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Matias Mendes

CORONEL GAMA: Missão no Haiti


 

           
Em cumprimento ao cronograma de revezamento das tropas brasileiras em missão no Haiti, desembarcaram esta semana em Manaus alguns dos militares que cumpriram o tempo regulamentar de permanência naquela república centro-americana, entre os quais um velho conhecido nosso aqui nas paragens rondonianas, o Coronel José de Castro Gama, pára-quedista do Exército com brilhante folha de serviços prestados à Amazônia, inclusive o exercício do comando do 6º Batalhão de Infantaria de Selva sediado em Guajará-Mirim.


Coronel Gama é, sem favor algum, um dos mais ilustres oficiais da ativa do Exército e um candidato ao generalato quase certo, considerando seus méritos e suas qualificações. A missão cumprida no Haiti por certo conferiu ao seu currículo a experiência internacional que faltava ao seu perfil de oficial com manifesta vocação para a diplomacia, conforme escrevemos alguns anos atrás a respeito do excelente trabalho por ele desempenhado na fronteira com a Bolívia. De perfil conciliador, a missão de paz no Haiti certamente caiu como uma luva para o oficial carioca, isto para não dizer aller comme um gant, conforme se diz no idioma mais corrente no Haiti, o francês, com perdão dos monoglotas ressentidos.


Ao deixar o comando do 6º BIS, em Guajará-Mirim, em janeiro de 2003, o Coronel Gama foi transferido para uma unidade do Rio de Janeiro e posteriormente assumiu a chefia do Estado-Maior da Brigada de Operações Especiais sediada em Goiânia. Sua volta para servir na Amazônia retrata exatamente a sua vocação militar para o desempenho das missões mais espinhosas, considerando-se que a sua qualificação diferenciada e o seu tempo de serviço poderiam credenciá-lo a servir em regiões mais confortáveis do País. No entanto, como o grande pára-quedista que nunca deixou de ser, conquanto impedido de praticar o salto em razão de grave acidente sofrido durante um exercício anos atrás, o competente Coronel Gama continua preferindo as missões mais espinhosas, daí a sua escolha para servir novamente em unidades da Amazônia. Por uma feliz coincidência,  o contingente destinado a servir no Haiti no último semestre foi escolhido em unidades amazônicas, ensejando a oportunidade de aproveitamento das qualidades do Coronel Gama em atividades de pacificação na república centro-americana.


Oficial de perfil dinâmico, Coronel Gama, quando comandou o 6º BIS, reuniu à sua volta uma plêiade de brilhantes oficiais intermediários e desenvolveu projetos ousados na área cultural, inclusive promovendo um Seminário de História sobre os Fortes do Guaporé, realizado na sede do Pelotão do Forte do Príncipe da Beira. Durante o seu comando, em colaboração com o atual Capitão Cristiano Ghisio, desenvolvemos os trabalhos de demarcação e mapeamento do sítio histórico denominado Labirinto da Baía Redonda e recebemos lá no Forte do Príncipe a comitiva portuguesa integrada por alguns descendentes de Luiz Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, o Governador da Capitania do Mato Grosso na época da construção da histórica fortaleza localizada no Guaporé. O Coronel José de Castro Gama, a exemplo do Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, imprimiu a sua marca de grande militar nas barrancas fronteiriças do rio Guaporé com muito trabalho e lições de patriotismo.

Fonte: Matias Mendes/Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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