Quinta-feira, 11 de setembro de 2008 - 10h51
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
ARINOS-MG, Vale do Urucuia – O Sertão de Minas Gerais é atualmente um autêntico laboratório para a Fundação Banco do Brasil, revela o assessor da Gerência de Trabalho e Renda da fundação, Amarildo Carvalho, paranaense de Goioerê. Segundo ele, o banco encontrou nesta região uma maneira de contribuir com um projeto "socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto". Os 11 municípios do Vale ficam a mais de 580 quilômetros de Belo Horizonte e a 180 Km do Distrito Federal.
Carvalho vê a possibilidade de a fundação respeitar vocações locais". Não impomos soluções prontas. Hoje, no Vale do Urucuia, o importante é a instalação das fábricas de ração. Eles não querem casas de farinha", constatou o assessor.
O deputado Fernando Melo (PT-AC), membro da Comissão de Agricultura da Câmara, percebeu essa situação durante visita feita à região, em busca de experiências que pretende ver funcionar também no Vale do Purus, no Estado do Acre.
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Pesquisador Josefino Fialho, da Embrapa Cerrados, e o deputado Fernando Melo /Fotos M.CRUZ |
Na medida em que se reduziram os recursos para pesquisas, investimentos na cultura e infra-estrutura de produção, os produtores viveram um período de desânimo. A Embrapa Cerrados entrou de cabeça nesse resgate da mandiocultura.
Assim, conforme o melhorista Eduardo Alano, o teste do cultivo da mandiocaba (mandioca açucarada) do Pará feito no campus de Planaltina obteve oito toneladas/ha. "Nossa meta visa transferir os genes de adaptação ao Cerrado", diz Alano.
Teste com DNA apontou diferença de material melhorado. A mandioca açucarada tem chance de chegar a 40 t/ha (a média nacional é 13 t) e competir com a cana-de-açúcar. Produtores do Vale do Urucuia tendem a fazer essa experiência.
Apoio ao associativismo
"Agora, o acesso ao crédito do BB está democratizado quando se trata de contemplar modelos associativistas ou cooperativistas", garante Carvalho. Ele está satisfeito com o trabalho da fundação.
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Pesquisador Alano prevê 40 toneladas por hectare |
Para que serve o dinheiro da fundação? Para agregar valor à mandioca com marca, armazenagem e beneficiamento. Agentes de desenvolvimento rural sustentável trabalham nas superintendências do BB com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e um canal de TV fechada completa o trabalho deles.
Há oito anos a Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável Vale do Rio Urucuia trabalha no projeto "Urucuia Grande Sertão", pelo fortalecimento da agricultura familiar, com metas voltadas para a diversificação da produção agropecuária dentro da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Agência debate projeto nas escolas
ARINOS, MG — As escolas municipais promovem a discussão do projeto com os alunos. Tudo é enfatizado de maneira a fixar o homem no lugar e evitar o êxodo rural. "É um trabalho que deve durar até 2022, mas estamos evoluindo porque eles serão protagonistas do conhecimento que vai brotar entre os saberes escolares e científicos", comenta o diretor José Idelbrando Ferreira de Souza, que também é vereador pelo PT.
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Idelbrando e Irene trabalham no projeto de agricultura sustentável e inclusão digital |
"O projeto nasceu de um contraditório causado pelo baixo índice de desenvolvimento humano na região, e isso nos estimulou a mudar", ele conta. A agência nasceu para diversificar o capital social, independentemente das alternativas de governo e das administrações locais.
Na pequena sede social, na Rua Benevides Borges Carneiro, no Bairro Primavera II, ela ganhou uma estação digital, onde jovens e adultos aprendem informática e usufruem da biblioteca. Diversas vezes o município recebeu recursos de organizações não-governamentais, mas no final da aplicação elas iam embora e os programas não tinham continuidade.
A própria história de Souza revela a realidade da região. De família pobre, ele lembra ter mudado de casa mais de 20 vezes, trabalhou duro e foi picado de cobra, mas enxergou na fixação do homem a consolidação de qualquer projeto social para a região.
Sob a presidência de Dionete Figueiredo Barbosa, ele coordena os serviços da agência, junto com a secretária-executiva Irene Gomes Guedes e o pedagogo Rafael Pinzón Rueda, colombiano com passagens pelos estados do Acre e do Pará.
"Aqui já vivemos períodos mais difíceis: os veranicos de 2006 e 2007 desafiaram pequenos produtores e grandes fazendeiros. Tudo passou, e agora temos que olhar para a frente", ele diz. Rueda vive no vale há mais de três década e é apaixonado pelo sertão.
A equipe passa semanas sonhando com o futuro e planejando atividades para escolares e agricultores. Parceria entre a agência, a Prefeitura de Unaí e a Fundação Banco do Brasil permitiu há dois anos o início da construção de 300 barraginhas, capazes de armazenar cerca de 200 mil litros de água das chuvas. O volume é depositado no lençol freático para o aumento das águas das grotas, córregos e nascentes. (M.C.)
Fonte: Montezuma - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião
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