Terça-feira, 21 de julho de 2020 - 15h48
FUNDEB
Todas as atenções políticas da
semana estão voltadas para a discussão e aprovação dos recursos destinados ao Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) para financiar a
educação, que começa a tramitar na Câmara Federal. Alguns membros da bancada
federal de Rondônia estão anunciando as suas posições em relação à votação, mas
ainda sem muita objetividade. Quando criado em 2007, provisoriamente, o fundo
teria vigência até dezembro deste ano, razão pela qual precisa ser votado o
mais rápido possível. E sem estes recursos, os professores serão os mais
afetados.
CAOS
O FUNDEB é imprescindível para
garantir o reforço de caixa de estados e municípios para investimentos da
educação infantil e ensino médio, faixas educacionais essenciais para qualquer
país que almeja entrar no clube dos desenvolvidos. Sem estes recursos para o
financiamento, a educação pública, que anda capengando ainda, estaria fadada ao
caos, porque não haveria garantia de dinheiro para custearem em geral todas as
despesas, em particular os salários dos professores e transportes escolares.
ESCALONAMENTO
Pela proposta de Emenda à
Constituição que está em tramitação no Parlamento brasileiro, de relatoria da
professora Dorinha Seabra (DEM-TO), haveria um aumento escalonado de recursos
federais ao FUNDEB que começaria em 12,5% em 2021, e chegaria a 20% em 2026.
Atualmente a União completa o fundo em 10% sobre o valor aportado por estados e
municípios. Vinte governadores estão subscrevendo a proposta que tramita no
Congresso Nacional para que a educação básica e infantil não seja afetada com
cortes, os sete restantes estão omissos sobre o assunto, entre eles o
governador de Rondônia, Marcos Rocha.
DESVIO
O Governo Federal quer usar um
percentual do fundo destinado ao financiamento da educação e desviá-lo ao
financiamento do Bolsa Família que, pela proposta governamental, passará a ser
denominado Renda Brasil. Ademais, pela proposta do governo federal o
fundo seria retomado somente em 2022, com percentual de 12,5%, alcançando 20%
em 2027. Significa que, em tese, não haveria recursos do FUNDEB para a educação
em 2021. Um problema que os deputados federais e senadores terão que enfrentar
para resolver. Nesta proposta há indiscutivelmente um desvio de finalidade cuja
justificativa deu origem ao FUNDEB.
PAPAGAIO PIRATA
Ao compartilhar em suas mídias
sociais a participação de uma assessora num ato pro governo, em Brasília, em
flagrante aglomeração e sem máscara, desrespeitando o decreto governamental do
Distrito Federal, o coronel Marcos Rocha revela sua falta de empatia em plena
pandemia que tem ceifado brasileiros de todas as regiões, inclusive
rondonienses.
IMPROBIDADE
É possível também que ao
compartilhar a assessora neste ato político o governador tenha exposto, diante
do excesso de puxa-saquismo político, uma suposta irregularidade grave. Basta
restar comprovado que a participação da auxiliar em ato dominical privado, e
sem a finalidade de interesse público, hipoteticamente tenha sido custeada com
recursos do tesouro estadual, ou seja, a viagem e permanência na capital
federal tenham sido com passagens e diárias do governo de Rondônia.
CANDIDATURA
Com a proximidade do mês de agosto,
quando os partidos deverão fazer as suas respectivas convenções para escolher
seus candidatos a prefeitos, vice e vereadores, na capital começam a surgir os
principais nomes que devem disputar a prefeitura municipal. Mas há uma
expectativa enorme, entre os pré-candidatos, sobre a decisão do deputado
federal Léo Moraes e do atual prefeito Hildon Chaves. Ambos ainda não
declararam publicamente eventuais candidaturas.
DECISÃO
A coluna está segura em afirmar que
em relação ao prefeito Hildon Chaves (PSDB), em razão das suas posições
contrárias ao instituto da reeleição, não vai ser candidato ao segundo mandato.
Embora esteja com um enorme pacote de obras de pavimentação e embelezamento em
pleno vigor nas ruas da capital, inclusive nos distritos. Não é uma decisão
fácil para um prefeito que assumiu o município com uma entrada em estado de
ruínas (viadutos inacabados), ruas esburacadas, contratos sub judices, empresa
de coleta de lixo ineficiente, transportes coletivos em caos. Nem tudo ainda
foi resolvido, mas muito vem sendo feito de forma correta e competente.
MADEIRA MAMORÉ
Nos próximos meses, após conclusão
das obras da Estrada de Ferrero Madeira Mamoré, Hildon Chaves entregará
importante obra que resgata parte da história de Porto Velho. Um local onde as
famílias poderão desfrutar como a principal área de lazer da capital. Assim
como é o mercado cultural. São feitos que dão visibilidade e vigor a uma nova
pretensão de candidatura, mas Hildon Chaves deve anunciar em breve que não é
candidato. Quando anunciar, passará a ser um cabo eleitoral com um potencial
robusto de transferir alguns votos. Quem trilhar ao seu lado tem chances de
alcançar a estação dos votos com mais facilidade.
CANDIDATURA II
O deputado Léo Moraes, campeão de
votos individualmente nas eleições proporcionais passadas, ainda não tornou
público sua decisão. Contudo, todas as vezes em que é abordado por este cabeça
chata, sinaliza que dificilmente seja candidato a prefeito. Caso mude de ideia,
é um fortíssimo candidato: com potencial para liderar do começo ao fim uma das
vagas ao segundo turno.
GOVERNO
Quem esperava nestas eleições a
reedição da disputa entre Hildon Chaves (PSDB) e Léo Moraes (PODEMOS), pela
apuração da coluna, vai ter que aguardar as eleições estaduais de 2022.
Certamente ambos vão estar em lados opostos e vão almejar o Governo de
Rondônia. Uma probabilidade, mesmo distante, possível de ocorrer.
LISTA
É enorme a lista de pré-candidatos
para substituir Hildon Chaves - com a desistência deste -, e novos nomes devem
aparecer. Garçon (PRB), por exemplo, condicionou uma candidatura à decisão do
Dr Hildon. Fiel aliado do prefeito, o ex-deputado sonha em ser ungido candidato
oficial. É possível que não arranque oficialmente o apoio do prefeito, que,
pela quantidade de aliados candidatos, deverá se resguardar e anunciar algum
apoio num eventual segundo turno.
JUVENTUDE
Vinicius Miguel, campeão de votos
em Porto Velho nas eleições que disputou para governador em 2018, é um forte
pré-candidato. Professor universitário com uma bagagem cultural refinada,
conseguiu avançar muito sobre a faixa do eleitor mais jovem e mais exigente.
Cada eleição é uma eleição, é verdade, mas não é uma candidatura para ser
subestimada, especialmente numa eleição atípica onde debates e plataformas
sociais ditarão o ritmo das campanhas e cuja presença o professor é assíduo.
REVELAÇÃO
Quem também pode surpreender em
virtude de uma boa presença nas mídias sociais é o advogado Breno Mendes,
autointitulado fiscal do povo. Tem se notabilizado em denunciar eventuais
abusos da concessionária de energia elétrica contra os consumidores, particularmente
os mais humildes. Tem o atrevimento ideal para amplificar a pretensão, embora
no confronto das ideias, especialmente nos debates televisivos, possa ratear
por falta de objetividade sobre administração pública. Com passagem na chefia
de gabinete da atual administração, recebeu muitas críticas que ainda estão
registradas nas redes por agir na função com excesso de charme. É sedutor que
exige dos concorrentes melhor atenção.
PASSADO
Mauro Nazif (PSB), eleito
surpreendentemente deputado federal, não esconde a ninguém que sonhe em voltar
a administrar Porto Velho. Na última vez que concorreu, na condição de
prefeito, sequer obteve votos para alcançar uma das vagas no segundo turno.
Como parlamentar é um legislador operante e compromissado com os interesses
maiores, destacando-se especificamente na defesa do serviço e servidores
públicos. Como prefeito não conseguiu repetir a mesma competência que exerce no
Congresso Nacional. Foi um administrador mediano e sem nenhuma grande obra para
convencer o eleitor da capital a repetir o voto que lhe conferiu um segundo
mandato. Aliás, tem tudo para ser trucidado em qualquer debate. O material a
ser explorado contra ele é farto. Mesmo sendo uma pessoa da melhor qualidade.
ANÁLISE
Na próxima coluna analisaremos as
probabilidades dos demais pré-candidatos anunciados pelos partidos. Tempo
suficiente para que nomes até então especulados sejam descartados pelos
próprios interessados. Há uma movimentação oriunda da caserna querendo pegar
carona na onda bolsonarista que merece uma avaliação específica até porque,
como falamos acima, cada eleição é uma eleição. E nesta eleição temas mais
ligados à municipalidade e saúde da população tendem a assumir maior
importância do que segurança. Por razões óbvias...
BOMBA
O servidor público estadual é
sempre o mais penalizado em seus direitos, além não conseguir reposição
inflacionário em seus proventos, é obrigado a desembolsar
do seu minguado salário mais tributos para financiar governos incompetentes.
Tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei com aumento de
alíquota para cobrir o rombo do Iperon. Enquanto o barnabé é compelido a pagar
mais impostos o governador de Rondônia quer anistiar empresas que sonegaram
milhões impostos que foram parar nos bolsos de empresários desonestos. Nunca é
demais lembrar que a alíquota previdenciária já foi majorada ainda na
administração de Confúcio Moura. Quem sempre paga a conta é quem não concorreu
para o rombo. O Iperon virou uma bomba com efeito retardado.
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