Chama a atenção nessas eleições municipais a descrença do eleitor com os partidos políticos - Por Robson Oliveira

Robson Oliveira
 

Sufoco

Quem foi ao show da Alcione numa Casa de espetáculos de Porto Velho passou o maior sufoco com o calor insuportável do ambiente. Não é a primeira vez que o sistema de refrigeração da casa não funciona corretamente provocando situações desconfortáveis aos telespectadores que pagam ingresso para assistir a um bom espetáculo. Neste show nem a cantora Alcione escapou do desconforto e abreviou a apresentação.

Nanicos

Embora as convenções tenham encerrado na semana passada, alguns partidos nanicos da capital ainda estavam definindo as propostas feitas de coligação ou se engalfinhando internamente para decidir com quem fechavam. O DEM, por exemplo, enquanto a militância defendia o apoio ao candidato do PTB Léo Moraes, o presidente do partido deputado federal Marcos Rogério impunha o apoio a Williames Pimentel, candidato a prefeito do PMDB. Outras legendas minúsculas também corriam de um lado a lado ouvindo a proposta mais $edutora.

Descrença

O que mais chama a atenção nessas eleições municipais são a descrença do eleitor com os partidos políticos, os candidatos e a própria eleição. Nas mídias sociais, local onde os candidatos vão jogar todas as fichas para atrair a atenção dos internautas incrédulos, a repulsa aos candidatos se repete com mais virulência. A crise instalada nas instituições nacionais contribui para que a descrença aumente exponencialmente.

Pessimismo

Os candidatos e os marqueteiros terão que se desdobrar para reverter o clima pessimista instalado. Além das amarras jurídicas que os próprios políticos impuseram às eleições, com uma minirreforma eleitoral com data marcada para ser novamente reformada. Esta é uma eleição atípica e sem o volume expressivo da fonte das empresas envolvidas na “Lava Jato”, que tanto engordava os recursos não contabilizados dos comitês eleitorais funcionando à margem da lei.

Elementar

Mesmo sendo apenas um boato típico nos momentos que antecedem os registros de candidaturas, o comitê eleitoral do candidato a prefeito da capital pelo PMDB decidiu passar o recibo do boato e enviou nota à imprensa informando que Pimentel não havia desistido da candidatura em favor de outro postulante. Erros elementares dessa natureza minam qualquer candidatura, revelando que os peemedebistas de Porto Velho – mestres em armar palanques e vencer disputas – estão pessimamente orientados. Bastaria tratar o assunto como um mero boato e divulgar a agenda dos dias seguintes do candidato. Algo elementar!

Diferença

Hildon Chaves, candidato do PSDB e o menos conhecido no momento entre os concorrentes, tem ocupado com competência o Facebook todos os dias com mensagens diretas aos internautas, visando dar maior visibilidade ao nome e às propostas. É cedo para avaliar quais os resultados da estratégia, mas na TV e nos debates o tucano tem tudo para fazer a diferença entre os demais candidatos amplamente conhecidos e manjados pelo eleitor.

Lixo

Uma empresa interessada em manter os serviços de exploração numa conhecida cidade próxima dos rondonienses tentou contratar para a campanha do seu apadrinhado uma famosa agência paulista. O negócio não foi fechado porque a agência já havia sido contratada para fazer a campanha em dois municípios paulistas. Com os órgãos de controle funcionando, não é nada indicado contratar empresa para campanha ao arrepio da legislação. Quem o fizer vai chafurdar literalmente no lixo dos escândalos do caixa dois que sacode os partidos no país afora.

Fraude?

Nas mídias sociais a prefeitura de Porto Velho veiculou uma propaganda anunciando internet gratuita em alguns pontos da cidade. O anúncio leva o internauta a concluir que o serviço digital cobre a cidade inteira, o que não é verdade. Este cabeça chata foi num dos pontos indicados onde estaria em funcionamento e não conseguiu acessar o serviço anunciado pela municipalidade. A ideia é boa o que não pode é virar uma fraude.