Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 - 20h14
Lúcio Albuquerque, repórter
Uma engenharia política para eleger um presidente civil
Em 1964 Castelo Branco assumiu a Presidência da República, ungido por um colégio eleitoral temeroso de punições. Ele seria o mais brando dos três primeiros presidentes do período militar – e muito menos que na fase dos ministros militares que assumiram. 10 anos depois dele, o ex-presidente da Petrobras e oficial da ala castelista, Ernesto Geisel, foi eleito, também indiretamente, presidente, e iniciou o processo “lento, gradual e seguro”, como chamado à época, da transição.
A estratégia ficou a cargo de seu chefe de Gabinete Civil, general Golbery do Couto e Silva que delegou ao senador piauiense Petrônio Portella o trabalho chamado a partir de então Missão Portella, que consistiu numa palavra: diálogo. Com a sociedde, com a Igreja católica, com todos segmentos. Em 1979, quando o sucessor de Geisel, o general João Figueiredo assumiu, o processo continuou com Golbery e a nomeação de Portella para o ministério da Justiça fortificou essa ação.
Em 1979 o regime de 1964 já estava praticamente desfeito. O próprio João Figueiredo ficou famoso pela frase prendo e arrebento, ao falar sobre possíveis resistências na área militar. Duas leis aprovadas foram fundamentais para que o próximo presidente fosse um civil. A da restauração do pluripartidarismo – desde 1967 havia só dois, o governista Arena e o da oposição consentida o MDB. Outra lei fundamental para a reconstrução do país foi a da Anistia.
A partir do fim da Arena e o surgimento do PDS, uma parcela considerável de lideranças da Arena começou a se mobilizar articulando uma espécie de frentão dentro do partido o que ganhou mais força durante a campanha Diretas Já, a partir de junção de nomes oriundos também de siglas que estavam se compondo, como o PDT e o PT.
Na corrida pela indicação do PDS, havia vários pretendentes: o senador pernambucano Marco Maciel, o ex-ministro militar José Costa Cavalcanti, o ministro Hélio Beltrão, o governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, o ministro da Educação Rubem Ludwig, e outros. Mas os nomes de mais força eram o vice-presidente
da República, Aureliano Chaves; o ministro do Interior, Mário Andreazza e o ex-governador de São Paulo e deputado federal, Paulo Maluf.
Derrotada a Diretas Já, o grupo do PDS se articulou com o dos outros partidos e isso facilitou a vitória de Tancredo Neves cujo partido, o PMDB, não tinha votos suficientes para derrotar um candidato ligado ao Palácio do Planalto. Mas outro fato contribuiu para o crescimento de Tancredo: a indicação do PDS para ter como candidato a presidente o ex-governador paulista Paulo Maluf, o que levou mais independentes efrentistas da bancada do PDS a constituir o que mais tarde seria um partido político, a Frente Liberal.
Com esse apoio foi uma questão de esperar o dia da eleição, ainda mais que uma parcela considerável de eleitores oriundos das representações das assembléias estaduais eram abertamente apoiadores de Tancredo. No dia 15 de janeiro de 1985 foi apenas a consumação do que a História já sabia: um mineiro de volta à Presidência, aliás, o que nem assumiu, e o último na função ainda é JK.
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