Domingo, 23 de outubro de 2016 - 11h08
Lúcio Albuquerque, repórter
Hoje, 23 de outubro, é Dia do Aviador. Por aqui tudo começou em 1927, quando uma avioneta da empresa alemã Condor, que fazia voos para a Amazônia, aterrissou em Guajará-Mirim e, a seguir, seguiu o curso do Rio Madeira e sobrevoou Porto Velho onde atirou um pacote de cartas e foi embora. Para muitos habitantes da então pacata cidade-sede da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi a primeira visão de um avião.
Com o desenvolvimento da aviação no país o que seria mais tarde estado de Rondônia começou a verificar o quanto essa região passou a dever aos pilotos e seus equipamentos, dívida que bem podem ser chamados de “destemindos pioneiros”, como diz o verso “Céus de Rondônia”.
No início dos anos 1930 a Condor já fazia viagens incluindo Porto Velho na rota amazônica e em 1940 a população da cidade se juntou na “beira” do Rio Madeira para ver a chegada do presidente Getúlio Vargas e, quando o “Catalina” deslizou nas águas Getúlio vinha no lugar do co-piloto e, como era natural, houve quem dissesse que ele estava dirigindo o avião.
Na segunda metade da década de 1940 um grupo de jovens, com apoio do governador Aluízio Ferreira, criou o Aeroclube de Porto Velho e, dentre sua primeira diretoria, numa época em que a mulher tinha tratamento bem diferente do que é hoje, um nome feminino, a senhorita Jacira Gardênia Rebelo, também primeira mulher dentre os alunos da primeira turma da escola de formação de pilotos do aeroclube de Porto Velho, e pilota um dos aviões na viagem dos alunos a Guajará-Mirim.
Na década de 1950 um novo personagem entrou na rota rondoniense, o Correio Aéreo Nacional, mais conhecido por “CAN”, com imenso trabalho social, conduzindo não só cargas e passageiros e que, pela dimensão que tomou o trabalho de seus pilotos e tripulantes, mereceu até um livro intitulado “Águia Cega”, nome relacionado com a necessidade de, ao contrário dos aviões de hoje e seus computadores, o piloto ter de viajar sobrevoando os rios e, muits vezes, nem isso.
Houve um tempo em que o CAN transportava civis, mas como a sede regional era em Rio Branco, dificilmente havia vaga para um pretendente a passageiro que esperasse em Porto Velho.
A descoberta dos garimpos de cassiterita atraiu milhares de homens para trabalhar nas selvas em busca do “ouro negro”, e um personagem se inseriu como elemento fundamental para fazer o transporte de pessoas, mantimentos, e cargas do minério: o piloto dos monomotores, capazes de “descer” em qualquer pista ou, como diziam alguns, “até aterrisar em cima de castanheiras”. Muitos deles morreram explodindo com seus aviões. Desse grupo um deles tevbe papel importante nos primeiros anos da política do estado, o piloto Dezival Ribeiro dos Reis.
Anos depois, em aviões melhores mas, também, voando sobrecarregados, outro garimpo, o de ouro, era abastecido pelos pilotos pouxando e decolando, algumas vezes, em pistas improvisadas nas praias de rios auríferos.
Na década de 1960 o capitão Muniz fez rastro positivo. Em seus aviões, alguns remanescentes da Segunda Guerra Mundial, transportou de tudo, de combustível para a abertura da BR-29, até o gado boliviano para abate em Porto Velho. O jornalista Euro /tourinho, diretor deste ALTO MADEIRA conta que, de certa feita, foi o capitão Muniz que o tirou de Vila Rondônia (Ji-Paraná), onde o delegado o avisou que tinha ordem de prisão determinada pelo governador de então.
Em 1984, sob comando do tenente-coronel aviador Luiz Carlos Rodriguez Rodriguez, foi instalada a Base Aérea de Porto Velho, responsável pela vigilância da fronteira e que, além disso, tem tido grande papel em ações sociais como quando da enchente de 2014.
Em Rondônia se insere outro importante ente, o grupamento aéreo dos Bombeiros Militar, e no dia 12 de abril de 2015, em pleno voo foi feito um parto de paciente que estava sendo deslocada de Guajará-Mirim a Porto Velho, mais um fato que valoriza a história do aviador e da aviação no país, terra que viu nascer o pioneiro da aviação, Alberto Santos Dumont.
HINO DOS AVIADORES
I
Vamos filhos altivos dos ares
Nosso vôo ousado alçar,
Sobre campos, cidades e mares,
Vamos nuvens e céus enfrentar.
II
D'astro-rei desafiamos nos cimos,
Bandeirantes audazes do azul.
Às estrelas, de noite subimos,
Para orar ao Cruzeiro do Sul.
Estribilho
Contacto! Companheiros!
Ao vento, sobranceiros,
Lancemos o roncar
Da hélice a girar
III
Mas se explode o corisco no espaço
Ou a metralha na guerra, rugir
Cavaleiros do século do aço,
Não nos faz o perigo fugir.
IV
Não importa a tocaia da morte
Pois que a pátria, dos céus no altar
Sempre erguemos de ânimo forte,
O holocausto da vida, a voar.
Estribilho
Contacto! Companheiros!
Ao vento, sobranceiros,
Lancemos o roncar
Da hélice a girar.
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