Terça-feira, 29 de setembro de 2020 - 15h45
CAMPANHA
Os candidatos das eleições municipais estrearam nas plataformas digitais as primeiras peças da campanha digitais, local onde boa parte dos candidatos vai dispor de um melhor tempo para expor as propostas. É também nessa seara que as críticas mais acerbas e ácidas vão fluir com mais intensidade. Embora a justiça eleitoral prometa combater com veemência conteúdos vedados por lei.
REFORÇO
Como é uma campanha atípica em razão da pandemia, os comitês eleitorais terão que reforçar a vigilância dos excessos dos adversários nas plataformas, o que significa reforçar também o corpo jurídico antes que a eleição vire um território sem lei. Nessas plataformas alguns dos candidatos e seus seguidores fazem da ferramenta digital uma ferramenta do vale tudo. E não é assim. Quem abusou na eleição passada de robôs e do anonimato para atacar candidatos pode, nesta campanha, quebrar a cara e responder criminalmente pelos atos ilegítimos praticados. E na jurisdição eleitoral os processos são mais céleres e com penalidades rígidas.
EFEITO
Já começa a aparecer todo tipo de pesquisa com os resultados mais díspares na campanha da capital. No entanto, quem tem experiência com eleição em Porto Velho aprende que é um período eleitoral muito seletivo e um percentual mais denso decide por um dos candidatos dias antes da votação. E quando um dos candidatos tem empatia com este eleitor, o efeito eleitoral é de manada. Pesquisa registra tão somente o momento em que é apurada, o que explica reiterados erros nos resultados da capital em eleições pretéritas, embora nas ruas, os comitês mais atentos e estruturados conseguem perceber esse efeito. As pesquisas iniciais servem apenas como guia para evitar erros e corrigir estratégias.
RECICLAGEM
Caiu como uma bomba a operação denominada “Reciclagem” que levou à enxovia quatro prefeitos de Rondônia, na semana passada, entre eles a prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues, e Marcito Pinto, de Ji-Paraná. Esses dois prefeitos são candidatos à reeleição e pelo site do Tribunal Regional Eleitoral continuavam até o fechamento desta coluna com suas candidaturas aguardando registro definitivo.
RENÚNCIA
Dificilmente os dois prefeitos presos manterão as candidaturas por razões óbvias, mas a coluna apurou que o prefeito de Ji está sendo pressionado e sem sucesso pelo partido (PDT) para que antecipe imediatamente a renúncia. Não há como reciclar uma candidatura depois de uma operação policial daquela magnitude e com cenas da gravação do suposto malfeito expostas no Jornal Nacional. Qualquer aprendiz de política percebe que a situação é grave e que exige dos acusados submergir antes que a situação piore ainda mais, caso já não tenha ocorrido. Em relação à prefeita de Cacoal, além dela, o marido também seguiu o mesmo destino, com o agravante de ser reincidente.
MUDANÇA
Em Cacoal as articulações dos partidos buscam lançar o coronel Vasques (DEM) em substituição a Glaucione. O coronel havia assumido a secretaria de saúde do município de Ji-Paraná, mas voltou às pressas a Cacoal para assumir a candidatura. Em Jipa, apesar das resistências do prefeito, é colocar em seu lugar o jovem Afonso Madel, do Democratas.
VERSÃO
Há uma versão, supostamente de pessoas próximas à prefeita de Cacoal, de que o empresário que teria gravado os prefeitos pedindo propinas, em relação a Glaucione Rodrigues, com as imagens recebendo dinheiro, seria uma tentativa de flagrante forjado. Pela versão, o empresário que procurou espontaneamente a prefeita para fazer doações à campanha de reeleição sob o argumento de que a “boa” administração deveria continuar, estava com o intuito de armar uma cena de arrecadação de propina para que se safasse de outros processos a que responde em Vilhena. Mesmo que esta versão tenha alguma verossimilhança com os fatos, o que é difícil aceitar, a prefeita estaria cometendo crime eleitoral. Não é um crime qualquer receber de um fornecedor recursos destinados a um caixa dois. A emenda é pior que o soneto.
PAIXÃO
Com a prisão do prefeito Marcito Pinto, o deputado estadual Jhony Paixão, candidato a prefeito de Jipa que já possuía capilaridade política para bater nas urnas o atual prefeito, tem uma campanha daqui pra frente mais tranquila. Nas primeiras pesquisas divulgadas no período pré-eleitoral, antes dos registros das candidaturas e anterior à operação policial “Reciclagem”, as duas candidaturas apareciam com mais força para se rivalizarem. Com Marcito encalacrado na justiça, Paixão terá apenas que administrar a campanha sem cometer erros: os acontecimentos no município obrigam os candidatos a redobrarem a vigilância no que falam, no que fazem e no que prometem fazer. Para que não sejam colocados na mesma vale comum do atual prefeito.
GRILO
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EMPULHAÇÃO
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