Terça-feira, 10 de agosto de 2021 - 13h36
COVARDES
As cenas de bolsonaristas
da capital com um carro de som estridente e militantes histéricos à beira da
agressão na frente da casa do deputado federal Mauro Nazif (PSB), exigindo que
ele vote a favor do projeto legislativo que adote o voto impresso, são dignas
de covardes. Nazif é idoso e ainda se recupera de uma operação delicada no
coração. As cenas veiculadas nas redes sociais são repugnantes e protagonizadas
por tresloucados. Há outras formas civilizadas de protestos, inclusive pelas
redes sociais. Ainda perturbaram a vizinhança que nada tem a ver com a
histeria.
HIDROFOBISMO
Apesar da
agressividade dos “bolsominions”, Mauro Nazif manteve-se sereno e respeitoso
durante todo o protesto. Poderia ter ignorado os berros e gritaria dos
manifestantes, mas educadamente abriu o portão da sua residência e atendeu
pacificamente os manifestantes acometidos pela hidrofobia.
MEDO
Exceto coronel
Chrisóstomo que é bolsonarista de carteirinha e eleito naquele vácuo da “Lava
Jato” que exigia uma suposta assepsia na política, os demais membros da bancada
federal de Rondônia na Câmara Federal que estão anunciando apoio ao voto
impresso o fazem por mera conveniência para evitar desgaste com o eleitorado
mais extremado da direita. Não vota por convicção, é medo mesmo. Quem vota
amedrontado não merecia representar o cacaeiro, o pioneiro e o caboclo que
desbravou estas terras inicialmente inóspita. O parlamentar tem que ser
corajoso para expressar as convicções e não as conveniências.
RAIVOSO
Parte da população
(ainda bem que é a minoria) brasileira decidiu incorporar o discurso raivoso do
presidente Bolsonaro contra as urnas eletrônicas mesmo sem nenhuma indício
mínimo de que alguém tenha sido lesado em seus votos em razão dela. Aqueles
poucos que fizeram coro com a suposta fraude, sem exceção, não obtiveram votos
para serem eleitos seja por não corresponderem em seus mandatos, seja por não
convencerem os eleitores em suas perorações. São figuras carimbadas que nos
bastidores da política todos conhecem e sabem das suas
contradições.
CARAMINHOLA
É patético o
parlamentar que foi eleito por este sistema eletrônico votar a favor do
retrocesso do voto impresso apenas para agradar quem o nega com motivação
supostamente golpista. Mesmo aqueles que justificam o voto favorável em razão
da pressão reconhecem que a questão é uma caraminhola inventada por um
presidente que se retroalimenta da beligerância para manter acesa a chama entre
os extremistas ao invés de governar pacificando seus governados.
EXAGERO
Embora não seja
normal desfiles de blindados das três forças nacionais pelas ruas da capital
federal fora de data comemorativa, interpretar como uma motivação de ameaça de
golpe é no mínimo um exagero. Não há um sentimento disseminado na gênese de
nossas forças em descumprir a Constituição. Há, no entanto, reminiscente do
tempo de chumbo que conspira para um retrocesso institucional, mas não é algo
majoritário. É exagerado sugerir que há um golpe em andamento, apesar de que
manter aceso o alerta seja necessário para manter hígida nossa carta
maior.
BAZÓFIAS
As bazófias do
presidente em desrespeitar as regras constitucionais que dão sustentação à
democracia são mais graves do que o desfile perdulário dos nossos
tecnologicamente obsoletos blindados. Isto não significa que as ilações de
ameaças em razão do uso indevido das nossas forças com a política não seja
grave. É grave e devemos repudiar. Já as bazófias do chefe da nação temos que
ironizar e não potencializar.
GAMBIARRA
Durante meses a
Câmara Federal debatia reforma na legislação eleitoral para as eleições de
2022, visando simplificar as eleições, acabar com multiplicação dos partidos
cartoriais e privilegiar a vontade popular. Neste contexto, a adoção do sistema
eleitoral pelo “distritão (onde é eleito o mais votado) passou a ser o mais
festejado pela maioria dos deputado federais e contestado pelos analistas e
dirigentes partidários. A tendência era de que o “Distritão” atropelaria os
críticos e seria amplamente aprovado no plenário da Câmara Federal. Eis que
agora surge inesperadamente como alternativa a reedição das coligações, sistema
este fulminado de nossa legislação eleitoral em 2017 em razão das deformações
políticas amplamente conhecidas. A coligação surge como uma gambiarra jurídica
para garantir aos donos dos partidos os privilégios e os vícios que a adoção
oferece aos detentores do poder. Já dizia um pensador: “Nosso Congresso é uma
gambiarra. Salva apenas a arquitetura”. A vontade popular é uma invenção
filosófica. Infelizmente!
PENSAMENTO
No Congresso
Nacional, pior que as emendas só mesmo o contexto.
VACINAÇÃO
Mesmo a prefeitura da
capital promovendo todos os esforços para melhorar os índices de vacinação
contra a covid, parte da população não tem atendido ao apelo como se a vida já
tivesse voltado ao normal. Um exemplo é que mais de três pessoas
vacinadas com a primeira dose não voltaram para se vacinar com a segunda e
garantir a imunidade. Especialmente no momento em que uma nova variante mais
letal avança contaminando com mais agressividade.
VACINAÇÃO II
É preciso que as
pessoas, particularmente os jovens, sejam vacinados para que possamos sonhar em
voltar com a nova normalidade. Não adianta depois culpar nossos governantes
caso a rede estadual volte a entrar em colapso, visto que hoje temos vacinas
disponíveis nos pontos amplamente divulgados. Está faltando espírito público e
responsabilidade de nossa população. Vacinem-se. Não existe outra
salvação.
ENTUSIASTA
Em conversa informal
com este cabeça chata o presidente do MDB, deputado federal Lúcio Mosquini,
revelou que o partido é entusiasta de uma eventual candidatura do prefeito da
capital ao Governo de Rondônia na hipótese de o senador Confúcio Moura decidir
ficar fora do pleito estadual. Mosquini teceu loas à gestão do
prefeito na capital e destacou a capacidade em dialogar com os diferentes
atores políticos.
LENIÊNCIA
No mesmo momento em
que a comunidade internacional e os órgãos de controle ambientais voltam a
acusar o Brasil em não conter o avanço das queimadas em
nossas florestas, especialmente na Amazônia, os céus de Rondônia deixam
claro que nossos governantes não cuidam das nossas riquezas
florestais. Cedo ou tarde nossos produtos de exportação vão
sofre represálias dos mercados consumidores internacionais por não levar
a questão ambiental a sério. Não é segredo para ninguém que
parte considerável do nosso setor madeireiro e agrícola são predadores, sem que
os órgãos responsáveis pela
fiscalização façam sua parte. O governo estadual nunca escondeu uma certa leniência
com o setor.
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