Domingo, 10 de agosto de 2014 - 10h15
Há um provérbio que diz que “ninguém será profeta na sua própria terra”. Sob diversas formas é verdade verdadeira!
Afinal, quantos amazonenses, paraenses, potiguares, paraibanos, cearenses, capixabas, gaúchos, paranaenses, baianos, catarinenses, goianos e outros conterrâneos que, deixando suas regiões de origem, fizeram-se presentes aqui em Rondônia e, ultrapassando desafios, tornaram-se vencedores nestas paragens do poente.
Na outra vertente, quantos rondonienses, saindo da terra natal, em busca de melhores perspectivas, pedindo que Deus do Céu o ajudasse, chorando, fazendo figa, deixando namorada, amigos, irmãos, pai e mãe, avô e avó, rumaram em direção à conquista do próprio infinito e, chegando no Sul, abriram seus espaços nos campos profissionais escolhidos, mas, pensando em retornar, não voltaram?
Mas, as saudades bateram nas portas das suas lembranças e nos sinos dos seus corações... quantas vezes ante o excesso de solidão, abateram-se e choraram. Recordações que nem mitigavam a dor da partida e nem os consolavam porque a tristeza amplia a saudade que desemboca em lágrimas, rios de choro, tributários amargos da angústia.
Lembranças das águas barrentas, dos benjamins da praça, da batida do sino da igrejinha, dos papos e dos jogos com os amigos de infância, das festas e das gozações, da vida nesta fronteira, palco das histórias da sua geração, que vivenciaram.
Mas, depois de um tempo, já adaptado à nova sociedade que o acolheu transformou-se no herói de si mesmo, porque venceu aonde outros não prosperaram e ergueu noutra terra a bandeira de sua família, ampliando-a com um casamento que lhe trouxe os netos para os pais deixados saudosos nas terras mamorenses.
E ele, ficou de voltar, mas não voltou... Quem sai da terra natal, em outros campos não pára...
E há até uma justificativa: a falta de oportunidades no chão de origem, a vida encaminha o homem ou a mulher para a busca de novos desafios, nem sempre encontrados aonde vive; vai daí que, municiando-se com a couraça da coragem, vai à luta, ganha o “Ita do Norte”, embora carecedor de oportunidades que lhe vão sendo negadas, num primeiro momento, eis que um dia, as adversidades vão embora porque sobrou-lhe vergonha na cara e vicejou nele a intrépida vontade de vencer.
A insegurança e o medo são substituídos por uma energia chamada vontade férrea condutora da chama que o leva à vitória.
Há uma frase atribuída a Henri Ford que nos ensina: "Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam." Com efeito, se o desarrimo passar a alimentar a própria desesperança, jamais haverá um vento propício a deixar o navegante num porto seguro. Sêneca que me perdoe por tê-lo ressuscitado neste instante.
Existem mulheres e homens talentosos, mas a quem são negados reconhecimento e valorização, seja porque representam a virtude da humildade, seja porque, na convivência entre seus pares, não são descobertas nem a grandiosidade das suas ações e nem a multiplicidade de seus créditos como pessoa ou como cidadão, nem o elevado quilate do patrimônio moral e profissional que lhe sobram.
Afinal, acostumaram-se ao derredor a vê-los como uma peça da casa, do escritório, da oficina, da loja de comércio, ou do ambiente industrial ou religioso em que vivem. Há quem afirme que, a exemplo de José do Egito, um estranho poderá enxergar os atributos universais que, eventualmente, alguém de outra terra possui (ou da própria aonde vegeta), e aonde é sub-aproveitado, em prejuízo da necessária boa gestão.
Os daqui que se tornaram vencedores noutras terras, equivalem-se àqueles que, sem oportunidades alhures, conquistaram novos horizontes nas terras rondonienses, que os receberam tão bem, razão de merecer esta região o respeito, a gratidão, a devoção de alma e de espírito sejam eles executivos, empresários ou políticos.
Finalmente vale repetir ”ninguém é profeta na sua terra... e nem na sua casa”...
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