Sexta-feira, 20 de junho de 2014 - 20h00
Seria cômico se não fosse triste. É ocaso da declaração do comandante do policiamento da capital paulista a respeito da nova destruição promovida por participantes de um a passeata promovida para lembrar o 1º ano do Movimento Passe Livre. A alegação do coronel da PM paulistana foi a mais singela que já ouvi nos últimos tempos, menos, claro, aquela de conhecido figurão que alegou não ter sabido de nada do mensalão, apesar das evidências em contrário.
Só faltou saber se algum jornalista presente à coletiva perguntar se o coronel da PM paulistana acredita em papai Noel, como acreditou num pedaço de papel em que, praticamente, a corporação foi manipulada, e os cidadãos ficaram com mais um prejuízo – sem nenhum bandido preso ou identificado.
De quebra o coronel quer a regulamentação da lei que rege o direito à manifestação pública. Ora, para quê? Sabidamente neste país o que mais temos é lei. Para tudo, desde que se enquadre no seu cumprimento não atenção com o direito do cidadão e a guarda de seus bens.
O apelo do coronel, em termos de “mea culpa”, retoma à demonstração da certeza de que quem comete crime neste país não tem muito com o que se preocupar. Querem exemplos? Há algum tempo invadiram o Congresso Nacional. Alguém foi agrícola condenado por isso? Centros de pesquisa têm sido invadidos por membros de grupos que, conforme já se noticiou, recebem financiamento público. Alguém preso e condenado? Marginais escondidos sob máscaras de “torcedores” matam e agridem rivais. E daí?
Em qualquer país civilizado manifestações populares existem, marchas são realizadas, mas com áreas e locais definidos. E acompanhadas pelos policiais. Aqui se inverte a norma. Basta mandar uma carta ao comandante e pronto. Quem tem a responsabilidade constitucional de zelar pela ordem pública prefere ficar longe, bem distante, para não “atrapalhar” a tal manifestação.
Vá em frente, coronel, conte outra. No mínimo o senhor – ou quem possa ter-lhe dado a ordem – deveria ser punido por omissão. Da mesma forma que os jornalistas que estavam na tal coletiva e que publicaram a versão oficial, na autêntica prática do “jornalismo chapa branca”.
Eu imagino se esses jornalistas tivessem de encarar um Romeu Tuma. Mas naquele tempo nós preferíamos ser chamados de repórteres. Talvez aí esteja a diferença.
Inté outro dia, se Deus quiser!
DATAS DE RONDÔNIA
15 A 10 DE JUNHO
Dia 15 – Em 1963 – Os jornalistas Vinícius Danin e Milton Alves saem às 17 horas de Porto Velho, de lambreta, pela rodovia BR-29 (364) rumo a Brasília, para entregar documento pedindo que o presidente João Goulart mande realizar obras que mantenham a BR aberta (Abnael Machado de Lima, Terras de Rondônia)
Dia 16 – Em 1972 – Portaria 1443 do INCRA cria o Projeto Integrado de Colonização Gy-Paraná, com sede em Pimenta Bueno (José Lopes de Oliveira – Rondônia, Geopolítica e Estrutura Fundiária)
Dia 16 – Em 1981 – Criação dos municípios de Jaru, Ouro Preto do Oeste, Presidente Médici, Espigão d´Oeste, Colorado do Oeste e Costa Marques (Lúcio Albuquerque, A Marca da Nossa História, 20 anos da ALE-RO)
Dia 16 – Em 1981 – O Bamerindus se torna a primeira agência bancária em Rolim de Moura (João Batista Lopes, Rolim de Moura, seus pioneiros e desbravadores)
Dia 19 – Em 1939 – Instalada a agência do Banco do Brasil em Porto Velho. Seu primeiro gerente foi o sr. Arnobio Rosa de Faria Nobre (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho)
Dia 19 – 1968 - O Incra instala o primeiro projeto de colonização em Rondônia, o PIC Ouro Preto sob coordenação do capitão Sílvio Faria e dos técnicos Ademar Sales e Assis Canuto (Francisco Matias – Pioneiros – Ocupação Humana e Trajetória Política de Rondônia)
20 – Em 2013 - Seguindo a onda de manifestações contra corrupção, gastos exagerados e falta de atenção dos governos para a Saúde, a Educação e a Segurança, milhares de rondonienses participam de atos de protestos em todo o Estado, como ocorreU em outras cidades brasileiras. (Jornal Alto Madeira)
Lúcio Albuquerque, repórter
jlucioalbuquerque@gmail.com
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