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Gente de Opinião

Robson Oliveira

Alô, Alô CREMERO, responde...


 A coluna desta semana abre suas maltraçadas linhas para repudiar com veemência a tentativa de homicídio sofrida pelo amigo jornalista Rubens Coutinho, editor do site Tudorondonia, ocorrido na madrugada do dia 1 (sábado), num bar, localizado na Avenida Pinheiro Machado (conhecida como calçada da fama), perpetrado pelo ex-diretor Geral do Hospital João Paulo II, médico e lutador profissional de Jiu-Jitsu, Sérgio Paulo Mello Mendes Filho.

Esta não é a primeira vez que o médico e lutador profissional investe com violência contra o jornalista: em duas outras oportunidades fez ameaças expressas contra a dignidade e a vida de Rubens Coutinho em encontros casuais e públicos. Fatos estes devidamente registrados em Boletim de Ocorrência na Polícia Civil.

O que estranha é o silêncio nos três episódios com que se comporta o Conselho Regional de Medicina (CREMERO), quedando-se diante de fatos reprováveis de um de seus inscritos.

Aliás, no primeiro episódio (aquele das cenas no João Paulo II), sequer condenou publicamente o médico (e dublê de lutador de rua), quando o mesmo alegou ter-se autoaplicado uma anestesia, sem a especialização exigida para o exercício da profissão.

O CREMERO fala alto e faz o maior salseiro contra governos, hospitais ou universidades que deixam de cumprir qualquer de uma das suas resoluções, especialmente aquelas corporativistas, mas não dá uma pequena palavra de reprovação quando um dos seus membros comete crime de tal gravame: ao atentar contra a vida de um jornalista que possui como arma a palavra e a escrita.

O médico e lutador de artes marciais, Sérgio Paulo Mello Mendes Filho, passou a ameaçar todos os jornalistas da capital (entre eles Rubinho) que cumpriram suas funções ao divulgar um vídeo que registrava o então médico e lutador sendo algemado por policiais, em trajes menores, nas dependências da própria Unidade Hospitalar Pública (João Paulo II), onde exercia o cargo de Diretor.

Quem viu as cenas (seja pessoalmente ou pelos sites) ficou perplexo com a violência com que Sérgio Paulo Mello Mendes Filho investia contra os policiais que tentavam controlar sua fúria. Imagens que seriam notícias aqui ou alhures por se tratar de uma pessoa pública e detentora de cargo de confiança no Governo do Estado e de alta relevância social. Portanto, o jornalista agiu dentro do que norteia os manuais de nossa profissão. Não informou nem mais nem menos daquilo que ocorreu envolvendo o então detentor de um cargo público.

As ameaças do tresloucado médico e lutador profissional, especialmente ao Rubinho, são formas de intimidar os jornalistas e o impedimento da divulgação de informações deve ser sempre rechaçado por todos aqueles que defendem a liberdade de expressão como um dos fundamentos de uma sociedade democrática.

A violência contra jornalistas foi um dos motivos que levaram associações que representam a imprensa no Brasil e em outros países da região a formalizar a "Declaração de Santiago sobre a liberdade de imprensa na América Latina". O documento foi divulgado no dia 03 de maio passado, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Diante das ameaças e agressões perpetradas no continente contra os profissionais da imprensa, a ‘Declaração de Santiago’ reafirma a importância da liberdade para o debate público, para a formação de valores democráticos e para a fiscalização das autoridades por parte dos cidadãos. O documento critica ainda a tolerância dos governos democráticos da América Latina com estas agressões contra os meios de comunicação e jornalistas.

A liberdade de imprensa não é um bem apenas afeto aos órgãos de imprensa e seus repórteres, mas um bem essencial e fundamental ao próprio Estado Democrático de Direito: consagrado em nossa Carta Magna.

Esses crimes contra os jornalistas, contra os comunicadores, são crimes contra a democracia, são crimes contra a sociedade, são crimes também contra os direitos humanos. Pior ainda quando é praticado por um elemento que, por dever de ofício, deveria proteger a vida e não tentar ceifá-la.

Não bastasse atentar contra a vida de Rubens Coutinho, o médico pugilista, no mesmo momento em que o jornalista dava entrada desmaiado no Pronto Socorro do Hospital 9 de Julho, registrava um Boletim de Ocorrência alegando ser ele a vítima de uma suposta ameaça do nocauteado jornalista.

Esta conduta de deboche do médico e lutador de rua, em inverter os fatos e imputar à vítima o crime de ameaça contra sua integridade, demonstra um traço psicológico nada recomendado ao convívio social. Não bastasse esmurrar, golpear com uma garrafa, humilhar publicamente um profissional íntegro e competente, Sérgio de Paulo Mello Filho tripudiou com a polícia rondoniense e atentou contra a dignidade de todos os profissionais de imprensa. Tudo devidamente testemunhado por dezenas de pessoas presente ao bar.

E agora CREMERO? Vão ficar silentes, aguardando que o médico ‘vale tudo’ esmurre ou tire a vida de outro jornalista?

Aproveito o espaço para requerer ao Secretário de Estado da Segurança garantias de que o pugilista não invista igualmente contra este ‘cabeça-chata’ por denunciar o homicídio tentado que Sérgio Paulo Mello Filho perpetrou contra um colega de profissão. Senão serei obrigado à repetir a cena do David contra Golias (a pedra já providenciei).

Alô, Alô CREMERO, RESPONDE...

Fonte: Robson Oliveira

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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