Quarta-feira, 23 de outubro de 2019 - 06h54
SAÚDE
Desde que tomou posse na
função de Secretário Estadual da Saúde, o médico Fernando Máximo prometia
melhorar as unidades de saúde, em particular o João Paulo II, onde bateu ponto
por vários anos, mas parece que foi apenas mais uma promessa de quem trabalha
na pasta sem a capacidade gerencial. Quem visita o João Paulo percebe que nada
mudou da administração passada para a atual, com mais um agravante: as
cirurgias agora estão suspensas por falta de anestesistas. No entorno do
Secretário o máximo é inflar seu ego como provável candidato a candidato a
prefeito da capital. A Sesau continua na UTI.
PR
O Partido da República está
sendo preparado para receber um número enorme de filiados até março do ano que
entra, quando abre-se mais uma janela para que os políticos com mandatos possam
mudar de partido sem perder os mandatos. A vedete mais aguardada é o presidente
da Assembleia Legislativa, deputado Laerte Gomes, já que os atuais dirigentes
do PSDB, partido pelo qual foi eleito, ignoram o parlamentar e o tratam sob o
tacape. A Gomes não restará outra saída senão deixar o ninho dos tucanos para
voos maiores pelo PR.
PROCRASTINATÓRIO
Como esta coluna já havia
antecipado, os recursos manejados nesses últimos dez anos no STJ por Edson
Martins (MDB) e que permitiram exercer mais três mandatos de deputado estadual,
eram protelatórios. E, quando julgados definitivamente, ele tomaria tinta. O
STJ julgou improcedente o recurso de embargos do parlamentar e, após
publicação, ficará inabilitado pela lei da ficha suja por oito anos, com a
perda imediata da atual função. O
suplente deveria agir também porque o parlamentar já provou que nos bastidores
que é capaz de qualquer chicana jurídica para manter o cargo, embora os fatos
da cassação sejam óbvios.
RESISTÊNCIA
Temos que reconhecer que o
deputado Edson Martins resistiu ao processo por anos seguidos, embora quem
conseguiu acesso aos autos garanta que os fatos eram robustos. Foi um processo
longo que entra nas estatísticas judiciais como anormal em relação à celeridade
jurisdicional, mas este é o preço que o mundo civilizado paga em respeito às
garantias constitucionais. A justiça tarda, mas não falha. Caberá ao suplente
ficar de olho na publicação do acórdão para assumir a vaga de Edson Martins. O
problema para o suplente reside na capacidade que o parlamentar possui de
resistir...
CASCATA
Os preços exorbitantes que são
cobrados pelos quilowatts da energia elétrica aqui, e em qualquer outro estado,
exigem das autoridades manifestações de indignação. Muitos políticos aproveitam
a reação de inconformismo da população pelos boletos da energia elétrica
extorsivos para tirar uma casca. A maioria dos políticos que hoje demoniza a
empresa distribuidora é a mesma que aplaudiu quando a empresa de energia de
Rondônia (Ceron) foi privatizada. No leilão da privatização sabia-se
antecipadamente que no contrato constava aumento das tarifas e demissão dos
servidores da ex-estatal. O resto é cascata e discurso vazio. O que não exclui
o direito de protestar.
CASA DA MÃE JOANA
O PSL, partido que abrigou os
bolsonaristas juramentados nas eleições vitoriosas de 2018, está em pé de
guerra com o seu principal mandatário: Jair Bolsonaro. Partiu do presidente a
ordem para que os deputados federais da legenda alvejassem o delegado Waldir da
liderança para seu rebento, Eduardo Bolsonaro (Zero dois), assumisse a liderança
em substituição ao delegado. Como tomou de assalto a liderança, dificilmente o
filho Zero Dois do presidente consiga manter a indicação do seu nome para a
embaixada americana, visto que no Senado Federal, responsável pela aprovação do
nome, a maioria dos seus membros não escondem a contrariedade com a indicação.
O PSL virou Casa de Mãe Joana onde ninguém mais se entende.
DUELOS
A guerra que assola
nacionalmente o PSL terá reflexos nos estados, embora na bancada federal da
Câmara dos Deputados o grupo favorável ao delegado Waldir e ao donatário da
agremiação, Luciano Bivar, e o duelo entre os dois grupos já deixou vítimas
depois que Bolsonaro destituiu a deputada paulista Joice Hasselmann da
liderança do governo e indicou como substituto um senador do velho MDB. É a
velha política retornando à ribalta. Em Rondônia, por exemplo, o governador
Marcos Rocha conseguiu alvejar do PSL o empresário Jaime Bagattoli, atualmente
sem partido.
STF
O Supremo Tribunal Federal
começou a debater mais uma vez a aplicação da execução imediata de sentença em
segundo grau. É uma questão complexa de natureza constitucional que afetou uma
parte considerável da população. Parte desta passou a opinar, em grande parte,
compostas por pessoas intolerantes que exigem a obrigatoriedade da aplicação
sem o mínimo de conhecimento em relação à
matéria. O tema afetou tão forte os corações mais exaltados de tal modo
que os partidários desfavoráveis à aplicação
da norma da forma atualmente interpretada por razões jurídicas são demonizados,
quando não são insultados. Há insano que berra nas mídias sociais exigindo o
fechamento do Supremo, embora não saiba interpretar uma frase mais simples,
imaginem norma!
DIVIDIDO
Por três vezes que os ministros do Supremo analisaram a norma de não culpabilidade em casos concretos, a tese da aplicação imediata da execução da sentença saiu vitoriosa por um voto de diferença, mas não foi em repercussão geral, ou seja, aplicada a todos os casos. É uma questão tão complexa que divide o STF e dividiu a população. No entanto, nesta votação a repercussão geral e vai ser aplicada a todos os casos. É lamentável numa democracia que uma decisão com repercussão geral emanada da Suprema Corte vire alvo das mais absurdas teorias conspiratórias e provoca em algumas pessoas tanto ódio.
LIMITES
O STF tem que decidir dentro
dos limites da lei e interpretar a norma fundamentada naquilo que quis
expressar o legislador ordinário. Quando o legislador pretendeu expressar de
forma clara uma vedação ou um comando de forma sem margem de interpretações hermenêuticas,
o fez no texto da norma ordenando o comando de como aplicá-la. Esse papo de que
quem tem posição diversa sobre a execução da pena imediatamente é favorável à
impunidade não passa de pura lorota. Caso os órgãos jurisdicionais queiram dar
celeridade aos processos, modernizem seus sistemas, contratem mais
serventuários e juízes. Cortando os penduricalhos, sobram recursos.
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