Sexta-feira, 5 de maio de 2017 - 18h02
Lúcio Albuquerque, repórter
Único brasileiro a ser patrono de um Estado da Federação, indicado para o Prêmio Nobel da Paz, considerado pelo ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt “o maior bandeirante do século XX”, há 152 anos nascia numa vila em Mato Grosso o “Menino de Mimoso”, como o chamava o juiz Cesar Montenegro, depois desembargador.
Há alguns anos a data do nascimento de Candido Mariano da Silva Rondon era reverenciada na terra da qual ele é o patrono, Rondônia, quando era entregue a algumas pessoas a maior comenda local, a Ordem do Mérito Marechal Rondon, mas hoje o fato é esquecido, como muitos outros que a história registra e dos quais pouco se ouve falar.
Nenhuma programação foi prevista pelo Governo do Estado para a data, conforme a superintendência de Comunicação, sob alegação de que todos os funcionários estavam envolvidos com a realização do Fórum de Governadores; talvez até mesmo os da Seduc e da Sejucel.
Único oficial do Exército brasileiro a ter recebido o título de Marechal, sem ter ido à guerra, concedido pelo Senado, em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, a história e a vidade Rondon são cantados em prosa e verso, além dele ser verbete em enciclopédias, sendo patrono, além do Estado de Rondônia também de municípios, escolas, praças, logradouros os mais diversos em cidades brasileiras.
Rondon em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorers Club, de Nova Iorque. É também, desde 1963, patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, e para lembrar a data a 17ª Brigada realiza às 8 horas desta sexta-feira uma formatura especial.
Ainda na condição de oficial inferior, Rondon participaria de atos a favor da Proclamação da República, inspirado pela linha de pensamento positivista, contando-se como feitos sob sua liderança, dentre outros, trabalhos como a implantação da Linha Telegráfica Cuiabá/Porto Velho, a descoberta do Rio Roosevelt (até 1915 “Rio da Dúvida”), a implantação do Serviço de Proteção aos Índios (atual Funai), tornando-se o mais importante indigenista responsável pelos contatos com maior número de etnias indígenas do Brasil.
Rondon tem seu nome identificando o Meridiano 52,
o segundo ser humano a ter tal honraria.
À frente das várias expedições pelo sertão brasileiro que comandou, Rondon ganhou em razão de sua postura humana, uma aura que findou por transformá-lo numa espécie de mito, onde a frase mais famosa foi a que até hoje é citada, quando se referia à possibilidade de seu grupo ser atacado por índios: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”.
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