Terça-feira, 23 de agosto de 2022 - 13h51
EX-IBOPE
O Ipec, instituto de
pesquisa que substituiu o Ibope, divulga, nas próximas horas, em Rondônia, a
primeira rodada de pesquisa para governador e senador. Embora haja muitas
controvérsias em solo rondoniense sobre as pesquisas, especialmente comparando
os erros cometidos, há uma expectativa entre os candidatos e meios políticos
sobre os resultados. É bom lembrar que a pesquisa retrata o momento em que os
dados foram capturados e, no decorrer da campanha, sofrem mudanças
substanciais. Não é raro um candidato azarão vencer em Rondônia sem que sequer
liderasse uma única pesquisa divulgada.
FAVORITISMO
É quase impossível
que no primeiro cenário a ser divulgado pelo instituto contratado pela filial
da Globo o ex-governador Ivo Cassol (PP) não seja o favorito. Nos
monitoramentos dos comitês o assunto não é novidade e Cassol tem demonstrado
muita resiliência política mesmo tendo que enfrentar uma batalha judicial quase
intransponível para se manter vivo na disputa. É sem dúvida, individualmente, o
maior líder do estado, embora tenha sido alvo de várias ações judiciais.
FICHA SUJA
O Tribunal Regional
Eleitoral ainda vai analisar e julgar o pedido de registro da candidatura a
governador de Ivo Cassol, e a tendência é que seja barrado. A esperança dele é
que o Supremo Tribunal Federal confirme o direito em permanecer na disputa, o
que dificilmente ocorrerá. Aliás, desde o início da especulação da suposta
candidatura do ex-governador esta coluna sempre sustentou que a candidatura não
vingaria em razão do trânsito em julgado da sentença criminal, mesmo sendo o
nome mais lembrado pelo eleitor de Rondônia.
RESISTÊNCIA
Quem julgava que
Cassol sangraria durante este início de campanha devido às informações que
surgem naturalmente na imprensa sobre sua inelegibilidade, enganou-se
redondamente, inclusive este cabeça-chata. O ex-governador é duro na queda e
suscita entre os seus seguidores um certo furor. A lembrança da administração
de Ivo Cassol como bem avaliada leva à conclusão de que o atual governador
Marcos Rocha (União Brasil) não possui um legado administrativo consistente e
capaz de catapultar o ex-governador da disputa. Cassol tende a perder a corrida
das eleições estaduais para a legislação eleitoral, e não para a urna. Não
resta outra alternativa senão resistir. E o faz com o barulho peculiar.
APOSTA
É possível que a
coluna esteja errada desde que chamou de lorota a suposta candidatura de
Cassol, embora mantendo nossa aposta, o prestígio eleitoral do ex-governador
vai ser disputado por todos os concorrentes. Ninguém tem pistas da decisão que
ele (Cassol) tomará na hipótese de ser barrado pelo TRE, o que aumenta o cacife
como um cabo eleitoral de luxo. A família vai apostar todas as fichas na
campanha de Jaqueline Cassol, candidata ao Senado Federal, irmã caçula do
ex-governador.
AGUARDANDO
A pesquisa a ser
divulgada pela TV Rondônia servirá como estímulo para que os candidatos a
governador percorram os municípios atrás dos eleitores, especialmente aqueles
que ficarão órfãos de Ivo Cassol. Isto significa dizer que os números do Ipec a
serem revelados mudarão totalmente na próxima rodada das pesquisas momento em
que a Justiça Eleitoral decidir sobre a inelegibilidade (ou não) do candidato
do PP ao Governo de Rondônia. Marcos Rocha, Marcos Rogério, Léo Moraes, Daniel
Pereira, Pimenta de Rondônia e o Comendador Valclei são compelidos a esperar
uma definição sobre Cassol e vão ficar paralisados e sem crescer nas pesquisas
até a definição judicial.
INVERTIDA
O candidato a
reeleição Marcos Rocha (União Brasil) levou uma invertida do candidato do PL
Marcos Rogério ao ser proibido pela Justiça Eleitoral de utilizar indevidamente
a imagem de Jair Bolsonaro em sua campanha para o Governo de Rondônia. Quatro
anos atrás o mesmo candidato Marcos Rocha, então filiado ao PSC, partido em que
o presidente estava também filiado, requereu na justiça a mesma proibição
porque o então candidato ao Senado Federal Marcos Rogério havia utilizado do
mesmo expediente, uma vez que disputou as eleições por uma legenda diversa de
Bolsonaro.
AUTORIZAÇÃO
Rogério manejou a
medida adequada ao avanço de Rocha, mas Bolsonaro, ao saber da confusão, gravou
um vídeo autorizando todos os candidatos a usarem sua imagem independentemente
do partido a que estiverem filiados. Não excluiu nem os petistas. As tentativas
de Marcos Rogério pela primazia do apoio exclusivo de Bolsonaro a sua
candidatura em Rondônia foram em vão até o momento. A autorização contrasta com
lealdade canina que Rogério devota ao presidente. Quem o conhece garante que
está com o ego aos frangalhos.
PERFIL
Mesmo tendo
capilaridade eleitoral entre os mais jovens, a candidata ao Senado pelo
Patriotas, Mariana Carvalho, não conseguiu se desvencilhar do perfil de menina
que encantou a Câmara Federal.
MIGRAÇÃO
Ao migrar para o ninho
do governador Marcos Rocha com a estratégia de receber uma boa parcela do
eleitorado bolsonarista, a tática da deputada não tem surtido o efeito
desejado: uma vez que o adversário pelo mesmo espectro ideológico, Jaime
Bagattoli, que é filiado ao PL de Bolsonaro, tem o perfil mais lembrado pelos
bolsonaristas raízes.
ESPERTEZA
Ex-tucana com laços
fortes com o deputado mineiro Aécio Neves, Mariana tenta se viabilizar num
eleitorado conservador que destoa da trajetória política que adotou desde que
se elegeu para o primeiro mandato de deputada. Ao que parece a migração para
uma legenda da extrema direita não lhe caiu bem. Falta-lhe experiência,
maturidade e convicção para ser reconhecida no novo ninho. A atitude da jovem
deputada é uma velha tática política que nem sempre dá certo pelo excesso de
esperteza.
TOUCA
O ex-secretário de
saúde estadual, Fernando Máximo, candidato a deputado federal pelo União
Brasil, voltou a usar a defectível touca como símbolo de lembrança pela sua
passagem na pasta governamental. É uma boa oportunidade para ele explicar aos
rondonienses quais foram os motivos que levaram o estado a perder tantas vidas
na pandemia. E por qual motivo não adotou com rapidez ações governamentais para
que evitar o número alarmante de mortes pela Covid em Guajará-Mirim. Ou explica
tim tim por tim tim ou vai levar touca literalmente dos adversários nas urnas.
SUPORTE
Mesmo sendo o
candidato ao Senado Federal homologado pela convenção pedetista, é uma maldade
a forma desrespeitosa pela qual o partido trata a candidatura de Benedito Alves
ao retirá-la conforme interesses dos dirigentes. Dia sim, e dia não, Benedito
tem sido escanteado para dar lugar ao senador Acir Gurgacz. Embora o atual
senador esteja inelegível pela lei da ficha limpa. Para não sujar a biografia o
melhor ao Benedito seria adiar o projeto antes que vire meme do próprio enredo.
EMBUSTE
Com o impasse a
candidatura de Benedito não decola e ainda é obrigado a ficar explicando o
inexplicável. Deixou o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas com um legado
respeitável para estrear na política num embuste rocambolesco. Pior que tem
aceitado este papel que mais parece cenas mambembes. Fica difícil ao eleitor
que enxerga o Senado uma casa de gente séria votar num candidato que trata a própria
candidatura como uma brincadeira.
UNIR
Uma carta aberta
enviada à coluna pelo centro Acadêmico de Direto da Unir revela um suposto
descaso dos responsáveis pelo Departamento do curso que, por inoperância
administrativa, pode causar prejuízos irremediáveis aos alunos caso não sejam
cadastradas corretamente as disciplinas no Sistema Sigaa. Sem este cadastro os
alunos ficam impedidos de realizar suas matrículas para o semestre em curso.
Além disto, denunciam falta de organização das bancas do TCC, prejudicando a
apresentação da monografia dos alunos e, sem ela, não concluem o curso.
DESCOMPASSO
Os alunos de direito
da Unir também apontam um total descompasso entre a grade curricular com as
disciplinas ofertadas no semestre, inclusive quanto à carga horária. O pior é
que foram feitas várias reclamações à ouvidoria sem uma resposta satisfatória e
os responsáveis pelo curso fazem ouvidos de moucos às reivindicações dos
alunos. É preciso que a magnífica reitora seja mais firme a exigir que a
pró-reitora acadêmica assuma suas funções de coordenação das atividades
pedagógicas, e não seja mais um órgão cartorial para acomodar quem não exige
eficiência em nossos cursos superiores da única instituição sustentada pelos
impostos dos brasileiros.
MUROS
Os acadêmicos de
direito têm clamado por uma solução dos impasses e mais compromisso das chefias
do curso. É hora de a sociedade começar a olhar mais atentamente aos muros
erguidos pela universidade impedindo que nós, contribuintes, possamos ver com
mais cuidado seus descompassos. A coluna vai apurar e nominar um por um os
responsáveis pela confusão e divulgar o que fazem extramuros. Preliminarmente,
alguns nomes citados pelos alunos merecem ser enxergados pela coluna com mais
rigor. Voltaremos ao assunto.
ENTREVISTA
Jair Bolsonaro fez um
esforço hercúleo para não perder a compostura na entrevista da bancada do
Jornal Nacional, na noite de ontem (segunda-feira). Fez o feijão com arroz e
evitou o tom mais beligerante que sempre adotou contra a vênus platinada desde
que assumiu a presidência da república. Foi evasivo nas perguntas mais
incômodas, mas respondeu objetivamente quando instado a dizer que respeitará o
resultado das urnas. Fez o correto, até porque de nada adiantará questionar a
eleição que ele mesmo decidiu disputar.
PERGUNTAS
Apesar do profissionalismo
dos jornalistas ao fazer perguntas que o entrevistado não gosta, os
bolsonaristas insistem em criticar a postura dos entrevistadores por
perguntarem temas que deixam o presidente desconfortável. O papel do bom
jornalista é perguntar e perguntar aquilo que o entrevistado tenta evitar
abordar. Quem foge da pergunta é quem tem o que esconder. Não existe pergunta
inoportuna, o que existe é resposta burra.
PROFISSIONALISMO
Ao bom jornalismo a
liberdade no exercício do ofício é primordial para melhor informar sem dar
bolas aos capachos de plantão que veem a imprensa como algo que incomoda. E
deve incomodar mesmo os poderosos, é o nosso dever. Morro de rir com o
contorcionismo dos capachos ao abordar a entrevista global. Bolsonaro, o
candidato, manteve a calma e quem esperava uma conduta agressiva ao extremo viu
uma outra bem moderado. Diferente daquele Bolsonaro que ameaça acabar com a
globo. O mais engraçado é que os seguidores do presidente ajudaram a elevar as
alturas o ibope da vênus platinada, a mesma que tanto demonizam.
COLORADO
Este cabeça-chata
trocou algumas “dedos de prosa”, semana que passou, com o zootecnista Ênio
Milani produtor de leite de Colorado. Foi um deleite ouvir atentamente um
técnico bem preparado na questão agrícola com uma visão futurista sobre os
negócios do agro bem mais consistente do que os secretários estaduais que
ocuparam a pasta da agricultura.
IRONIA
A coluna nunca havia
conhecido um especialista capaz de traçar metas e projetar resultados da
agricultura e da pecuária de Rondônia com tanta competência. Quando perguntado
sobre as políticas governamentais para o setor do governo de Rondônia, Milani
não se fez de rogado ao falar que o último ocupante da pasta não entende de
agro, de cooperativismo, nem da pecuária e tão pouco de roça. Ainda fez troça:
“ele é um excelente genro de deputado. Nada mais”. - A
única terra que conhece é aquela que carrega sob as unhas mal arrumadas,
ironizou. Segundo Milani, embora Rondônia tenha a melhor e mais sadia carne de
gado do país, não consegue exportar com maior volume para mercados externos por
inoperância da Secretaria de Agricultura que tem sido administrada por neófitos
há anos.
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