Quinta-feira, 3 de março de 2022 - 08h01
APOIO
Não foi uma surpresa nos meios políticos o anúncio do apoio do
prefeito da capital Hildon Chaves (PSDB) à candidatura de reeleição do
governador Marcos Rocha (Muda Brasil). Há vários dias que o prefeito havia
informado aos seus principais aliados, incluído aí Expedito Junior (PSD), que
iria reunir a imprensa para fazer o anúncio antes da viagem de férias para USA.
O apoio foi uma decisão pessoal do prefeito que contou com a interlocução do
advogado Bruno Valverde junto ao chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves.
RASPUTIN
O advogado Bruno Valverde é hoje a figura com mais ascendência ao
prefeito e a conseguiu pela experiência política que acumulou na sua cidade
natal Maringá, quando atuou junto ao prefeito daquele município como dirigente
de uma organização social (OS), fatos para assunto de outra coluna. Nos
bastidores políticos, o apelido do advogado é Rasputin – que foi uma espécie de
figura mítica com uma enorme influência política sobre a família do Czar
Nicolau II, da Rússia.
AVISADO
Embora avisado dois dias antes, o ex-senador Expedito Junior
tentou em vão dissuadir o prefeito do anúncio. Alegou que o momento era
inapropriado em razão das conversas que os aliados entabulavam visando superar
os problemas que os partidos vêm enfrentando para as nominatas sem as
coligações.
ROMPIMENTO
A relação entre Hildon Chaves e Expedito Junior ficou arranhada
após a união do prefeito com o governador. Junior tem afirmado nos bastidores
que o amigo errou, mas não fala em rompimento. Mesmo tendo sido descartado pelos
articuladores governamentais da aliança. O ex-senador não esconde também
antipatia ao governante.
RELEVÂNCIA
Hildon Chaves deu de ombros às argumentações do aliado Expedito
Junior (ou ex) e anunciou o apoio a Marcos Rocha sem se preocupar com as movimentações
que se seguiriam após a decisão. O ato do prefeito em si é uma vitória
relevante do governador Marcos Rocha sobre os eventuais adversários nesta
pré-campanha. Nenhum tucano mais graduado seguiu imediatamente Hildon Chaves na
adesão, mas dizem que as conversas em relação á família Carvalho estão
avançadas.
WC
Após o evento festivo que contou com afagos e rasgação de seda
entre Hildon Chaves e Marcos Rocha, houve quem foi às redes sociais alegar que
a união em si era suficiente para que decretassem um golpe fatal às oposições.
Como se as eleições que sequer começaram para valer fossem resolvidas através
de negociatas entre os denominados “capas pretas”, sem a participação popular.
Ledo engano. Quem tem pressa come cru, pois vai ter disputa e a adesão
antecipada do prefeito da capital anunciando embarcar no “Titanic”
governamental ajudou as oposições a acelerarem as conversas. Não há eleição WC,
cada uma com suas especificidades, além das surpresas...
CONTA
Apesar da relevância de contar com um prefeito no momento bem
avaliado, não significa que os votos obtidos por Hildon Chaves nas últimas
eleições de Porto Velho sejam incondicionalmente computados nas eleições deste
ano para Marcos Rocha. Não é bem assim essa conta. E quem utiliza este cálculo para
cantar vitória antecipada tem que mudar de ramo.
PATULEIA
Mesmo Hildon deixando a condição de pré-candidato a governador
para se tornar um cabo eleitoral graduado, não significa que quem votou em 2021
nele votará em 2022 em quem ele (Hildon) apoiar. O eleitor da capital já
reprovou num passado próximo a junção entre adversários políticos a exemplo da
adesão do ex-prefeito Chiquilito Erse à reeleição de de governo de Valdir
Raupp. Apesar de gozar na época de uma excelente reputação junto ao eleitor de
Porto Velho, o apoio de Chico ao ex-governador não foi suficiente para diminuir
a rejeição de Valdir Raupp e a capital votou em massa em José Bianco. Um
exemplo clássico de que nem sempre a junção entre adversários pelo poder seja
assimilada pela patuleia.
DESGRAÇA
Outro político que rompeu com o grupo e virou a casaca foi o
ex-prefeito Carlinhos Camurça, também de Porto Velho. Camurça sempre esteve em
lado oposto ao peemedebista Valdir Raupp e nem por isto deixou de aderir também
à campanha de reeleição de Raupp – aliás, compôs a chapa na condição de
vice-governador. De lá para cá, Camurça nunca mais venceu as campanhas que
disputou. Caiu em desgraça com seu eleitorado e perambula nos meios políticos
feito um morto vivo, embora seja um sujeito cordato e afetuoso no trato com as
pessoas.
NOMES
Com a campanha do governador nas ruas, o mês de março será
determinante para que os demias prováveis candidatos a governador decidam o que
fazer, uma vez que abriu-se o prazo para que os parlamentares mudem de partido
nos próximos trinta dias. No momento a preocupação comum é filiar pessoas com
densidade política para tornar o partido viável a alcançar o quociente
eleitoral. Hoje quase todos estão com problemas pela escassez de nomes com
apelo eleitoral. As nominatas para deputados federais são as mais complicadas:
seja por falta nomes viáveis, seja por excesso de vaidades.
ALTERNATIVAS
Mesmo com a comemoração carnavalesca dos governistas pela união
com o alcaide portovelhense, existem boas alternativas para o Governo de
Rondônia, a exemplo do deputado federal Léo Moraes (Podemos), do professor
Vinicius Miguel (Cidadania), do ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires, entre
outros.
CARNAVAL
Ninguém que esteja fora do bloco do atual governo vai ficar parado
assistindo esta banda passar com uma multidão de fantasiados de ‘capa preta’
marcando o passo e passando a perna em quem está fora. Como diria Magalhães
Pinto: “Política é como nuvem, você olha ela está de um jeito. Olha de novo e
já mudou”. Ademais, os céus não são de brigadeiro, especialmente em momento de
beligerância entre os povos.
MINISTRO
Uma fonte da coluna confirmou que o senador rondoniense Marcos
Rogério (PL) deverá ser anunciado ministro do governo do presidente Jair
Bolsonaro, o senador desconversa quando instado a falar sobre o assunto para
evitar ser queimado antes do anúncio. Sua desistência em disputar o Governo de
Rondônia deixou os aliados sem rumo. Agora, cada um por si. A coluna meses
atrás havia antecipado que Rogério era contado para um ministério e que
aceitaria caso convidado. Bobo foi quem insistiu em seguir os passos do
senador na esperança que fosse governador.
CFM
O médico rondoniense Hiram Gallo assume no dia 1º de abril a
presidência do Conselho Federal de Medicina. É um cargo altamente relevante, em
particular para quem vem de um estado menor. Assim como ele, Manoel Carlos,
também rondoniense, presidiu por duas vezes o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN), e tem chances enormes de presidir mais uma vez daqui a dois
anos.
GUERRA
É inaceitável sob qualquer pretexto político o massacre a um povo
por outro. A guerra é uma invenção da ambição humana que não se contenta com o
que possui, além de uma aberração civilizatória. Não há diferença entre as
atrocidades praticadas contra os ucranianos com as contra os povos
árabes. Aniquilar o semelhante é uma iniquidade. Seja, Russa, seja
Americana.
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