Terça-feira, 7 de junho de 2022 - 13h25
ATENTADO
O
site Rondoniadinamica relatou em editorial um verdadeiro atentado às
prerrogativas da edilidade ocorrido em Ji-Paraná contra um vereador que ousou
exercer livremente o mandato ao fiscalizar atos oriundos do executivo. Em razão
de exercer as prerrogativas que a função lhe confere, o presidente da Câmara
Municipal resolveu abrir processo para cassar o jovem vereador.
INFORMAÇÕES
O
processo de cassação começou porque o vereador Bruno Carvalho, do
Solidariedade, requereu informações ao executivo municipal sobre a lista dos
principais devedores do município, uma vez que tramita no legislativo de
Ji-Paraná um projeto de lei (Refis) que concede anistia aos devedores de
tributos, além de autorizar prazos elásticos para quitação do débito principal.
Como o prefeito Isaú Fonseca ignorou o pedido, Bruno acionou o Ministério
Público para que o órgão ministerial forçasse o prefeito a fornecer as
informações e, por este motivo, o edil está sendo ameaçado de perder o
mandato.
DESCOBERTA
O
que intriga nessa contenda é que na lista dos devedores consta empresa ligada
ao prefeito Isaú Fonseca, razão pela qual ignorou o requerimento das
informações solicitadas pelo vereador. A abertura de um procedimento de
cassação de Bruno Carvalho é uma descarada perseguição à livre atuação do
vereador e um atentado despudorado às prerrogativas da edilidade. Para piorar a
situação, a Câmara que deveria defender a legítima atuação da edilidade, é a
mesma que tem atuado em sentido contrário para limar o mandato de um dos seus
membros, mesmo descobrindo que o prefeito é um dos principais interessados no
projeto de anistia.
FAMILIOCRACIA
Bruno
Carvalho é obrigado a se defender de um processo que tem como objetivo cassar o
mandato, manipulado pelo colega vereador Welinton Fonseca, presidente da Câmara
Municipal de Ji-Paraná, que vem a ser o filho do prefeito. É no mínimo
escandaloso um presidente de um poder atuar de ofício numa demanda em que tem
interesse no seu resultado, como é o caso em deslinde.
CONLUIO
Bruno
também é vítima de um conluio entre familiares que o querem fora do legislativo
para que não exerça as funções na edilidade com denodo e independência. A
usurpação da funções da vereança é um atentado contra garantias constitucionais
e a ameaça da cassação um crime indecoroso as prerrogativas legislativas que
devem (ou deveriam) ser preservadas pelos pares que se calam ante ao
vilipêndio. Interesses privados misturados com o público sempre resultam em
problemas para quem os confundem.
IMPENHORABILIDADE
Ao
flexibilizar a regra da impenhorabilidade do imóvel de família para atender
interesses dos bancos, o Congresso Nacional abriu um precedente que atenta
contra a proteção da dignidade familiar que a constituição prestigiou. Os dois
únicos parlamentares da Câmara Federal da bancada rondoniense que votaram
contra a anomalia foram os parlamentares Mauro Nazif (PSB) e Léo
Moraes (Podemos), os demais deputado federais sucumbiram aos interesses dos
donos de bancos. Uma vergonha que o eleitor tem como corrigir em outubro.
PESQUISA
Tudo
indica que o famoso instituto de pesquisa Ipespe, antigo Ibope, começa a
coletar dados esta semana em Rondônia. As pesquisas vêm contestadas por aqueles
que não aparecem bem postados nos números, o que é absolutamente normal. Mas
despertam a curiosidade de todos, inclusive dos negacionistas. Nestas eleições
elas estão no centro de todos os debates e vão ser contestadas até a abertura
das urnas, uma vez que há um movimento organizado para contestar o resultado do
processo eleitoral. Quem tem contratado o instituto é a XP Investimentos. Os
candidatos a governadores estão ávidos para conhecer os números.
TENDÊNCIA
Os
pré-candidatos a governadores já começaram a monitorar as eleições e também
contrataram institutos que revelaram uma eleição bem disputada em Rondônia. A
coluna conseguiu acesso aos números e analisou cada dado pesquisado. Não
podemos declinar os percentuais apurados por vedação judiciais, mas podemos
garantir que há a tendência de um quadro de indefinição que pode provocar novas
surpresas nas eleições estaduais. O que não é novidade por aqui.
TIROTEIO
Enquanto
a população, em particular da capital, está à mercê do aumento assustador da
violência, o governo assiste inerte às cenas de
bang que tomaram conta das ruas de Porto Velho. Não há um dia em que não é
registrado um tiroteio. O último ocorreu em pleno dia contra uma mulher na
frente de escola infantil por razões ainda misteriosas. Por pura sorte a vítima
saiu ilesa aos tiros.
INCAPACIDADE
Recentemente
foram divulgados os números nacionais da violência e Rondônia apareceu no topo.
Isto porque o estado é governado por um coronel da Polícia Militar, com um
auxiliar da área da segurança pública também oriundo das forças policiais e com
inúmeros colegas de caserna em cargos vitais. A incapacidade do coronel Marcos
Rocha em pacificar o estado revela um governo apático, indiferente e
insensível.
RABECÃO
Outro
dia o governador reuniu auxiliares para entregar festivamente um veículo
denominado “Caveirão”, similar aqueles utilizados no Rio de Janeiro para
facilitar a subida dos policiais aos morros. Diferente da geografia carioca,
não há morro por aqui que justifique a aquisição do veículo. Ao que parece, o
que falta ao governo é inteligência para combater a violência antes que ela
continue a avançar avassaladoramente. Algo que neste governo anda em escassez,
literalmente. Afugentar a poeira tem sido a principal meta governamental, mas a
violência não figura entre uma das prioridades.
TRANSPOSIÇÃO
Há
mais incertezas do que clareza sobre as normativas que foram expedidas nestes
últimos seis anos sobre o intrincado processo burocrático da transposição. O
órgão federal encarregado da análise dos processos (CEETX), embora tenha criado
canais para facilitar a comunicação com os servidores públicos
interessados em passar para os quadros federais, não consegue esclarecer os
pontos obscuros. Existe uma exploração política sobre o tema, especialmente em
ano eleitoral, mas as pessoas que aguardam anos pela transposição continuam com
as incertezas burocráticas sem uma solução concreta para suas demandas. Mesmo
aqueles que conseguiram ingressar na folha de pagamento do Governo Federal não
sabem como poderão mudar de faixas para melhorar os caraminguás. Os políticos
tentam faturar com a situação e os servidores ficam a ver navios. Uma realidade
que denota o desprezo com o servidor público que constrói as bases públicas
para o serviço público alcançar aqueles que dele necessitam.
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