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Montezuma Cruz

Própolis combate malária


Gilvan Rocha afirma que sua tese deu certo. Outros pesquisadores testam a eficácia dessa resina.
Própolis pode ser usada no tratamento de malária? Pode. A tese é do apiterapeuta catarinense Gilvan Barbosa Gama. Treze anos depois dele estudar essa resina natural, outros pesquisadores se interessam pelo assunto. Segundo
Gilvan Gama, ouvido pela Agência Amazônia, a própolis não produz efeitos colaterais. Ela está para as abelhas como o cimento está para os humanos. Trata-se de uma cera, às vezes escura, às vezes esverdeada, que as abelhas usam para vedar a colméia e, ao mesmo tempo protegê-la contra  toda sorte de bactérias oportunistas e vírus", ele explica. Gilvan é especialista em mel e derivados.
Entre outras qualidades, ele diz que a própolis mantém a colméia asséptica. E arrisca: "Se ela fosse usada em vaporizadores nos hospitais, 90% das infecções aeróbicas não ocorreriam; falar isto diante dos alopatas é sacrilégio e eu seria vítima de uma inquisição científica".

Sem contra indicação
Ela não tem qualquer contra-indicação e para o tratamento de gripes, resfriados e afecções respiratórias (laringite, rouquidão, faringite, rinite, sinusite e bronquite) pode ser usada em gotas ou misturada ao mel. A bala de própolis e a própolis em spray, são dois derivados que servem principalmente para as afecções da boca, garganta e combate à tosse.

Gente de OpiniãoEstudos da eficácia dessa resina natural demonstram que ela pode fazer milagres. Gilvan Gama descobriu que a própolis das abelhas é tratamento profilático e clínico "contra todos os tipos de malária existentes no Brasil.
"É só experimentar"

Ao longo desses 13 anos  outros pesquisadores também se dedicaram a estudos sobre a própolis. "
Como poderia uma substancia tão simplória, produzida por um inseto, resolver um problema que se arrasta há tanto tempo sem solução?", ele pergunta. "É só experimentar", ele próprio responde.
A respeito da profilaxia e da atuação clínica, a própolis possui ambas as propriedades.
O apiterapeuta explica que a pessoa acostumada a ingerir constantente a substância exala, por meio do suor, um odor que impede a aproximação do mosquito transmissor da doença.
Para obter esse resultado, a pessoa precisa ingerir 7,5 ml da solução de própolis diluída em meio copo de água-de-coco. Essa terapia, segundo Gilvan Gama, tem dado resultados positivos em todos os locais onde foi aplicada, desde a Amazônia até em Santa Catarina, onde ele atua com mais freqüência. 

Para produzir a própolis, as abelhas coletam resinas das plantas e, na colméia, misturam-nas à saliva e a outras substâncias. Dor de garganta, frieira, cáries, problemas de pele e, agora, malária. A própolis da floresta brasileira é de altíssima qualidade. Embora não seja reconhecida como antimalárica no Brasil, a própolis é aceita e praticada com sucesso no Continente Africano, principalmente em Angola e Moçambique.
Matéria-prima
Além de apresentarem altas taxas de toxicidade, os atuais medicamentos contra a malária não possuem uma eficácia de 100%. Ocorre que, muitas vezes, o parasita resiste e sobrevive no organismo do hospedeiro. 
Gente de OpiniãoEstudos dos pesquisadores Mauro de Oliveira Júnior e Maria Amélia Barata da Silveira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) demonstram que o caminho a seguir é mesmo este.
Eles sintetizaram compostos já existentes na própolis e sugerem que alguns deles poderiam servir de matéria-prima para a produção de novos fármacos antimaláricos. 
Testes específicos contra o microrganismo causador da malária ainda não foram feitos, mas os resultados preliminares indicam que um ácido encontrado na própolis deve ser eficaz no tratamento da doença.
Para produzir a própolis, as abelhas coletam resinas das plantas e, na colméia, misturam-nas à saliva e a outras substâncias. Assim, a grande biodiversidade das florestas brasileiras oferece às abelhas diferentes qualidades de resinas para a fabricação da própolis, o que resulta num produto especial. Segundo o biólogo Mauro Júnior, o problema dos atuais medicamentos contra a malária é que, além de apresentarem altas taxas de toxicidade, eles não são 100% eficientes. Muitas vezes o parasita resiste e sobrevive no organismo do hospedeiro.
Armadilha contra o micróbio
A idéia do pesquisador é utilizar a própolis, que não apresenta efeitos colaterais, para criar uma armadilha para o micróbio. “O parasita que causa a malária absorve colesterol do hospedeiro para produzir suas organelas. Se em vez desse material ele absorver a própolis, não conseguirá formar seu organismo”, disse. 

Os pesquisadores encontraram na resina natural um ácido, o p-hidroxicinâmico, que é um bactericida potente e possui alta atividade farmacológica: estudos anteriores mostraram que essa substância é capaz de combater a leucemia e outros tipos de câncer, além de eliminar bactérias, entre as quais a Helicobacter pylori, responsável por úlceras estomacais.

O perigo da malária
médico Erney Felício Plessmann de Camargo, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
Maleita, impaludismo e febre terçã (devido aos episódios intermitentes de calafrios seguidos de febre alta que constituem os seus principais sintomas) são os outros nomes da malária, causada por protozoários que se multiplicam nos glóbulos vermelhos do sangue do homem e que são transmitidos pelos mosquitos do gênero Anopheles (o anofelino).
Presente em 90 países, a malária infecta uma em cada dez pessoas no mundo e fica atrás apenas da tuberculose em termos de impacto sobre a saúde pública. Ainda não há vacina contra a doença.
A doença atinge 300 milhões de pessoas por ano no mundo, das quais, 1,5 a 2 milhões de pessoas morrem por ano, segundo o
 
A falta de vacina contra a doença também é um dos grandes obstáculos ao controle da malária, mesmo assim, o número de notificações da doença no Pará, de janeiro a abril de 2007, caiu em 31,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O governo paraense quer reduzir em 10% os casos de malária este ano, em relação a 2006.
MONTEZUMA CRUZ  - contato@agenciaamazonia.com.br 
Agência Amazônia 

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