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Lucio Albuquerque

Opinião: Entenda este País.....


 

Lúcio Albuquerque

jlucioalbuquerque@gmail.com

Repórter, escritor e Membro da Academia de Letras de Rondônia, da Academia Vilhenense de Letras e da Academia Guajaramirense de Letras.
 

Qualquer trabalhador comum – escrevi comum, e não um grupo diferenciado, literalmente trabalha a vida toda para se aposentar e, assim mesmo, acaba saindo com menos do que ganhava até quando aposentado. Um grupo, no entanto, mesmo quando punido, ganha o direito (não dá para escrever entre aspas, apesar de ser até irônico isso) de curtir uma espécie de aposentadoria.

Mas esse não é exemplo isolado do grande desafio que é entender este país no qual a Carta maior estabelece que todos somos iguais. Iguais em quê?

Neste mês de junho o Supremo Tribunal Federal mandou botar em liberdade um terrorista italiano condenado em seu país de origem por pelo menos quatro assassinatos.

No entanto, segundo o noticiário da tarde desta segunda-feira, no Globo News, o mesmo STF determinou que uma pessoa condenada sob acusação de ter participado do assassinato de uma freira norte-americana que atuava no Pará, não tenha o direito de recorrer, em liberdade, da sentença em instância ainda possível de ser recorrida.

Já escrevi muitas vezes que sou contra qualquer ato de violência. Mas gostaria de entender essas decisões. Não entendo e tenho a certeza de que há muitos que não conseguem entender tais tipos de decisões com as quais temos de conviver. Ora, se um camarada condenado a matar quatro foi colocado em liberdade, por que uma pessoa condenada pelo assassinato de uma outra, não pode ficar em liberdade enquanto pratica o que a própria Lei permite: o direito de recorrer até à última instância. No primeiro caso foi colocado em liberdade e ponto final. No segundo era apenas uma questão de esperar uma outra decisão.

Os exemplos que fazem com que muitas pessoas, com certeza, pensem que vivemos num país no qual a Lei é apenas uma espécie de letra morta, são muitos. É só conversar com pessoas de níveis diversos, socialmente falando, que se ouve a mesma queixa: a de que a Justiça não é para todos.

Expressar opinião pode gerar problemas sérios para quem o faça e não reze pelo que chamam eufemisticamente de “politicamente correto”. Ainda recentemente ouvi uma espinafrada de um camarada que queria saber qual minha opinião sobre o que a Imprensa chama de “Kit-gay”. Como sempre disse o que penso: o direito de qualquer um optar como vá viver ou o que fazer com seu corpo, é do livre arbítrio, mas me reservo o direito de entender ser absurdo levar o material, pelo menos o que vi na internet, para dentro de salas de aula, até porque, afora que eu esteja muito enganado, mas duvido, tenho certeza de que essa não é uma questão para sala de aula, cuja finalidade é ensinar, mas, sim, para ser discutida em família. E que nossos professores não estão capacitados para tal.

Da mesma forma como entendo absurda a imposição de que estudantes portadores de necessidades especiais, surdos ou cegos, sejam inseridos em turmas de estudantes que não detenham tais dificuldades. Sou a favor da inserção, até porque entendo que as oportunidades devam ser dadas a todos, mas sou contra essa imposição porque falta à Escola meios para atender àquele grupo e, ao sistema, professores efetivamente capacitados para tal.

Não tenho dúvida: da mesma maneira que quando há um crime bárbaro, logo se levantam vozes, as mesmas de sempre, prometendo leis mais duras e outra forma de tratamento do caso, e que, apagados os holofotes da televisão e guardados os flashes dos repórteres fotográficos, logo o foco vira para outro lado e se esquecem velhas promessas, até nova ocorrência, também aqui pode ser usado o que propõe o título deste comentário: não dá para entender este país.

Inté outro dia, se Deus quiser!
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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