Quarta-feira, 6 de junho de 2018 - 05h01
PRECEDENTE – O resultado das eleições suplementares do município de Vilhena revelou que aquela população não caiu na esparrela da família Donadon e elegeu o candidato adversário, Eduardo japonês (PV). Rosani Donadon (MDB) havia sido defenestrada do cargo de prefeita recentemente e decidiu disputar as eleições suplementares mesmo com o indeferimento do registro da candidatura pela Justiça Eleitoral. O eleitor de Vilhena resolveu cassá-la nas urnas e evitar mais uma vez a judicialização do resultado.
PRECEDENTE - Esta eleição vilhenense é um aviso do eleitor para os políticos que insistem nas velhas práticas eleitorais. É também um alerta aos que estão encalacrados judicialmente, visto que a Justiça Eleitoral está sendo mais rigorosa ao denegar liminares a candidatos com condenações colegiadas e que insistiram em disputar o pleito. Um precedente que deverá prevalecer nas eleições em outubro próximo.
ABSTENÇÃO – O número de eleitores inscritos em Vilhena e que deixaram de comparecer às urnas ultrapassou as cifras 25%, um percentual de abstenção alto e que sugere uma manifestação silenciosa de indignação dos eleitores com os políticos e os respectivos partidos que estão filiados. Estes números podem aumentar em outubro com a pulverização das candidaturas e a utilização criminosa de fake news.
ESTÍMULO – Na medida que se aproximam as convenções – julho – os partidos começam a avançar nas conversações visando a formação das coligações com a definição dos respectivos candidatos nas vagas majoritárias. O deputado federal Marcos Rogério (DEM), por exemplo, está sendo estimulado a disputar as eleições ao Senado Federal.
ACIRRAMENTO - Uma candidatura do deputado Marcos Rogério à vaga na Câmara Alta é um balde de água fria nas pretensões do ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB). Ambos são do mesmo colégio eleitoral e, se disputarem, um deles sairia prejudicado em razão do acirramento do processo eleitoral já que estão em coligações adversárias. Na hipótese de o democrata mudar da ideia original em trocar a disputa da Câmara Baixa pela Alta, a saída do ex-prefeito seria inverter também a pretensão original.
DESENCANTO – Três deputados estaduais que eram entusiastas da ascensão de Daniel Pereira (PSB) à titularidade do Governo de Rondônia, em conversa reservada com este cabeça chata, revelaram que perderam o encanto pelo governador. Um deles se queixou da falta de humildade e outro da dificuldade em conversar com o ilustre mandatário. O terceiro parlamentar lembrou que antes de assumir o novo cargo Daniel costumava filar o café na sua casa, mas ao assumir à chefia do executivo estadual criou obstáculos para que os velhos aliados tivessem acesso diário a ele. Daí o desencanto.
PARADOXO – Num intervalo em menos dois meses o programa dominical da Rede Globo “Fantástico” veiculou duas reportagens sobre violência em Rondônia que mostrou duas facetas da mesma moeda. A primeira narrou sobre o alto índice de solução nos crimes contra a vida investigados pela Polícia Civil lotada no município de Pimenta Bueno; A segunda, mostrado domingo passado, a vulgarização do crime contra a vida com imagens e áudio de contratação da pistolagem por uma suposta quadrilha formada por fazendeiros. Em ambas as reportagens o que se deduz é que a violência se reinstalou no estado aos moldes da época do ciclo do ouro onde os delinquentes impunham a lei.
JARARACA – Em depoimento nesta terça-feira (5), por vídeo conferência, como testemunha de defesa no caso envolvendo uma suposta compra de votos para que o Brasil sagrasse vencedor na disputa pela organização das Olimpíadas no Rio de Janeiro, Lula conseguiu espaço para fazer o que mais gosta que é política. Ao responder um comentário feito pelo juiz Marcelo Bretas de que já teria participado uniformizado em comício do ex-presidente no final dos anos oitenta, Lula não perdeu tempo e disse bem-humorado: “quando fizer um comício agora, eu vou chamar o senhor para participar”, respondeu Lula, para o riso dos presentes à audiência. É o que dá cutucar no rabo de uma jararaca que ainda dá sinais de vitalidade, embora privado da liberdade.
LEGITIMIDADE – A ausência física da ex-senadora Fátima Cleide (PT) do estado por um tempo não a descredencia em pleitear outra vez a uma vaga senatorial. Fátima nasceu aqui, conhece a realidade estadual e nunca deixou de participar das atividades partidárias em Rondônia. É absolutamente legítima a postulação que os petistas anunciam. O que o eleitor tem que avaliar é se as propostas da ex-senadora ainda são inovadoras e se atendem as expectativas de Rondônia. Há tanta gente com reputação pior que ela e está na disputa sem ninguém falar nada. Mesmo reconhecendo a legitimidade, não significa que este colunista seja um eleitor da ex-senadora. E não sou!
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