Terça-feira, 22 de fevereiro de 2022 - 16h23
CONFIRMANDO
Quem acompanha os comentários desse cabeça-chata já sabia desde
outubro do ano passado que a candidatura a governador do senador Confúcio Moura
(MDB) não vingaria em razão das avaliações dos cenários políticos ali feitas.
No final de semana o senador emedebista anunciou sem surpresas para nossos
leitores a decisão confirmando que não vai disputar o Governo de
Rondônia.
PEREGRINAÇÃO
Com Confúcio Moura fora do páreo a peregrinação em seu gabinete
por seu apoio vai ser enorme, embora no MDB quem detém atualmente a hegemonia
decisória seja o deputado federal Lúcio Mosquini que, aliás, tem trabalhado
incessantemente para montar uma nominata de deputado federal competitiva.
NOMINATAS
Não há um único partido em Rondônia, incluído neste rol os mais
tradicionais, que esteja com a nominata à Câmara Federal pronta e com
candidaturas capazes de atingir com facilidade o quociente mínimo eleitoral.
Todos dirigentes estão conversando sobre o assunto e tentando convencer um ao
outro sobre filiações, mas ainda dependem das decisões nacionais sobre os
partidos federados. É uma tarefa que exigirá de todos os dirigentes partidários
muita saliva porque será a primeira eleição com a introdução da federação, uma
invenção legislativa tupiniquim que foi instituída para suprir a lacuna deixada
pelas coligações.
CÁLCULOS
As legendas menores terão muita dificuldades para atingir o
quociente eleitoral e muitos pré-candidatos nelas filiados vão ser obrigados a
migrarem para as maiores visando salvar seus candidatos mais densos eleitoralmente.
Todos estão fazendo cálculos porque quem errar pode até ser bem votado, mas
será insuficiente para ser diplomado deputado federal em razão do quociente
exigido.
BLANDÍCIA
Tem repercutido nos bastidores a nomeação da irmã do governador a
um cargo comissionado pela prefeitura da capital. O mimo do alcaide tem sido
interpretado como uma aproximação de Hildon Chaves (PSDB) à reeleição do
governador Marcos Rocha ( União Brasil). No período que antecede as eleições, é
normal todo tipo de especulação, especialmente quando se trata de políticos com
posições diferentes, uma blandícia desta natureza é combustível para todo tipo
de especulação. Embora tudo seja possível em se tratando de política, não há um
indicativo concreto que sugira uma união entre os dois chefes de governo para
as eleições de outubro, exceto a generosidade do mimo concedida à irmã do
governador.
INCÓGNITA
Todos os interlocutores que assuntam o prefeito da capital sobre
uma eventual candidatura a governador têm recebido a resposta de que não está
nos planos de Hildon Chaves renunciar ao passo municipal para ser candidato ao
executivo estadual. Como em outras oportunidades, Chaves mudou repentinamente
de opinião sobre candidatura. As especulações e pressões em torno do seu nome continuam.
Diferente da vez anterior em que procrastinou o quanto pôde para anunciar a
candidatura à reeleição, Hildon não dispõe desta vez do mesmo tempo elástico
que foi fundamental para que melhorasse a administração com obras de
pavimentação nas principais ruas e bairros de Porto Velho. Ainda assim é uma
incógnita, mesmo os mais próximos apostando que ele permanecerá na
prefeitura.
AVEXADOS
Os principais entusiastas da candidatura de reeleição do
governador Marcos Rocha festejam a saída de cena de nomes bons de urnas da
disputa e, apressadamente comemoram como se este jogo eleitoral fosse terminar
em WC. Vai ter disputa e disputa com candidatos oposicionistas experimentados
nas urnas. Os que gravitam e fanfarram em torno das tetas do poder vão ser surpreendidos
com as primeiras pesquisas a serem divulgadas quando o processo eleitoral de
fato começar pra valer. Quem tem acesso aos números preliminares nesta
pré-campanha percebe que a rejeição do coronel Rocha é seu principal adversário
devido a uma administração apática e sem marca substanciosa para dizer sua.
Cada eleição, uma surpresa. O coronel é produto das circunstâncias do inusitado
e conhece bem ser surpreendido.
RENOVAÇÃO
Nomes que apontam para uma renovação no quadro político do estado
começam a mostrar um certo fôlego para enfrentar o coronel com paridade de
armas. O deputado federal Léo Moraes, o ex-prefeito de Jipa Jesualdo Pires e o
professor Vinícius Miguel são exemplos objetivos que podem causar surpresa
nestas eleições para governador. A população sinaliza que está ávida por
renovação e pode mandar ao pijama uma velhacaria que tende a voltar para casa
sem deixar saudades. Inclusive aqueles que envelheceram
precocemente.
PERALTICES
Na boca miúda da política o nome mais comentado no momento é o do
chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves. Há comentários que deixam os mais
antigos na arte de fazer “arte” política no chinelo. Os sinais emanados do
principal colaborador do governador e articulador da candidatura à reeleição
são de ultrapassar a linha vermelha. Para os mais entendidos na arte de fazer
“arte” o rapaz é um “danadinho” corajoso que a qualquer momento pode fazer a
reeleição seguir o caminho do brejo. Cada peraltice tem sido
monitorada.
CENTRAL DE POLÍCIA
Depois de muito tempo retornei ao trabalho numa Delegacia de
Polícia da capital. Na madrugada do sábado passado, para atender ao socorro de
um dileto amigo que caiu numa blitz da Lei Seca, me dirigi à Central de Polícia
de Porto Velho. Foram dez anos entre minha última ida a esta e sempre
para atender amigos sobre os mesmos fatos. Daquela época para cá
percebi que muito mudou na Central de Polícia: o prédio em condições mais
adequados, computadores funcionando, o número maior de delegados para atender
os mais diversos casos, número de agentes e a forma pela qual nós, advogados,
somos bem tratados. Recebi do delegado plantonista, Dr. Evandro
Kovalhuk de Macedo, um tratamento respeitoso – e não poderia ser diferente. Fiz
uma ponderação para que meu cliente fosse atendido antes da mudança do plantão
uma vez ser uma pessoa idosa e com saúde debilitada. Pedido deferido tendo em
vista o crime ser afiançável, agradeci a deferência e saí com uma melhor
impressão da Central de Polícia da capital uma década depois. Faço
este registro porque é recorrente na mídia críticas acerbas em relação às
delegacias pelo país afora e quando existem motivos para loas nem sempre estes
profissionais são lembrados. O que não mudou, no entanto, foram as celas.
Masmorras medievais que são deixadas de forma insalubre como castigo aos que
são eventualmente presos. Uma indignidade, embora o tratamento profissional
tenha melhorado.
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