Quarta-feira, 23 de maio de 2018 - 06h57
SHOW - A grandeza do evento Rondônia Rural Show é medida pela quantidade de presidenciáveis que prometem visitar a festa, em Ji-Paraná. Geraldo Alkmin (PSDB), Álvaro Dias (PODEMOS), Ciro Gomes (PDT) e o militar estridente Jair Bolsonaro prometeram aos seus correligionários virem ao evento. Até esta terça-feira à tarde apenas o tucano havia confirmado presença.
NEGÓCIOS - A feira rural deve render ao agronegócio boas transações comerciais com um volume expressivo de vendas, especialmente em implementos agrícolas e tecnologia. Mas quem vai lucrar com a feira de negócios são os políticos rondonienses - sejam os fichas sujas, sejam os fichas limpas - que vão participar ativamente para tentar renovar o apoio do eleitor. Dependendo da reação das pessoas saberemos ao final se fazer política nessa carona é um bom negócio.
INCRA - O estande mais vistoso e de bom gosto é o do Incra.
Cletho Brito botou pra quebrar - como diria o jornalista Paulo Queiroz -
e montou um espetáculo de espaço com distribuição de títulos de terras e
créditos para os nossos pequenos produtores, além de uma exposição
sobre a questão agrária no Brasil e vídeo sobre a importância do Incra
para o desenvolvimento de Rondônia. De longe vai ser o mais requisitado.
PRESSÃO - Não fosse a pressão do deputado estadual Léo
Moraes (PODEMOS) e Hermínio Coelho (PCdoB) sobre o governador Daniel
Pereira (PSB) os aprovados no concurso público de 2014 para Polícia
Militar e Corpo de Bombeiros não seriam convocados aos postos de
trabalho.
CONTRA - Uma gravação com a voz do governador
desancando o concurso e os concursados, distribuída amplamente pelo
whatsapp nos mais diversos grupos, revela que esse concursados
garantiram a convocação devido à pressão dos parlamentares contra as
resistências do governador. Dependesse da vontade de Daniel Pereira
outro concurso seria realizado para evitar que candidatos sem curso
superior fossem aprovados.
O ESPECIALISTA - O governador
Daniel Pereira tem repetido por onde passa que é um especialista em
segurança, embora ninguém conheça uma publicação ou pesquisa
dele sobre o tema e que seja referência de política pública. Ao
aceitarmos essa lógica, muita gente vai reivindicar especialização.
VOO
- Em conversa com a coluna, o deputado federal Marcos Rogério (DEM)
informou que é candidato à reeleição. Entretanto, não descartou mudar o
projeto e entrar na disputa por um cargo majoritário dependendo das
circunstâncias políticas e judiciais. Ele lembra que o processo político
estadual ainda está confuso, mas na medida que se aproximam as
convenções os partidos vão se organizando em torno de projetos sólidos
para que evitem aventuras.
POLÊMICA - Quanto à polêmica
da criação do Conselho Estadual GLBTT em que se meteu ao criticar a
aprovação pela Assembleia Legislativa, Marcos explicou que manipularam
uma fala reservada que fez destinada a um segmento de lideranças
religiosas já que não teceu nenhuma crítica à atividade parlamentar dos
deputados estaduais. Disse que sua fala ficou circunscrita à posição
contrária ao ativismo relativo ao tema ideologia do gênero sem que isto
signifique uma cruzada contra as opções sexuais de quem quer que seja.
REQUENTADO
- A polêmica do conselho terminou requentando denúncias que o deputado
Marcos Rogério já havia explicado ano retrasado quando relatou o
processo de cassação do ex-deputado Eduardo Cunha. Aliás, os fatos
chegaram a ser investigados pela grande mídia que constatou que não
havia nada de anormal quanto à aquisição de uma cota (no total de três)
de uma aeronave.
ADIN - A Ação Direta de
Inconstitucionalidade número 97.061/18, interposta pelo Ministério
Público Federal contra a Emenda Constitucional 98 de 06 de dezembro de
2017, põe em risco todo o processo de transposição dos servidores dos
ex-territórios para os quadros da União.
AMEAÇADOS - Nos
argumentos a Procuradora da República Raquel Dodge sustenta que a emenda
guerreada altera o artigo 31 da Emenda Constitucional 19 de 4 de junho
de 1988, ao alargar o alcance da norma anterior no que pertine à
inclusão, em quadro de extinção da Administração Pública dos ex-
Territórios na fase de instalação dessas unidades federadas. O
argumento, sendo acolhido pelo STF, é uma ameça a todo trabalho político
e legislativo feito até agora para que a transposição seja uma
realidade. É hora de abrir o olho e colocar muita pressão em sentido
contrário. Dois advogados com os quais a coluna consultou sobre a ameaça
manifestaram muita preocupação.