Domingo, 8 de junho de 2014 - 12h03
“Por que em nossa história aparecem poucos nomes e fatos?”. |
A pergunta foi a mim direcionada quando eu conversava com alunos do curso de História da Fiar, em Ariquemes, em 2011, e desde então não me saiu da cabeça. Quem questionou foi uma estudante, cobrando a seguir por qual motivo a saga da colonização das terras rondonienses na grande migração das décadas de 1970 e 1980 não estava sendo, como ela disse, “melhor analisada em nossa história”.
Em Guajará-Mirim outro estudante perguntou se Rondônia “tem história”, e quando perguntei por quê, ele respondeu com uma afirmação que não me causou surpresa: “Por que aqui só falam do Marechal Rondon, do Coronel Aluízio e do Teixeirão”.
Algum tempo depois, numa conversa com professores de História num município do centro-sul rondoniense uma pergunta acabou reavivando o que a graduanda perguntou. Dessa vez foi uma professora, que alegou ser graduada em História no Paraná.
Eu falava sobre o papel do 5º BEC para a construção do Estado e ela questionou. “Quem comandou a vinda do 5º BEC não foi o coronel Aluízio Ferreira?”. E eu tive de explicar que 40 anos antes da vinda do BEC o coronel Aluízio estava homiziado num seringal no Rio Guaporé.
Em Ji-Paraná funcionava a Escola Agrícola Capitão Sílvio Gonçalves de Faria, e num boteco dois estudantes dali conversavam sobre quem fora o patrono e um deles explicou que havia sido um tenente que morrera afogado no Rio Machado e que, post-morten fora promovido a capitão.
Num Estado ainda em formação, quando centenas de pessoas são oriundas de outras Unidades do país, é normal que cada grupo tenha trazido suas lembranças, seus costumes, seus falares – e seus heróis. Mas quando aqui já instalados e produzindo, contribuindo com o Estado que ajudaram a fazer, não entendo por qual motivo pouco conheçam da história feita antes deles, e pouco conheçamos da história feita por eles.
E na nossa historiografia há os que podem ter entrado sem o querer, como o tenente Fernando Gomes de Oliveira, desaparecido em julho de 1945, de forma bem misteriosa mas que uma pesquisadora já concluiu dizendo que teve “mão humana” em seu sumiço.
Mas há muita gente que, sem qualquer dúvida, já contribuiu e que podem se inserir na nossa História ainda que, admito, nem tanto com a força de um JK, que mandou construir a BR, ou o capitão Sílvio Faria que não morreu afogado no Rio Machado mas que teve enorme presença para que o Estado pudesse surgir. A essas pessoas e fatos prefiro chamar de “Personagens da (anti) História de Rondônia”.
E é para falar desses personagens que estou iniciando essa nova série. Ela não terá uma ordem cronológica.
Amanhã:
Dom Rey, o Santo do Guaporé
Lúcio Albuquerque, repórter
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