Domingo, 12 de junho de 2011 - 20h21
Em 1956, eu era um garoto aí por volta de 10 anos, li na revista O Cruzeiro que o Brasil havia comprado um porta-aviões, da Inglaterra, por 82 bilhões de cruzeiros. Criado em meio à leitura de revistas, jornais e livros, porque o seu Délio não admitia a não-leitura, procurei saber mais, mas aí um misto de compositor-cantor, naquele Brasil cujo projeto era 50 anos em cinco, lançou uma música que nunca mais esqueci e que, sem qualquer dúvida, bem pode ser aplicada ao agora.
Seu nome é Juca Chaves, também conhecido por menestrel maldito, o mesmo que fazia a crítica aos costumes sociais de então e não se preocupava em ser politicamente correto. Mal foi comprado o equipamento, já àquela altura ultrapassado, Juca trouxe à luz uma das muitas composições que realizou, essa com o título Brasil já vai à Guerra. Começava assim: Brasil já vai à guerra, comprou porta-aviões, deu vivas à Inglaterra de 82 bilhões (mas que ladrões).
E ia por aí afora. Sem partidarizar qualquer decisão tomada nos últimos dias por algumas autoridades brasileiras, é de se perguntar se o Juquinha, de 55 anos passados, seria bem atual quando encerrou a letra da dita cuja: Brasil oh pátria amada, que palhaçada!.
É só dar uma olhada no que estamos assistindo neste país-continente, no qual a propaganda oficial alega que foi reduzida a miséria e que milhares de famílias, por tal coisa, entraram na classe média. Será mesmo?
Aqui é só dar uma olhada, vamos acabar tendo mais ministérios, ou secretárias et caterva com níveis de ministérios. Temos ministérios e ministros para tudo. Quando eu era garoto nós sabíamos de cor e salteado o nome de cada ministro de Governo. Hoje é difícil acreditar que mesmo o pessoal da Presidência da República seja capaz de repetir, de cor, nomes de pessoas com cargos de ministros ou tratados como tais, e os órgãos a que estejam ligados (isso sem falar em Conselho para tudo).
Brasil oh Pátria amada, que palhaçada. O que vou escrever agora certamente será tomado por alguns apressados como sendo opinião de um cara de direita, mas se o leitor se prestar a uma análise fria, não vai saber para que se quer um Congresso Nacional, haja vista que decisão de interesse da Nação ali é coisa rara e é comum o Supremo Tribunal Federal acabar tendo de, literalmente, legislar.
A Charles de Gaulle, presidente francês, é atribuída uma frase que mereceu repulsa de brasileiros quando foi dita, mas que retrata, pelo comportamento das relações internas e externas, a nossa lamentável imagem pública. Disse o herói da II Guerra Mundial: "Ce n'est pas un pays sérieux...", ou “este não é um país sério”.
E os exemplos estão aí. É só olhar para o lado ou perguntar a grupos de jovens estudantes se eles gostam de política. A resposta, em mais de 99% é não. O cidadão pode até não prestar atenção ao noticiário, mas ele acaba sabendo que o escambo é um dos pontos mais comuns nas relações políticas.
Ainda recentemente o noticiário trouxe à tona que a chamada bancada religiosa no Congresso Nacional teria praticado isso na questão da cartilha sobre homofobia. Ora, o que seria uma posição de consciência acabou indo para o ralo comum do balcão. Até um substantivo de dois gêneros foi mudado para atender à senhora dona do Poder.
Juca Chaves, hoje, mais que há 55 anos, continua bem correto quando disse Brasil oh pátria amada, que palhaçada!.
Lúcio Albuquerque
Jornalista, membro da Academia de letras de Rondônia
Fonte:Lúcio Albuquerque jlucioalbuquerque@gmail.com
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