Terça-feira, 20 de junho de 2017 - 05h50
JBS – Enquanto o dono da JBS – maior conglomerado de processamento de proteína animal – Joesley Batista,continua provocando estragos irremediáveis ao presidente Michel Temer e ao senador Aécio Neves, nos bastidores, em Rondônia, as investigações sobre a propinagem do grupo começam a alcançar os calcanhares de ex-gestores estaduais. Em particular o calcanhar de um em plena atividade.
EXPECTATIVAS - Há uma expectativa no meio político rondoniense de que a operação lava jato atinja muita gente por aqui. A coluna apurou que esta expectativa é verossímil e o alcance é bem maior do que imagina nossos representantes. Entre fevereiro e março passado muito material foi coletado sobre estes fatos, in loco.
MORALISMO - A situação política está tão confusa devido à crise que colocou o país à beira do precipício que o deputado federal Jair Bolsonaro começa a despontar como forte candidato a Presidente da República, embora poucas pessoas que o apontam como alternativa saibam que é um parlamentar do baixo clero do Congresso Nacional que tem se notabilizado pelos discursos ásperos contra minorias e recheado de um conteúdo moralista em desuso num mundo pós-moderno.
BOLHA - Bolsonaro é aquela bolha moralista que surge no epicentro de uma crise que se desfaz quando a racionalidade volta à normalidade. Assim que a campanha começar para valer o Boça (l) não terá fôlego para manter os atuais índices. Para alívio de todos, em especial dos desavisados. Quem viver verá!
PESQUISA – Uma pesquisa coordenada por este cabeça chata em 20 municípios de Rondônia, a pedido da direção de um partido local, indicou Bolsonaro em primeiro lugar, seguido do petista Lula e do tucano João Dória. Contudo, os índices de reprovação a todos os nomes ofertados ao eleitor são tão altos que um resultado hoje da soma de votos nulos e branco suplantaria os votos válidos. 2018 é a eleição mais difícil da história do país, independente do nome que aparecer: sejam os carimbados sejam os noviços.
APROVAÇÃO – A pesquisa revelou também que um número razoável de prefeitos rondonienses ainda está de lua de mel com os eleitores. A tolerância tem sentido porque os ex-prefeitos, em geral, foram desastrados e deixaram os cargos com índices de rejeição altíssimos. A exemplo da capital.
ACIRRAMENTO – Caso o cenário político atual não modifique – algo quase impossível hoje – as duas vagas ao Senado vão ter a disputa mais acirrada em 2018. Vai ser uma eleição voto a voto, sem favoritos. Se houver pulverização de candidaturas, os pequenos colégios serão o diferencial. Esta é uma eleição para profissional devido às restrições e às reações.
UBER – Há muita lorota em torno do UBER em Porto velho, assim como em outras cidades onde o serviço foi implantado. Anteontem, por exemplo, taxistas fizeram uma gigantesca manifestação no Recife para tentar impedir que o aplicativo seja implantado. Foi assim em Nova Iorque, Paris, enfim, em todas as cidades. É justo os taxistas reagirem dentro das regras civilizatórias contra a concorrência, como é legítimo parlamentares oriundos da categoria dos taxistas defenderem suas bases eleitorais. No entanto, superada a resistência, os dois serviços terminam convivendo lado a lado normalmente. Hoje o UBER em Porto velho está funcionando a todo vapor, apesar das lorotas. Para o bem do usuário que dispõe de dois serviços e pode escolher aquele que melhor oferecer preço ou comodidade.
LEI – Pode a Câmara dos Vereadores votar uma lei contra a implantação do serviço. Faz parte do jogo legislativo, mas dificilmente uma lei restritiva que afeta a população se sustente numa corte judicial. Em outras cidades, onde os legislativos andaram na contramão da opinião pública, a restrição foi fulminada a bem do interesse público. UBER veio para ficar. O resto é lorota!
MURO – A juventude tucana decidiu abraçar a proposta das eleições diretas, os senadores tucanos querem permanecer no governo Temer e parte da bancada na Câmara Federal quer o desembarque do governo. Os tucanos finalmente retornaram à origem: subiram ao muro. É o que dá escolher como símbolo uma ave pomposa, de bico longo, mas cabeça pequena.
NATIMORTO - O governo de Michel Temer acabou no mesmo dia que começou. Além de legitimidade, é um governo que padece de todos os requisitos essenciais a boa condução da instituição da República. Nesta terça somou mais uma derrota no campo político quando a Comissão de Assuntos Sociais do Senado rejeitou a Reforma Trabalhista. Temer é um morto vivo!
PISANDO NA BOLA – O Secretário Municipal de Transporte da capital, Marden Negrão, errou mesmo ao utilizar uma viatura do município para um passeio particular, independente de ser dia normal ou feriado. As viaturas devem servir ao agente público somente em trabalho. Ao invés de uma indefectível nota (aliás, desnecessária), bastaria reconhecer o erro e informar que não vai repeti-lo, ponto final na polêmica. O engraçado nessa história é verificar o mesmo preconceito ao secretário, por ser natural de São Paulo, por migrantes que também foram hostilizados quando atracaram aqui anos atrás.
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