Terça-feira, 24 de maio de 2016 - 15h53
Robson Oliveira
Crise
Como a crise nacional continua pautando a mídia a cada dia com revelações cada vez mais bombásticas, as disputas das eleições municipais vão ficando em segundo plano, embora estejamos próximos do calendário oficial das eleições a partir das convenções. Em Porto Velho, por exemplo, único candidato confirmado é o prefeito pessimamente avaliado Mauro Nazif (PSB) já que os demais partidos não definem os seus candidatos.
Indefinição
No PSDB todos esperam uma definição da deputada federal Mariana Carvalho, mesmo sabendo que ela em várias oportunidades revelou em ‘off’ que não está disposta a disputar as eleições municipais da capital. Se aceitar a pressão paterna e de alguns tucanos mais próximos, a parlamentar vai a uma eleição sem o mesmo entusiasmo da passada o que pode ser facilmente percebido pelo eleitor e ser fatal na campanha. São inúmeros os exemplos de candidaturas inicialmente imbatíveis fracassarem no final da eleição. A indefinição ajuda a minar o favoritismo.
Incógnita
Embora seja de uma safra nova de políticos com atuação elogiável junto à população, o jovem deputado estadual Léo Moraes (PTB) também erra ao vacilar em assumir a postulação esperando que os tucanos definam o candidato. Quem quer vencer um pleito não escolhe o opositor, entra na disputa com vontade de ganhar e propostas a oferecer ao eleitor: mesmo que sejam inexequíveis. É uma postulação sempre lembrada pelo eleitor, mas é uma incógnita numa campanha majoritária visto que as pessoas que o cercam hoje são aprendizes na área.
Desgastado
Mesmo não sendo neófito em disputa, inclusive as mais adversas, o petista Roberto Sobrinho é conhecido e tenta reconstruir sua vida eleitoral depois de um segundo mandato marcado por desastres administrativos, jurídicos e políticos. Não pode ser subestimado ante a máxima de que o eleitor tem memória fraca. Também não deve ser superestimada a pretensão em retornar ao posto de prefeito porque é de longe o mais desgastado entre os supostos candidatos. Apesar da administração de Mauro Nazif ser muito ruim, conspira ao seu favor uma situação política menos atribulada do que o antecessor petista.
Noviço
O PMDB já anunciou que vai indicar na convenção o nome do Secretário Estadual da Saúde Williams Pimentel para suceder Mauro. Gestor da área da saúde considerado bom numa seara imensa de incompetentes é uma aposta reforçada pelo apoio do governador Confúcio Moura e do senador Valdir Raupp, dois dos principais caciques da política estadual. São reforços consideráveis a qualquer candidato na medida em que podem colaborar na estrutura da campanha, mas não ser tão decisivos na hora da votação já que o eleitor da capital não segue a lógica do cabresto quando é chamado a urna. Noviço em disputa eleitoral, Pimentel tem a pecha de tratar as pessoas com brutalidade e arrogância, atributos incompatíveis a quem pensa governá-los.
Perfil
O deputado estadual Ribamar Araújo (PR), provável candidato, é um político experiente e com bons antecedentes já que não há informação dele envolvido em malfeitos. O problema está no perfil sisudo em abordar as questões de interesse dos munícipes e ao se confrontar com os desafetos. Como vai ser uma campanha decisiva de mídia, exigirá dos seus marqueteiros suavizar a aparição nos programas de TV e conter o ímpeto carrancudo em abordar tema polêmicos. Por enquanto, o perfil sisudo é o maior óbice. Em política, às vezes intransponíveis.
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