Sábado, 29 de junho de 2019 - 14h40
Uma semana com notícias diferentes, mas que mostra que
neste país é comum deixar seus heróis de lado, ou repetirem casos tipo “uma
pessoa que conhece do assunto me garantiu”. Em Rondônia: terça-feira um
conhecido que sempre diz ter a informação recebida de quem “conhece o assunto”,
dizia numa roda de conversa que a arrecadação do Estado caiu muito. Eu fiquei
meio desconfiado porque ele é do tipo que parece acreditar em papai-noel. Na
sexta a Secretaria de Fazenda do Estado noticiou que houve uma arrecadação
quase 5 pontos à frente do da melhor previsão (ficou, conforme o secretário, em
11% “plus”). Creio que nenhum gestor público, que trate de finanças faça média
dizendo que o faturamento cresceu, quando não foi isso. Então, a julgar pela
informação positiva, há o que comemorar.
Outro fato positivo, repercutindo direto no bolso, foi a
queda do preço da gasolina, que em 45 dias “despencou” de quase 5 reais para
entre 4,37 a 4,50. Interessante que isso não sai na chamada “grande imprensa”,
daí aumenta a desconfiança de que realmente quando a notícia seja positiva, no
atual governo, não é lembrada. E nem nas redes sociais, tão decantadas como
sendo de apoio maciço ao presidente, não há movimentação. Em Vitória (ES) baixu
de 4,70 para 4,34.
Agora tem a questão da apreensão de 39 KG de cocaína nas
mãos de um sargento da FAB da equipe de apoio da comitiva presidencial. Sem
entrar no mérito de como a imprensa, daqui e a de fora sempre crítica a
qualquer coisa que envolva Bolsonaro tratou do caso, é interessante verificar
que um dos grandões do mundo, o britânico Financial Times, noticiou o seguinte:
“A
detenção é um baque para o direitista Bolsonaro, cujo governo está
tentando endurecer as leis sobre drogas e tem frequentemente louvado as Forças
Armadas". De seu lado
Bolsonaro usou uma frase que pode até chocar, mas que tem viés com o que muita
gente pensa a respeito de quem trafica drogas: “Pena que não foi na Indonésia. Eu queria
que tivesse sido na Indonésia”. Frase alusiva a que dois brasileiros foram
fuzilados naquele país do Sudeste asiático, onde quem trafica enfrenta o
pelotão de fuzilamento.
Mas há
um fator que também deve merecer de parte da Polícia Federal e do Gabinete de
Segurança Institucional uma atenção que, pelo visto, não vem sendo dada ao
esfaqueamento do qual Bolsonaro foi vítima: o autor foi preso mas ficou em
aberto uma dúvida não esclarecida. Quem pagou a banca de advogados que se
apresentou ainda quando mal o esfaqueador chegou à delegacia? Acreditar que o
camarada teria sido um “lobo solitário” mas, enquanto ele agia em Juiz de Fora
seu nome aparecia como presente nos corredores do Congresso Nacional isso pode
ser uma boa pista para identificar quem está por detrás do atentado. Como
diziam velhos entrevistadores, ou ainda dizem os novos, “O povo quer saber”:
Será muito difícil rastrear quem paga (ou pagou) a banca de advogados? Há
alguns anos explodiu o “Caso Watergate”, que levou à renúncia do presidente
Nixon, e a principal fonte que guiou os repórteres do Washington Post a chegar
aonde foram foi a sugestão de que eles deveriam “seguir o dinheiro”. Que tal
seguir também no caso do esfaqueamento?
Ainda
sobre a cocaína no avião de apoio: Muita gente espera que a investigação
comprove que, ao contrário do que já especulam as redes sociais, a droga não
tenha sido plantada para expor o presidente às vésperas de uma muito importante
reunião internacional.
Mas há
também notícias do futebol. Primeiro com o time feminino do Brasil. Fez o que
pode, dentro das condições disponíveis. Com referência à maior referência
mundial do futebol feminino, a alagoana Marta, é triste saber que cronistas e
outros internautas a criticam, como fazem com Pelé. Marta, em qualquer país que
venere seus heróis já seria, pelo menos, nome de praça. Aqui há quem critique
até seu batom (será inveja pelo valor em U$$$$ que ela deve ter recebido?).
Afinal o que deve estar acontecendo? Afinal não deve ter sido por outra
qualidade que a Marta seja embaixadora da ONU e seis vezes a melhora jogadora
de futebol do mundo.
A
explicação daqueles que a criticam talvez esteja na frase do dramaturgo e
jornalista Nelson Rodrigues, irritado com a síndrome – inclusive da imprensa –
deque nada daqui era bom, ele criou um marco: “Muitos brasileiros têm a
síndrome do vira-lata”.
Já a
seleção brasileira masculina, que coisa! Jogando muito! Dá até gosto ver a
quantidade de pessoas que mudam de canal e até torcem contra. Desculpas as mais
diversas. Nessa Copa América fizeram tudo para o time do Tite chegasse à fase
atual: a chave mais fraca (Peru {21º}, Bolívia {62º} e Venezuela {33º} conforme
o ranking da Fifa, do qual o Brasil é o 3º). Jogando tudo aquilo como o Brasil
consegue ser o terceiro? Uma explicação talvez possa ser encontrada na
qualidade dos países que o Brasil esteja enfrentando (Panamá {75º}, República
Checa {41º}, Honduras {61º} e Qatar {55º}).
Inté
outro dia, se Deus quiser.
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