Sexta-feira, 5 de março de 2021 - 18h42
INVASÃO
A denúncia de que as terras indígenas da etnia uru-eu-wau-wau estão
sendo invadidas por pecuaristas, e repercutida na mídia nacional, pode provocar
impacto negativo nas exportações da proteína animal produzida em Rondônia. O
problema revela a irresponsabilidade do Governo Federal em proteger as reservas
indígenas; além, é claro, da deliberada paralisia dos órgãos ambientais que
foram sucateados para que não cumpram suas funções.
VEDAÇÃO
A visão desenvolvimentista atual do Governo Federal, referendada pelo
Estadual, é coalha quando o assunto é proteção aos setores vulneráveis. E a
inércia nas ações preventivas é criminosa, visto que a legislação veda tais
atividades nas reservas indígenas em razão das invasões.
LOCKDOWN
Embora seja enorme as vozes sugerindo a paralisação das atividades por
alguns dias como medida para conter o avanço da contaminação devido ao
estrangulamento do sistema de saúde público e privado, há autoridades
vociferando contra alegando que não se resolve o problema com a decretação de
lockdown.
BELZEBU
É verdade que a paralisação de tudo por si não soluciona a pandemia, o
que tem força para conter o vírus é a vacinação em massa. No entanto, enquanto
a imunização (vacina) em massa não vem, são imprescindíveis medidas concretas de
prevenção, a exemplo do lockdown, para evitar que mais pessoas morram por falta
de vagas nas unidades de terapia intensiva (UTI). Vociferar contra em nome das
atividades econômicas sem oferecer nenhuma solução real é fácil, mas é uma
gritaria que ajuda a aumentar as estatísticas dos óbitos. Deve ser por esta
razão que falam por aí que o belzebu tem voz e cara semelhante ao
homem.
MARCHA FÚNEBRE
Nesta sexta-feira (5), os negacionistas organizaram uma carreata pelas
principais avenidas da capital contra as medidas baixadas pelas autoridades
estaduais de prevenção a disseminação do covid, na tentativa de evitar que não
aumente a fila de doentes que necessitam de UTI. Parecia uma marcha fúnebre a
caminho do cadafalso. Infelizmente, aqui e em todas as cidades do mundo, essas
medidas são adotada com reflexos nas economias. É o preço a pagar diante de uma
pandemia, embora haja aqueles que queiram quitar com a vida. Rondônia já
aparece na quinta posição entre os estados nacionais com mais mortes. Os
negacionistas ainda acham que é uma gripinha e seguem em cortejo fúnebre
protestando contra a vida. Um protesto semelhante foi feito no final do ano em
Manaus, o final trágico todos sabemos.
LOROTA
A maior pressão pela liberação geral das atividades econômicas vem
principalmente do setor privado da educação que afixou, inclusive, cartazes
pelas ruas da cidades chamando lockdown de incompetência dos prefeitos. Ao que
parece pensam somente no lucro e relegam a vida para plano secundário. Louco é
o pai que permitir o filho retornar as salas de aulas numa crise sanitária sem
precedentes (mesmo com a lorota de que o estabelecimento toma os cuidados),
pois uma criança, aglomerada com outras, esquece das normas sanitárias e relaxa
os cuidados para brincar. A lorota destes estabelecimentos esconde seus
verdadeiros objetivo$. Todos os chefes de estado, num esforço monumental para
vencer a doença, pedem aos seus concidadãos que evitem aglomeração, usem
máscara, vacinem e fiquem em casa. O nosso, numa atitude transloucada, prega o
contrário.
ACUSAÇÕES
A bancada federal de Rondônia não gostou da crítica feita pelo deputado
estadual Jair Montes por não cobrar do Ministério da Saúde uma distribuição
mais equânime das vacinas destinadas à região Norte. Pode falar o que quiser da
credibilidade do parlamentar estadual, mas ele está completamente correto ao
cobrar de nossos congressistas um empenho mais efetivo para que Rondônia seja
melhor atendida na distribuição das vacinas contra a Covid-19. Enquanto
Amazonas, Pará e Acre recebem mais doses que Rondônia, a letalidade da nova
cepa é comum a todos os estados. É preciso que nossos deputados federais e
senadores sejam mais diligentes. Não é à toa que muitos reclamam que a atual
representação política de Rondônia no Congresso Nacional seja a pior desde a
instalação do estado. O que a coluna concorda. Montes está correto em suas
críticas, embora ele próprio não goze de boa credibilidade.
AMISTOSIDADE
Mesmo negando que seja provável candidato a candidato a governador nas
eleições do ano que entra, o prefeito da capital Hildon Chaves(PSDB) será
especulado para o cargo independentemente da própria vontade. Na base em que o
prefeito está vinculado há também o nome especulado para o cargo do senador
Marcos Rogério (DEM), apesar de ser um nome pouco palatável entre os partidos
próximos a Chaves. A relação pública de ambos é amistosa e de apoio, embora
reservadamente os aliados torçam os narizes um para o outro.
META
A confirmar que o prefeito da capital consiga manter o volume de obras
que ostentou ano passado e que o credenciou ao segundo mandato, dificilmente
seja incapaz de ceder às pressões para uma eventual candidatura a Governo de
Rondônia. A meta de alcaide, segundo relato a este cabeça chata, é continuar
com várias obras em Porto Velho e asfaltar mais cem km de ruas. Ele pode negar
quantas vezes quiser uma candidatura ao executivo estadual, tais obras, sendo
executadas, vão empurrar Chaves para a candidatura. Mesmo não sendo uma meta
que tenha idealizado.
COMPETÊNCIA
Desde que assumiu ao segundo mandato o prefeito Hildon Chaves tem feito
ajustes pontuais em sua equipe para melhor atender ao contribuinte. A equipe
que montou é na média razoável, entre eles, há aqueles que melhor se destacam e
a coluna aponta um deles, o adjunto da Secretaria Geral de Governo, Devanildo
Santana, como o mais operoso. Quando acionado para solucionar demandas do
interesse público, ou mesmo político, Santana tem se revelado de uma
competência incomum, especialmente numa seara onde o ego superlativo costuma
trair a expertise. A coluna faz este registro não por interesse inconfessável,
mas por reconhecer no auxiliar do alcaide as habilidades para as quais foi
designado. Infelizmente, nem todos são como ele.
SISUDO
Na última segunda-feira (1), no aeroporto da capital, não passou
despercebido deste aprendiz de colunista a indiferença com que as pessoas
passavam ao lado do senador Marcos Rogério (DEM). Exatamente quem tem a
pretensão de substituir Marcos Rocha. A forma sisuda, antipática e arrogante
com que o senador trata os eleitores rondonienses que não são do seu convívio
explica a indiferença pela qual é visto: seja no aeroporto, seja em qualquer
local. Sua vitória pode ser comparada com aqueles embustes que ocorrem vez por
outra em cada eleição.
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