Sábado, 18 de fevereiro de 2017 - 21h37
Pequenos piscicultores irão dispor de capacitação técnica.
Amazonas importa peixe de Rondônia e Roraima e tem demanda reprimida /Ascom Inpa
KAREM CANTO
Ascom Inpa
Manaus (AM)
Capacitar cerca de mil produtores e produzir dez novos títulos instrucionais. Estes são os compromissos do projeto Implantação de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia, a ser instalado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e envolverá as áreas de piscicultura e em plantios agroflorestais e de agroecologia.
Grupos de Pesquisas em Aquicultura e em Agronomia do Inpa estão em processo de instalação do projeto em Manaus (AM) e no município de Benjamin Constant, a 1.121 quilômetros da Capital.
O projeto foi contemplado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) equivalentes a R$ 3 milhões. A primeira parcela, de quase R$ 2 milhões, foi liberada no final do ano passado. A duração do projeto é de um ano com a possibilidade de renovação por mais um ano.
Os recursos serão utilizados, entre outras coisas, para a produção de matérias instrucionais, tanto em forma de cartilhas, livros, vídeos e jogos, que favoreça o treinamento, a educação e a passagem do conhecimento.
A coordenação do projeto esta á cargo da doutora Denise Gutierrez, que também é coordenadora de Tecnologia Social do Inpa. Ela explica que na unidade demonstrativa de piscicultura, situada no Campus III do Instituto, no V8, o projeto compreende a revitalização de algumas estruturas da aquicultura para que haja a possibilidade de alcançar maior número de pessoas treinadas e capacitadas na área de produção de peixes.
“Teremos essa revitalização e um plano com calendário de capacitações e de visitas técnicas, onde estudantes e pequenos produtores poderão ser bem acomodados, e, de fato, terem a experiência das boas práticas na produção de peixe”, garante Gutierrez, acreditando que em fevereiro já comecem as atividades.
Plantios agroflorestais ficarão em Benjamin Constant, município a 1.121 quilômetros de Manaus /Ascom Inpa
RONDÔNIA EXPORTA PARA MANAUS
Aos pequenos piscicultores, a coordenadora explica que será oferecida a oportunidade de melhorar a capacidade técnica, dinamizar e contribuir para o aumento da produção. “O Amazonas importa peixe para a sua alimentação de outros estados, sobretudo de Rondônia e de Roraima. Temos, assim, uma demanda reprimida em termos de mercado”, destaca.
Já na área dos plantios agroflorestais, uma unidade será implantada em Benjamin Constant, município distante a 1.121 quilômetros de Manaus, que segundo a coordenadora, embora seja um local distante, existe uma alta demanda por capacitação técnica na agronomia.
O município de Benjamin Constant foi uma escolha do Grupo de Pesquisa em Agronomia, que já está trabalhando com agroecologia e com plantios agroflorestais naquela região. “Então, já existe uma história de interação com as comunidades locais, além da presença das universidades, que nos dão retaguarda em infraestrutura, hospedagem e acolhimento”, explica Gutierrez.
A coordenadora justifica que se todos os projetos do Inpa estiverem sendo desenvolvidos apenas no quintal de casa, não se cumpre a missão institucional, que é ser um instituto de pesquisas da Amazônia. “E à medida que se tem recurso para executar idas à campo e a mobilização de comunitários, as pesquisas vão junto”, diz.
Pela proposta do projeto, a ideia é utilizar parcerias locais e os próprios quintais dos produtores para os plantios, levar estudantes, fazer coletas e acompanhar os canteiros de implantação de culturas agroecológicas, todas de interesse de espécies amazônicas. “A meta é instalar essas unidades, esses campos demonstrativos, e dinamizar a visitação local para poder compartilhar o conhecimento produzido pelo Inpa”, diz.
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