Terça-feira, 15 de janeiro de 2019 - 11h46
NOVIÇO
– Não há um registro na literatura política em que um poder tente fazer
ingerência no outro sem que haja rusgas e com um final desastroso para um
deles. O atual Governo de Rondônia está querendo impor um candidato à
presidência da Assembleia Legislativa com o objetivo de garrotear o Poder
Legislativo.
BRANCALEONE - O batalhão brancaleone arregimentado pelo coronel
governador para auxiliar na área política faz uma trapalhada atrás da outra. Ao
anunciar, através do segundo na hierarquia governamental, que tem
candidato à presidência da Assembleia Legislativa, o governo entra numa seara
pantanosa e pode se afogar. Na política, embora que em reservado
haja intromissão nessas disputas, os chefes dos executivos
publicamente costumam disfarçar e negar interesse em se imiscuir nas decisões
internas dos legislativos. Com o batalhão que
arregimentou, o final dessa intromissão é possível mensurar.
MOITA – Embora o nome do militar recém-eleito
deputado estadual Eyder Brasil seja cogitado para ser ungido pelas ornas
governamentais para presidir o legislativo estadual, na moita, de forma
dissimulada, o nome preferido do Palácio Madeira para assumir a direção da ALE
é o deputado Lebrão (PMDB). O pemedebista não é um noviço, mas ao acionar o
chefe brancaleone para conseguir os apoios necessários dá sinais que
desaprendeu o ofício.
EMBUSTE – As ameaças que andam sendo feitas por aí contra a autonomia
dos parlamentares em escolher livremente a nova mesa diretora são feitas por
quem não é do ramo e não passam de embustes. As suspeitas que foram
divulgadas de grampos nos telefones dos deputados confirmam também outras de
que os patetas chegaram ao paraíso. Até um lawyer, aprendiz de
feiticeiro, se achou no direito de ameaçar e colocar grilhões nos
parlamentares. Aos embusteiros, as favas, já que brioches estão em falta.
GRUPO – Há outros três pretendentes a
presidência da ALE, todos com mais de um mandato, que não caíram na esparrela
de beijar mão do chefe do Executivo estadual e tentam viabilizar seus
nomes convencendo os próprios pares: Jean Oliveira, Alex Redano e Laerte Gomes.
Mesmo os três almejando o mesmo posto, pactuaram que o que arregimentar mais
apoio recebe a adesão dos outros.
AMEAÇAS – Quem orienta sua excelência o coronel governador em
ameaçar os profissionais da imprensa que escrevem livremente as respectivas
opiniões sem medo nem temor, a exemplo desta coluna, perde tempo. Este
filme já vimos recentemente e, nem por isto, os jornalistas se amedrontaram.
LEVIATÃ - O coronel tem todo direito de não gostar do que escrevem sobre
seu governo e pode buscar reparação no poder Judiciário quando houver excessos,
conforme prescreve a constituição, mas ameaçar colocar as estruturas
governamentais contra a liberdade de expressão vira presa fácil para quem não
tem medo de escrever, já que não há nada em governo
algum que não vaze. Ademais, jornalista que se preza não se curva
às ameaças nem bate à porta do leviatã para pedir arrego.
INVASÃO – Pelos ânimos eleitorais e a influência do agronegócio na
campanha, inclusive nos estados, as invasões criminosas às reservas indígenas e
ambientais era só questão de tempo. A notícia de que em Rondônia as
reservas estão sendo alvo da cobiça do setor vegetal que trabalha à margem da
lei não surpreende ninguém. O que causa surpresa é o silêncio das
instituições que deveriam agir com rapidez para evitar as invasões. Os ânimos
apontam dias tenebrosos para o meio ambiente e para os nossos brasileiros
índios. (...) “O que
preocupa é o silêncio dos bons”, já profetizava Martin Luther King.
TRANSPORTES – Como a municipalidade da capital ainda não pôs em prática
todas os compromissos assumidos em juízo em dezembro passado para solucionar os
gargalos dos transportes coletivos, gerando um déficit enorme ao
sistema, é possível que o setor paralise suas atividades antes que entre em
insolvência.
DIAGNÓSTICO – Um parecer técnico e bem elaborado
pela Logitrans, empresa com expertise na área, de Curitiba, foi entregue à
municipalidade com um diagnóstico preciso e que aponta algumas
recomendações que necessitam ser colocadas em prática imediatamente antes que o
sistema entre em colapso de vez.
PROPOSTAS – A Semtran tem que adotar medidas
imediatas para evitar o caos, entre elas, aplicar o complemento do custo
passageiro, ajustar produção quilométrica dos serviços através da
adequação da oferta e demanda de cada faixa horária, ajuste em períodos de
férias, isenção da carga tributária, revisão de gratuidades que foram
concedidas sem critérios
concretos e isenção do ICMS do óleo diesel. São propostas
exequíveis que evitam que o problema continue se avolumando, do contrário,
testemunharemos o caos.
LETARGIA - A empresa SIM, dentro das suas
competências, tem alertado a municipalidade e aguarda ações concretas para as
soluções desses problemas. O nó está na Semtran que não faz corretamente
sua parte. Um novo secretário deve ser anunciado para a pasta, mas até a posse
é possível que seja tarde a adoção das medidas pela letargia com que as
decisões
administrativas têm sido tomadas pelos secretários da prefeitura
da capital.
VIOLÊNCIA - A população está assustada com os altos índices de violência
registrados no país, o que reflete nas pesquisas de opinião feitas por aí que
apontam pelo endurecimento da legislação penal. No entanto, o número
enorme de oficiais que estão sendo arregimentados para assumir outras áreas da
administração pública diversa da segurança podem agravar esses índices.
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