Terça-feira, 9 de fevereiro de 2021 - 16h58
COLAPSO
Ao reconhecer no Jornal Nacional que o sistema de saúde de
Rondônia entrou em colapso, Fernando Máximo, Secretário Estadual da Saúde, por
vias indiretas, reconheceu que o executivo estadual errou no planejamento dos
leitos. Mas se observarmos as falas do chefe do executivo vamos verificar que
em relação à fase mais restritiva, quando é possível evitar que o vírus tenha
uma maior propagação, o governo falhou.
PROTOCOLOS
E falhou porque optou em seguir uma orientação ideológica no
enfrentamento da doença ao invés das recomendações científicas. Uma imersão nas
entrevistas do secretário, governador e apaniguados no início da pandemia
veremos que todos eles indicavam protocolos com drogas que os cientistas e
infectologistas mais renomados garantem que não possuem serventia para nada, especialmente
para prevenção da Covid 19. Mas o Governo de Rondônia insistia nestes
protocolos. O caos encontrou no estado, assim como no Amazonas, um terreno
propício para se propagar e ceifar vidas em razão de uma visão política coalha
em seu enfrentamento.
SAUDADES
Podemos falar o que quisermos dos defeitos do antecessor de
Fernando Máximo na Sesau, mas Williames Pimentel foi operoso na pasta em
resolutividade, gestão e competência. Enquanto o atual é bom de papo furado, o
antecessor era econômico nas palavras e um trator no enfrentamento dos
problemas. Embora a coluna criticasse a forma grosseira pela qual Pimentel
tratava alguns subordinados, ele saberia encarar com competência a atual crise
sanitária que assola o sistema de saúde rondoniense, e não estaríamos no caos
que estamos imersos, contabilizando todos os dias os nossos mortos. Falta a
Máximo o mínimo de resolutividade e operosidade na condução da pasta. Eita
saudades do gordo grosseiro...
ELEIÇÕES
No segundo semestre as eleições estaduais do próximo ano entram
definitivamente na pauta eleitoral com os grupos partidários se agrupando. O
governador Marcos Rocha está sem partido e avalia em qual deles deverá
ingressar para disputar a reeleição, apesar de repetir o mesmo mantra dos
antecessores de que não definiu a candidatura.
Dos partidos grandes, com tempo razoável de TV e rádio, poucos
estão disponíveis para filiar Rocha, exceto o retorno ao PSL. Nesta campanha
necessitará de um bom tempo da TV e rádio para se defender dos ataques e defender
as ações do governo, diferente da anterior que dispunha de poucos segundos, mas
foi puxado pela onda bolsonarista. Como dispõe de tempo para escolher o partido
a ingressar vai procrastinar o que puder antes de filiar.
MANTRA
Agora, diferente de 2018, o coronel Marcos Rocha vai à
reeleição sob o crivo da avaliação do eleitor que julgará nas urnas as ações
concretas de governo e não mais aquele discurso vazio que pedia o voto sob a
justificativa de ser amigo do Bolsonaro. As eleições municipais são exemplos de
que este discurso não vinga em 2022. Rocha terá que mudar o mantra que tanto
repetiu senão os concorrentes desmontam seu discurso nos debates que deverão
ocorrer nas eleições do ano que vem. É possível que evite participar de todos,
embora o da Record e da Globo não tem como fugir.
RUDE
Mesmo reconhecendo que as providências restritivas adotadas por
algumas prefeituras de Rondônia para conter o coronavírus estejam corretas - o
que provoca aos setores mais atingidos (restaurante, bares, eventos, bodegas,
cabeleireiro, entre outras) irritações e reações mais acerbas -, os prefeitos
alvos dessas desconformidades deveriam controlar os nervos e relevarem as
críticas. Quem está em cargo público corre o risco de injustiças e críticas, o
que é absolutamente normal numa democracia. Contudo, xingar e ameaçar aqueles
que discordam não é forma mais adequada para um prefeito. Foi o que ocorreu em
Ji-Paraná quando o chefe do executivo municipal rebateu um contribuinte de
forma rude e incivilizada.
OUTDOOR
Enquanto os órgãos de controle permanecem aparentemente
inertes, coube ao advogado Caetano Neto ingressar com uma ação na Justiça
Estadual visando responsabilizar Marcos Rocha por propaganda antecipada ao
colocar outdoor no estado com mensagens de feitos administrativos que ferem
dispositivos constitucionais, a exemplo da impessoalidade. O advogado requer
uma investigação e que os recursos gastos com a peça promocional sejam
devolvidos ao tesouro com as reponsabilidades civis e penais dos que deram causa.
TARTARUGA
A continuar a lentidão com que estão vacinando ainda os
profissionais de saúde que estão no front do combate à Covid, a população nas
faixas abaixo de 80 anos continuará sendo contaminada e alguns indo a óbito em
razão da falta de vacinas suficientes para imunizar com mais rapidez os
rondonienses. Já há previsões catastróficas de uma suposta terceira onda de
contaminação feita por pesquisadores respeitáveis e infectologistas renomados.
A verdade é que nossas autoridades continuam errando no enfrentamento ao
vírus.
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