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Lucio Albuquerque

RONDÔNIA: 30 anos depois, histórias para contar


 

 PERGUNTAR NÃO OFENDE

A Polícia Militar vai continuar com sua presença nas ruas ou era apenas uma operação de final de ano

 

Leia ao pé da coluna o comentário 30 ANOS DEPOIS, HISTÓRIAS PARA CONTAR

 

EDUCAÇÃO

Vem aí mais um pacotão do Ministério da Educação, a unificação de currículos, mantendo-se peculiaridades regionais, em todas escolas do país, para Reduzir a desigualdade na aprendizagem de alunos de escolas de regiões pobres e ricas do Brasil. Matéria inserida no site oglobo.globo.com desta segunda-feira, 2. Vai ver, nem os técnicos do MEC acreditam que possa dar certo, mas o importante mesmo nesse início de ano é tentar alavancar a candidatura do ministro à prefeitura paulistana, daí é criar fato novo.

IRRESPONSABILIDADE

Semana passada quem deu um show de irresponsabilidade no transito foi o motorista do veículo placa NEE 6590, plotado com a marca do DER. Numa movimentada Avenida Pinheiro Machado em pleno horário de pico, ele fez piruetas, cortou de uma faixa para a outra e irritou os demais condutores. Na certa o condutor por saber que se trata da frota do Estado, se batesse não lhe caberia pagar a despesa e aí abusou. Fica o registro e o apelo ao diretor do DER para chamar a atenção do condutor.

 

HORA

Antes que questionem o horário, foi 11h30.

 

SUGESTÃO

Professores, das redes pública e particular, incluídos os de nível superior, bem que poderiam ler a matéria Como fazer uma prova nota 10, revista Época desta semana. A proposta pode ajudar e muito aos mestres a contribuir de forma qualitativa com o objeto de seu trabalho, a Educação e a formação cidadã de seus alunos.

 

ACLER

Desde o primeiro dia do ano a Academia de Letras de Rondônia está com novo presidente, o acadêmico Dante Ribeiro da Fonseca, com mandato até 2013. Historiador com várias obras publicadas, Chefe do Departamento de História e Arqueologia da UNIR, o presidente Dante Fonseca nas duas últimas diretorias da ACLER exerceu a vice-presidência.

 

TESTE

Os projetistas das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau devem estar vivendo a expectativa do volume de chuvas na região e da subida rápida que está acontecendo no Rio Madeira. Há quem aposte que a forte enchente a jusante e a montante das duas obras podem provocar mudanças em cronogramas e mais deslocamento de moradores.

 
 

30 ANOS DEPOIS, HISTÓRIAS PARA CONTAR

RONDÔNIA: 30 anos depois, histórias para contar  - Gente de OpiniãoTrês décadas depois, você ainda lembra daquele dia?,perguntou um conhecido quando conversávamos sobre os fatos do 4 de janeiro de 1982, data de instalação do Estado de Rondônia ou, como dizia a propaganda oficial: A nova estrela no azul da União. Claro, não apenas eu, mas muitos dos que continuam neste Vale de lágrimas, somos capazes de responder à pergunta sem titubear.

Afinal, vivíamos um período de inteira efervescência não só por aqui, mas em todo o país, cujos fatos não podem ser colocados debaixo do tapete a que muitos acontecimentos históricos são relegados no Brasil e, especialmente, em Rondônia.

No Brasil era o período da volta dos anistiados, da frase É pra abrir mesmo. Quem não quiser que abra, eu prendo e arrebento!que virou bordão, de autoria do presidente João Figueiredo. Tempo de surgimento de novos nomes na política e volta de alguns mais do que testados.

Rondônia vivia o que se pode chamar de quarta fase, a primeira antes da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, a segunda o período de instalação dos primeiros municípios e até 1943, a terceira iniciada com o Território Federal e suas disputas entre cutubas e peles-curtas. Agora era a vez do Estado que encontrava resistência de alguns segmentos, especialmente do que jornais da época chamavam de classes produtoras, que tinha algumas lideranças preferindo o status de até então em razão dos custos financeiros da implantação da nova Unidade federativa.

Bom, naquela manhã de 4 de janeiro de 1982 não choveu e muita gente se concentrou em frente ao Palácio Presidente Vargas, em cujo balcão localizado no segundo andar o ministro Ibrahim Ab i-Ackel assinou o documento oficializando a instalação do Estado. Ackel, ministro da Justiça, representou na ocasião o presidente Figueiredo e coube ao ministro Mário Andreazza, já então pretendente à indicação do PDS para disputar a Presidência da República, apenas o papel de acompanhante.

Há muito a contar do que foram aqueles dias, desde que Figueiredo enviou ao Congresso o projeto que criava o Estado, mas a mais folclórica das que conheço foi a do governador Jorge Teixeira que, ainda no período de discussão da matéria, ao saber que um deputado paranaense havia criticado o projeto, deu-me uma entrevista e garanti: Pode publicar!. Quinze minutos depois de dito pode publicar, o governador ligou para a redação do Alto Madeira e pediu para não publicar o que havia dito.

Se você publicar que eu disse que o deputado deve enfiar seu diploma no c....., pode prejudicar o projeto, disse o governador. E eu, que já era favorável a que o Estado viesse, optei por não levar adiante a manchete já definida e que dizia Teixeira manda deputado do Paraná enfiar seu diploma no rabo. Tudo bem, quem quiser que diga que eu possa ter atropelado a minha responsabilidade profissional, mas é que havia um projeto maior e eu não iria dar chance ao parlamentar paranaense de criar mais problemas.

Começamos ali a quarta etapa de Rondônia. A primeira briga já vinha do Território, quando o governador questionou os números do censo de 1980 do IBGE apontando que tínhamos pelo menos mais de 30% de moradores do que o levantamento feito pelo órgão. Mas não houve mudança.

Para qualquer observador político a grande disputa viria mesmo em novembro daquele ano de 1982, quando da primeira eleição estadual cujos atores maiores seriam o próprio Teixeira, liderando sem ser candidato o PDS, e o deputado federal Jerônimo Garcia de Santana, pretendente a uma vaga como senador, pelo PMDB. Em 1962, quando a França se viu envolvida em uma guerra fraticida pela manutenção da Argélia, o presidente Charles de Gaulle fez um discurso emocionado, como já o fizera em 1940 quando os franceses renderam-se aos alemães. A França sou eu. Venham comigo!, proclamou De Gaulle.

Teixeira, no dia 14 de novembro de 1982, repetiria De Gaulle ao convocar os eleitores rondonienses. Ele lembrou que o voto nos candidatos do PDS seria o reconhecimento e a aprovação de seu governo. Finda a apuração o PDS ganhou, mas um fato ocorrido na definição dos candidatos ao Senado já vinha destruindo as entranhas do partido que venceu, mas chegou fragmentado ao poder.

Há muitas histórias, estórias e causos para contar desses 30 anos e do que foram aqueles dias, Mas fica para outras vezes.

RONDÔNIA: 30 anos depois, histórias para contar  - Gente de Opinião

Inté outro dia, se Deus quiser!

Fonte: Lúcio Albuquerque
jlucioalbuquerque@gmail.com

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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