Terça-feira, 30 de novembro de 2021 - 13h26
MEIO AMBIENTE
É impressionante como parte dos políticos de Rondônia insiste por vias
legislativas ou por condutas omissivas do Governo do Estado em liberar o avanço
da depredação sobre nossos mananciais ambientais. Há quase trinta anos que o
estado estruturou sua legislação compatibilizando desenvolvimento com
preservação quando instituiu seu código florestal a partir do Planafloro. Quase
três décadas depois uma casta política sem consciência em seguir a legislação
construída através de debates públicos e apoio técnico especializado tenta
liberar todas as atividades minerais, vegetais e agrícolas em reservas, parques
ou terras indígenas. Vivemos momentos sombrios de retrocesso em todas as áreas,
mas a ambiental tem sido mais espezinhada e depredada em nome de um falso e
cretino desenvolvimento.
EMPULHAÇÃO
Os maiores exploradores do agronegócio já perceberam que os países mais
desenvolvidos vão impor restrições aos seus produtos (carne, minério, madeira,
agrícolas) caso não se adequem aos tratados internacionais de proteção
ambiental. Não adianta a empulhação idiota de que eles (países desenvolvidos)
acabaram com suas florestas para se desenvolverem e, nós, subdesenvolvidos,
temos também o direito de cometer as mesmas atrocidades para alcançar o
desenvolvimento pleno. Lorota, este tipo de papo não se sustenta e nem impede
que nossos produtos sofram boicotes. Somente uma pessoa tosca e completamente equina
(perdão aos jumentos) acredita na empulhação e a reproduz como se fosse mudar a
realidade.
LEIS
Esta coluna havia alertado que mudanças legislativas inconstitucionais
na lei ambiental seriam barradas pelo Supremo Tribunal Federal. Todas as
matérias aprovadas pelo Poder Legislativo sobre o tema foram desfeitas pelo
STF, embora nossas autoridades insistam em apresentar matérias igualmente
inconstitucionais. Na área aurífera não tem sido diferente.
GARIMPAGEM
A coluna também já alertara meses atrás sobre a leniência do Governo do
Estado em não tomar uma atitude contra as balsas de garimpo que há três anos vêm
apoitando no Rio Madeira para extração ilegal de ouro. Nenhuma ação para coibir
a extração fora da lei foi tomada; ao contrário, o setor responsável no estado
pela área é favorável a extração mesmo que isto signifique o assoreamento do
leito do rio e a contaminação do pescado pelo uso criminoso do mercúrio. Basta
verificarmos as publicações nos grupos privados de Whatzapp que postam
diariamente incentivando a atividade.
INÉRCIA
A Secretaria de Meio Ambiente
hoje não atua na prevenção aos mananciais de Rondônia e nem no combate
ostensivo da exploração ilegal das nossas riquezas naturais. Há, em tese, uma
complacência administrativa e política, é o que podemos deduzir. É uma inércia
que revela supostamente a falta de interesse em cumprir as funções que
justifiquem a existência para que foi criada.
ELETRICIDADE
Por razões inconfessáveis sempre vemos políticos criticarem as usinas
pela diminuição do peixe em nossos rios, embora sejamos um grande produtor de
pescado por manejo. Algumas das críticas são procedentes e merecem ser feitas,
mas toda a tecnologia disponível para que os peixes posam ultrapassar as
comportas e seguirem rio adentro foi utilizada para mitigar os danos. A
produção de energia elétrica por este vetor hidráulico tem um custo ambiental
calculado e ações concretas para mitigá-los. Nos próximos anos seremos
obrigados a produzir ainda mais energia uma vez que os carros futuros serão
movidos por ela.
SONEGADORES
Já em relação à atividade garimpeira a exploração aurífera é feita de
forma primitiva, criminosa e sem controle estatal. É uma atividade “marginal”
porque não paga impostos, não melhora a renda dos ribeirinhos e não controla os
insumos utilizados e que poluem os rios. Além de contribuírem historicamente
por onde passam com eventualmente o aumento da violência, prostituição e o
tóxico. Sonegam tudo que arrecadam. E o contribuinte é compelido a financiar a
segurança, saúde e as demais mazelas que a atividade proporciona.
EMPREGOS
Se compararmos quem mais emprega entre as atividades elétrica,
extrativismo, aurífero e madeireiro a primeira, de longe, é quem mais cria
postos de trabalho em Rondônia, São atividades que necessitam uma fiscalização
constante dos órgãos de controle para que os danos sejam compensados de forma
transparente e concreta. Enquanto aquela contribui com a arrecadação estadual,
as demais sangram o tesouro em razão da sua exploração a margem da lei.
OLHO VIVO
É preciso que os eleitores abram o olho e verifiquem como nossos
senadores e deputados federais estão votando as matérias mais polêmicas no
Congresso Nacional. Nos próximos meses eles voltam às ruas para pedir votos.
Alguns deles, a bem da verdade, votam conforme mandam e não sabem sequer o que
estão votando. Colocar emendas para os municípios qualquer um faz e faz até
melhor, o problema é votar em matérias de interesse da população sem grilhões.
Olho vivo em 22. Quem conhece esta bancada federal não reconduz a maioria. Três
é que se salvam, basta verificar a produção legislativa disposta no portal
transparência.
ELEIÇÃO
Em três meses (após carnaval) a campanha eleitoral começa de vez no
país, inclusive em Rondônia. Dois nomes da capital vão render muitas
especulações sobre as candidaturas majoritárias. Léo Moraes e Hildon Chaves, ambos
bons de urnas, deverão procrastinar o quanto puderem qual cargo vão disputar. O
colégio eleitoral da capital, onde dividem literalmente o eleitor, é capaz de
fazer a diferença por uma das vagas ao segundo turno para governador. Um deles
desistindo de concorrer ao governo, certamente sobrará somente uma vaga a ser
disputada pelos demais concorrentes. Quem viver verá.
ESPECULAÇÃO
As possíveis candidaturas a governador do senador Confúcio Moura e do
ex-governador Ivo Cassol também vão proporcionar muitas especulações embora o
segundo esteja inelegível e o primeiro, matreiro como sempre, esteja no limbo. Dificilmente
os dois levem a tempo e a cabo as pretensões. Eles já não são a dose amarga do
passado suportável no presente...
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