Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Robson Oliveira

NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira


RESENHA POLÍTICA

ROBSON OLIVEIRA

AUTOFILIA – Ao anunciar solenemente e não definitivamente que vai às eleições estaduais em outubro com chapa única para Governo e Senado, o velho e surrado MDB (entra nas eleições perdendo um P), através dos seus dirigentes, opta por ignorar os demais partidos para evitar um racha interno que provocasse fissuras irremediáveis.

 NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opinião

PREVISÍVEL - O próprio governador Confúcio Moura, em entrevista à uma emissora de TV de Ariquemes, reconheceu que o quadro interno mudou – antes não havia vaga para ele ao Senado Federal – e confirmou que é candidatíssimo ao Senado pela legenda numa chapa ao lado de Valdir Raupp e com Maurão de Carvalho para governador. Uma decisão que esta coluna desde ano passado anunciava que ocorreria, embora o governador por inúmeras vezes publicamente declarou que não era candidato e repetia como um bordão aos que o instavam a falar sobre o assunto. Era previsível a candidatura de sua excelência ao Senado Federal já que nos últimos trinta anos não fez outra coisa senão política. Somente os bobos acreditaram no contrário.

 

MOTIVAÇÃO – Parece que o que motivou Confúcio Moura a permitir que a direção do MDB antecipasse o anúncio de que fica no partido e que é um dos candidatos teria sido uma pesquisa interna que contrataram para aferir as probabilidades eleitorais de uma chapa única para as duas vagas senatoriais disponíveis. A pesquisa, segundo uma fonte que passou os números à coluna, aponta percentuais aparentemente animadores aos peemedebistas. Apesar de que esta não teria sido a mesma motivação dos cardeais do MDB para ceder uma vaga ao governador: o que motivou a cúpula partidária a confirmar o nome dele (Moura) foi evitar que deixasse o partido em direção a outro, como se especulava na imprensa, já que seria candidato de qualquer jeito. Então que seja no mesmo grupo que venceu as últimas duas eleições.

NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opinião

NUVEM - O problema é que este jogo ainda não está jogado, visto que nem todos os partidos definiram seus pré-candidatos e que os números apurados atualmente (seja qual for) retratam uma circunstância do momento e invariavelmente muda de acordo com fatos novos que vão surgindo. Tudo indica que o jogo de aparência do MDB mexeu com o tabuleiro eleitoral e obriga os demais partidos a retardarem seus anúncios até que a renúncia do governador seja efetivamente confirmada. Já profetizava o cacique mineiro Magalhães Pinto: política é como nuvem... Aparência em razão da condição que estabeleceu o próprio governador para renunciar e passar o governo ao vice, o ex-petista Daniel Pereira.
 

CONDIÇÃO – Para renunciar ao mandato em 5 de abril, Confúcio Moura declarou que exigirá um NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opiniãocompromisso do vice em manter a mesma linha de trabalho estabelecida nesses sete anos de administração peemedebista e o apoio à chapa que o grupo lançou. Ou seja, Daniel Pereira tem que assumir o compromisso de apoiar a chapa anunciada pelos caciques do MDB, caso contrário Confúcio não sai e desiste da candidatura senatorial. Uma condição que na prática não impedirá que o vice capitule inicialmente e, empossado legalmente, tome outra direção. Basta que saiba utilizar com competência as funções para em três meses viabilizar a própria sucessão. E quem garante que esta condição não seja mais uma daquelas jogadas de mestre do sabido Confúcio?

CPI – Quem pensa que a vida eleitoral de Confúcio Moura vai ser fácil, como estão prevendo alguns NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opinião“magos” da política, pode tirar o cavalo da chuva. Ressabiados com as manobras do governador, seis deputados estaduais assinaram um pedido de CPI para investigar o realinhamento contratual de trinta milhões para uma ponte do anel viário de Ji-Paraná que ainda vai dar muita dor de cabeça ao governador e ao Diretor Geral do Departamento de Estradas e Rodagens, Ezequiel Neiva. Falta apenas uma assinatura de um deputado estadual para que seja instalada. Daí uma manobra de Confúcio Moura em direção a outra candidatura a governador senão a de Maurão de Carvalho pode lhe custar muito caro. Uma CPI durante um processo eleitoral contaminado por questionamentos judiciais faz qualquer um sangrar.

MANOBRA – O que pode mudar outra vez o cenário eleitoral é o fato de que o Governo de Rondônia, através do DER, está sendo contestado na Justiça Estadual por ter feito um realinhamento contratual de trinta milhões de reais, num juízo arbitral, com resultados imprevisíveis. A justiça determinou a suspensão dos pagamentos das parcelas avençadas entre as partes (governoNUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opinião e empreiteira) por em tese conter ilegalidades. Uma delas, segundo consta nos autos, pareceres da própria procuradoria do órgão contrários à revisão contratual por não comprovar desequilíbrio econômico e financeiro. Mas o dirigente do órgão optou em suplementar a verba nas cifras astronômicas em descompasso ao parecer jurídico.

DECISÃO – Na suspensão dos pagamentos o juiz disse: “O realinhamento contratual fundamenta-se no art. 65, II, “d”, da Lei nº 8.666/93, sendo instituto de revisão contratual que objetiva a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevierem fatos imprevisíveis, como a majoração do preço dos materiais ou mão de obra utilizadas na prestação dos serviços contratados, com base no preço do mercado local. O fato de no ano anterior a realização do acordo arbitral já existir parecer de procurador autárquico, fundamentado em laudo apresentado por equipe técnica de engenharia do DER/RO, no sentido de inexistir justificativa para o realinhamento pretendido, deveria ser levado em consideração pelo presidente da autarquia, o qual, na situação de gestor público, era obrigado a buscar meios de analisar se o pedido de realinhamento, naquele momento, era pertinente, já que entre o ano de 2010 a 2016 foi indeferido administrativamente de forma fundamentada, conforme relatado anteriormente”.

IMPROBIDADE – Para piorar a situação dos governistas o magistrado acentuou que no ano de 2016 o diretor do DER/RO, conforme relatado pela procuradora autárquica (id. 15322436 pag. 2), teria sido favorável ao parecer nº 272/2016, que indeferiu o pedido de realinhamento, assim como teria indeferido novo pedido de realinhamento feito pela Construtora em 9 de janeiro de 2017, o que é totalmente contraditório face a aceitação da tentativa de solução de conflito perante o Juízo Arbitral, pois estar-se-ia tratando-se de um vultuoso montante de verbas públicas que deveria ter tratamento especial, com a necessidade de análise documental e até perícia técnica, demonstrando indícios de irregularidades que poderiam causar danos ao erário e caracterizar ato de improbidade administrativa praticado pelos envolvidos na forma escolhida para solução do conflito. Apontou ainda que em audiência no Juízo Arbitral, com a presença dos demandados, foi pactuado acordo entre as partes no montante de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), que seriam pagos pelo DER/RO em 12 parcelas, sem que ao menos o gestor tivesse se preocupado em realizar estudos junto à equipe técnica do DER/RO a justificar o pagamento de tais valores, até porque em momentos anteriores, via administrativa, já teriam sido indeferidos requerimentos de realinhamento de forma fundamentada pelo corpo técnico de obras do DER/RO e procuradoria autárquica. Uma CPI com estes fatos contidos na decisão judicial pode influenciar muito caso seja instalada. Embora Daniel Pereira tenha dito que não é candidato, deputado  aliado de Maurão e ouvido pela coluna duvida que mantenha o acordo após ser empossado. Razão pela qual defende a permanência de Confúcio Moura na titularidade do cargo.

 NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de Opinião

NUVEM POLÍTICA: O problema é que o jogo ainda não está jogado - Por Robson Oliveira - Gente de OpiniãoTCE – Há quem defenda a posse imediata de Maurão de Carvalho no governo em 5 de abril, mas para que vire verdade, além da renúncia de Confúcio Moura, o ex-petista Daniel Pereira teria que abdicar da linha sucessória. A alternativa a ser oferecida ao ex-petista seria uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas. Uma possibilidade tentadora que exigiria mais uma renúncia. Um tema para outra coluna.
 

BÁRBARE - Uelinton Brizon foi assassinado em plena via de Cacoal sem reação. Trata-se de mais um profissional do jornalismo que tomba nas ruas dos municípios rondoniense. Uma profissão que vem sendo vítima de pessoas que querem garrotear a imprensa livre. Esperamos que os órgãos de segurança do estado solucionem com a rapidez que o caso requer e desvende os motivos pelos quais Brizon teve a vida ceifada, identificando os seus executores e/ou eventuais mandantes. O repórter também era suplente de vereador naquele município.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

O ex-senador Valdir Raupp pode retornar à ribalta política em 2026

O ex-senador Valdir Raupp pode retornar à ribalta política em 2026

PLO encontro promovido em Ji-Paraná pelo PL revelou mais no que não foi dito do que o que falaram em seus discursos os líderes da direita rondoniens

Deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) adiantou que projeta sair candidato a governador

Deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) adiantou que projeta sair candidato a governador

PROJETOEm conversa com este cabeça chata, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) adiantou que projeta sair candidato a governador dependendo do cen

As eleições municipais rondonienses traçaram um novo cenário

As eleições municipais rondonienses traçaram um novo cenário

TRANSIÇÃOAs equipes de transição foram indicadas pelo prefeito eleito Leo Moraes e pelo atual prefeito Hildon Chaves para que todos os dados sejam pr

Somente alguém muito ingênuo não previa pressão dos vereadores eleitos sobre o novo prefeito

Somente alguém muito ingênuo não previa pressão dos vereadores eleitos sobre o novo prefeito

TRANSIÇÃONão tem motivo para o prefeito Hildon Chaves não acolher o pedido do prefeito eleito Leo Moraes para adiantar a transição. Leo precisa de t

Gente de Opinião Quarta-feira, 27 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)