Quarta-feira, 30 de novembro de 2011 - 09h51
Lúcio Albuquerque
Repórter, membro da Academia de Letras de Rondônia
Erich Maria Remarque teve transformado, certamente sem que ele tenha tido qualquer pretensão, seu livro “All Quiet on the Western Front” em sinônimo, no Brasil, de que as coisas não mudam, nem se alteram. Seu livro, e filme homônimo, teve no nosso país o título “Nada de novo no front”.
Quantas vezes você já ouviu falar, ou até usou, o “nada de novo no front”, referência a que nada mudou e continua tudo como igual? Por exemplo: corrupção, a insegurança pública, denúncias contra governos e seus agentes, a queda constante (e que coloca em risco a própria soberania nacional) da Educação no país, a cada vez mais péssima condição da saúde pública (que só está boa nos arroubos daqueles que sempre a usam para buscar aplausos fáceis). Quantas vezes você já leu ou usou essa frase? Nada de novo no front.
Pois bem: Para quem está acostumado ao noticiário sobre a desordem, destruição de patrimônio, pixações e outros crimes contra o que é de todos, nas invasões de prédios públicos, fatos seguidamente mostrados pelas câmeras de TV ou pelas chamadas mídias sociais, a greve, seguida de invasão da reitoria e sua ocupação durante muitas semanas, de estudantes e professores da UNIR, pois é, essa greve/ocupação foi uma autêntica (e boa) decepção para todos nós.
Ainda está bem vivo entre nós o péssimo exemplo (mas um exemplo que apenas confirmou o nada de novo no front) há poucas semanas, quando um grupo de (?) estudantes de uma universidade paulistana invadiu prédios, quebrou, queimou, destruiu. Tudo porque a Polícia Militar, atuando em conformidade com a lei, prendeu três maconheiros, no campus da maior e mais importante universidade brasileira, a USP.
A prática de quebrar, destruir, causar prejuízos não é coisa apenas de estudantes: em presídios e até quando (ainda recentemente foi noticiado) uma entidade representativa de familiares de policiais militares resolve protestar, também causam prejuízo ao erário. E quem paga a conta somos todos nós, dinheiro que poderia ir para outros fins do que a população mais precisa: transporte, educação, saúde e segurança, principalmente.
E quem houvera de pensar em situação final diferente, quando aqui os grevistas da UNIR invadiram e tomaram de assalto o prédio histórico onde funciona a reitoria? Para onde nos transportou a imaginação já numa relação de casos similares, de invasão de prédio público? Sem dúvida que para José Maria Remarque e seu “All Quiet on the Western Front”.
A comparação com o excelente livro de José Marie Remarque é que, numa clara demonstração de responsabilidade e respeito com a coisa pública, os grevistas da UNIR entregaram o antigo Porto Velho Hotel e também ex-Palácio das Secretarias (Governo Humberto Guedes, 1975/1979) limpo, com pintura interna recuperada.
Agora é a hora do Fantástico voltar, de divulgar no país o bom exemplo dado pelos grevistas rondonienses que, em todos os momentos, atuaram sempre em defesa do patrimônio, inclusive afastando dali quem tentou fumar um baseado ou quem pretendia fazer farra lá dentro. Mas, tenho certeza, um bom exemplo acaba não virando notícia, talvez até porque se pretenda, ignorando o bom fato, que se mantenha a mística do “nada de novo no front”.
Há quem não acredite em milagres, até porque se todos acreditarem nisso estaria confirmada a teoria nelsonrodriguiana de que “toda unanimidade é burra”. Sem qualquer dúvida, ao devolverem à reitora Cristina Victorino de França o prédio ocupado durante tanto tempo, os grevistas deram um exemplo que deve ser louvado por todos nós, e que merece todos os aplausos. O prédio limpo, “mais limpo do que antes”, como garantiram alguns professores. Com essa, até mesmo quem nãoa credita em milagres vai ter de rever seus conceitos.
Sem qualquer dúvida, o bom exemplo é para ser seguido. Uma aula de civilidade que desconheço se já houve outra do gênero. E foi uma (boa) decepção. Que ela frutifique. Ainda mais porque nenhuma bandeira partidária foi levantada.
P.S. - Boa sorte à professora Cristina, reitora da UNIR. Que ela consiga superar os entraves que, com certeza,d evem ter plantado para sua caminhada.
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