
Ora, jovem, caso tivesse passado ao returno e depois eleita, Mariana chegaria ao palácio Tancredo Neves com uma responsabilidade a mais em torno de seu próprio nome: Daqui a quatro anos não ser rifada pela ficha limpa.
Ao conquistar mais de 17% do eleitorado ou, em termos numéricos, acima de 41 mil votos, a vereadora Mariana Carvalho pode se vangloriar de ter conseguido amealhar um bom capital eleitoral e de ter sido superada apenas por duas velhas raposas da política local.
Literalmente pode ser usada aqui uma máxima da minha terra, o Amazonas, onde é comum ouvir-se que nesses momentos seja “a hora de lamber as feridas”. Talvez alguém possa pensar que o ditado esteja muito forte para a ocasião, mas entendo que deva ser considerado.
O que seria “lamber as feridas”? Bom, por exemplo, repassar a campanha toda, desde sua atuação na Câmara Municipal até ao fechamento da contagem. Claro! a hora não é agora, ainda com a cabeça quente do resultado, mas também não pode ficar indefinidamente postergada.
Mas esse “lamber as feridas” deve ser feita não só pelo grupo que cerca a vereadora. Que tal chamar algumas pessoas que tenham experiência de outras campanhas e que possam oferecer uma visão de fora para dentro? Aqui me permito um exemplo: Em 1994 o candidato Chiquilito Erse perdeu a disputa pelo governo para o candidato Valdir Raupp. Logo após a eleição houve uma reunião com membros da entourage e alguns convidados. A pergunta era: “Por que um candidato que saiu disparado na frente perdeu, e da maneira como perdeu, a eleição?”. Alguns dos que se encontravam ali foram, quatro anos depois, da equipe que elegeu José Bianco governador. Nessa disputa valeu muito o peso da experiência obtida quatro anos antes.
Um fator que não deve ser esquecido: o vice somou ou tirou voto? (lembro aqui a fala do prefeito Joab, de Seringueiras, quando soube que o deputado Edson Fidelis seria o vice de Chiquilito: “Ele não soma voto”, o que também andei ouvindo em Ji-Paraná). É de se perguntar: o vice ajudou ou tirou voto?
Em 1994 o vice de Raupp foi o pai de Mariana, Aparício Carvalho e a ele pode ser creditada muita adesão e votação que Raupp teve na capital. Outro vice que somou foi Miguel de Souza, para Bianco, na disputa de 1998.
Uma pergunta que precisa ser respondida, e por isso entendo que o grupo “de dentro” terá dificuldades em fazer uma análise fria, é sobre o comportamento da candidata. Aonde é que ela mesma contribuiu para não chegar?
Um item fundamental a discutir é a questão da mídia e do programa eleitoral. Será que alguma inserção nesse programa pode ter afetado diretamente outros segmentos, e com isso gerado efeito multiplicador negativo? Por exemplo: colocar no horário uma pessoa criticando o serviço oferecido por um setor municipal, expondo servidores desnecessariamente, fazendo com que essa exposição tenha se tornado efeito contrário ao interesse da candidata?
A assessoria foi omissa ou apenas aplaudiu o que a candidata disse ou ia dizer? A assessoria levou a candidata a fazer um media training? Talvez isso pudesse evitar, por exemplo, reclamações que eu ouvi, de que a candidata fala muito rápido (o que gera dificuldades para haver melhor entendimento de quem não acompanha raciocínio rápido).
Sem pretender ir mais longe apenas uma sugestão: Mariana, agora pense e não aceite apenas lamentações ou acusações. A vida, como a fila, anda. É hora de pensar como manter capitalizado o capital eleitoral que você conseguiu agora e, também, como amealhar mais apoio para 2014.
Com a responsabilidade adquirida a partir da confiança que lhe passaram mais de 41 mil eleitores, a candidata Mariana Carvalho não pode simplesmente chegar na próxima sessão da Câmara Municipal e fazer o discurso de agradecimento, e daí em diante esquecer o resultado.
" Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo."
Inté outro dia, se Deus quiser!
Lúcio Albuquerqu
jlucioalbuquerque@gmail.com
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